Convém ressaltar que sem energia eléctrica não há circulação de água nas tubulações. E é importante sempre lembrar que sem energia eléctrica… era uma vez a economia. Ou então ficarmos a adorar este poder que se quer eterno como os deuses no Olimpo, e que de vez em quando algum se disfarça de terreno, embrenha-se entre nós, e goza-nos com a demonstração dos seus poderes. Governar pela imposição da miséria e da fome, e com que os rendimentos de Angola caiam sempre na mesma FAMÍLIA, é inaceitável e passível de apresentação de contas à Nação.
O que até agora não aconteceu, e quando acontecerá?! Como é edificante a condução do poder que nos inebria, para as cavernas dos martelos de pedra. Os níveis de baixeza são tais que comparados por exemplo com os campos de concentração nazis, deixam muito a desejar. Um exemplo: nos campos de concentração da suástica existiam energia eléctrica e água sem cortes, que horripilante não é?!
E em cada canto, esquina, em todas as ruas vêem-se os miseráveis andantes com qualquer coisa nas montras das mãos silenciosas, esperando ansiosos por comprador. Mas o Politburo já lhes cortou todas as esperanças de vida. O Politburo já comprou e vendeu tudo. Nada mais existe para comprar e vender. A não ser as nossas almas… que o Politburo também vende. O Politburo é bom vendedor, consegue vender tudo.
Enquanto os palácios estrelam torres e condomínios cintilantes., magnificentes com a exclusão social e espoliação dos subservientes, nem se sabe qual é a cor que o poder ostenta. Mas a dos escravos sabe-se muito bem: é a cor da fome, a mais utilizada pelos pintores que servem os poderes dos esfomeados. É absolutamente mentira e de insanidade comprovada que a Terra é extraordinariamente multicolorida. É pura mentira. Na Terra só uma cor é visível. A negra, porque é a cor da fome e do apocalipse. Também é imperioso perguntar: para que servem uma infinidade de milhões de dólares nas mãos de uma só pessoa e dos quais não consegue justificar a sua proveniência?
Enquanto os espoliados perecem na mais atroz tortura diária? Qualquer médico consultado decerto diagnosticará que se tratam de patologias, de indivíduos que se acham muito inteligentes, desbravadores, cultivadores dos projectos das velhas, eternas vidas. De novas vidas abortadas, nunca concebidas. Sempre com as mesmas pessoas, com o mesmo poder e sempre nele. Pouco falta para cinquenta anos sempre no absurdo das mesmas palavras. Sempre com as mesmas promessas de que a vida vai melhorar. E sempre ao invés tudo para piorar.
Que conclusão se pode tirar disto? É simplesmente a continuação dos mestres ditadores da História. Como deve ser óptimo para estes deuses da africana tirania o sentimento da observação de milhões de negros e negras perdidos no pântano da independência, no júbilo da mais atroz podridão humana. Assim não é poder, é apodrecer na governação. Não é necessário um observador paciente para verificar que nos caixotes do lixo surgem agora figuras humanas não habituais. E não se desculpem nos meios de informação que lhes são servis: «que são malucos os que comem lixo.» Não, não são! Muito pelo contrário!
Nota-se que são de outras géneses sociais: desterrados das casas-casebres, excluídos por abandono de trabalho. Chineses, portugueses, brasileiros e de muitas outras nacionalidades não são. Mas são com certeza angolanos que procuram a independência prometida, mas perdida, procurada e não encontrada nos caixotes do lixo desta nomenclatura. Significa que governar é amontoar, encher contentores do lixo.
É a independência das transferências bancárias fraudulentas há imensos anos normalizadas, legalizadas e só agora em 2010 descobertas, desvendadas. Como se algo de novo se tratasse. Sempre foi assim, e com este atavio sempre assim brilhará. De modos que nada há de novo nesta frente da corrupção. Podem-lhe chamar Nova Constituição, III República, que em nada alterará o nome da miséria. Podem sim chamá-la de: Constituição da imposição da mais do que nunca abundante miséria. Mas será que esta tralha permanecerá sempre assim? Sim, permanecerá! E cada vez mais piorará, até que mais ninguém lhe sobreviverá.
Imagem: olivacijunior.blogspot.com
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