quinta-feira, 3 de junho de 2010

Moçambique. Dono do Grupo MBS indiciado de narcotráfico


O PRESIDENTE do Grupo MBS, Mohamed Bachir Suleman, figura numa lista de cinco individualidades estrangeiras indiciadas pelos Estados Unidos da América de pertencerem aos barões da droga. A informação vem contida numa carta do Presidente norte-americano, Barack Obama, apresentada aos membros de direcção e quadros seniores da Casa Branca e dos Comités do Senado das Forças Armadas e da Magistratura. Não foram apresentadas provas conhecidas sobre o assunto.

Maputo, Quinta-Feira, 3 de Junho de 2010:: Notícias
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Entretanto, ao final da tarde de ontem, Mohamed Bachir Suleman convocou a Imprensa para desmentir o relatório americano, explicando que não tem e nunca teve qualquer ligação com o narcotráfico, que é um empresário de sucesso desde os nove anos e que, para melhor se elucidar, ainda ontem solicitou, com o conhecimento do Governo moçambicano, um encontro com o Embaixador dos EUA em Maputo, para exigir provas das acusações que lhe são imputadas.

“Convido as melhores polícias do mundo, como FBI e Interpol, a investigarem o assunto e verão que nunca estive envolvido em narcotráfico. Em circunstância alguma cheguei a ser interrogado ou abordado por qualquer entidade sobre tráfico de droga” – disse, sem deixar de parte a possibilidade de vir a pedir uma indemnização ao Governo americano, caso nada do que tem sido propalado seja provado.

O empresário é citado na carta de Barack Obama produzida no âmbito da secção 804, da lei de designação de barões da droga estrangeiros, como sendo o quinto da lista que incluiu Haji Agha Jan Alizai e Haji Bando, todos do Afeganistão, Ousmane Conte, da Guiné, e Sérgio Enrique Villarreal Barragan, do México, todos indiciados de narcotráfico.
A acção do Departamento do Tesouro dos EUA tem como alvo a rede de tráfico de narcóticos em Moçambique, com base na identificação de barões da droga realizada pelo Presidente Barack Obama. Com este caso, os EUA apontam que sobem para cinco os barões da droga no Continente Africano, estando os restantes na Nigéria e Guiné-Bissau.

No seguimento da identificação feita pelo Presidente Barack Obama a Mohamed Bachir Suleman, em conformidade com a lei de designação de barões da droga estrangeiros, o Departamento do Tesouro dos EUA aponta três empresas na sua rede de tráfico de narcóticos. Igualmente, em conformidade com a lei dos barões da droga, o gabinete de controlo de bens estrangeiros do departamento do tesouro designou o Grupo MBS Limitada, Grupo MBS – Kayum Centre e o Maputo Shopping Centre como traficantes de narcóticos, por serem empresas da sua propriedade ou estarem sob o seu controlo.

Assim, os EUA congelaram quaisquer bens que as três entidades possam possuir e que se encontrem sob jurisdição dos Estados Unidos e proíbe as entidades dos Estados Unidos de realizarem transacções financeiras ou comerciais com as mesmas.
Para os EUA, Moçambique está a tornar-se cada vez mais um país de trânsito para o envio de narcóticos e seus químicos precursores, servindo como ponto de transbordo de narcóticos como haxixe, marijuana, cocaína, heroína e mandrax (metaqualona), sendo a maior parte destas substancias consumidas na Europa e na África do Sul. Igualmente, de acordo com o relatório, uma combinação de fronteiras frágeis, agências de aplicação da lei com pouca formação e com falta de equipamento e um alto nível de corrupção dentro do Governo oferecem um ambiente facilitador para que os traficantes da droga operem em Moçambique.

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