Luanda – Estão a ser comprovadas as informações
avançadas antes das eleições de 31 de Agosto que davam conta que o Presidente
José Eduardo dos Santos teria se apoiado em quadros jovens do seu partido para
missões especiais que ditariam a sua vitoria eleitoral.
Fonte:
Club-k.net
JES apostou em quadros jovens
A evidencia é
a apoiada em revelações trazidas a publico pelo presidente da UNITA, Isaias
Samakuva que cita o primeiro Secretario da JMPLA, Luther Rescova
como figura que fez parte do “task” que conduziu o primeiro
Seminário , nas instalações do Malongo, em Cabinda, entre os dias 26 de
Fevereiro a 3 de Março para treinar equipas de angolanos na manipulação de
cartões eleitorais, em todo o país.
Segundo a denuncia
do líder da UNITA, “Além de manipular os cadernos eleitorais para obstruir o
voto de mais de dois milhões de angolanos que não são afectos ao MPLA, o
candidato José Eduardo dos Santos também mandou manipular os cadernos
eleitorais para permitir, por um lado, votos múltiplos, e por outro, que
os estrangeiros e os falecidos também votassem”.
“Nesse sentido,
foram organizados seminários metodológicos para treinar equipas de angolanos na
manipulação de cartões eleitorais, em todo o país.” disse o político revelando
que “o primeiro Seminário decorreu nas instalações do Malongo, em Cabinda,
entre os dias 26 de Fevereiro a 3 de Março. Participaram 306 elementos,
provenientes de todas as provincias, sendo 17 por cada provincia.”
De acordo com o
dirigente político “Estes grupos de 17 têm uma chefia designada, cujos nomes
estão aqui para vosso consumo. Iremos também fornecer às entidades
investigadoras competentes”, disse adiantando que neste grupo “Incluem a
professora universitária Fátima Fernanda, o Director do CJOET, Albino Carlos, o
deputado Sérgio Rescova, administradores municipais, vice-governadores,
responsáveis provinciais da OMA, o Director da Prisão do Cunene, Carlos Gomes,
e vários segundos secretários provinciais do MPLA.”
“Os monitores são
estrangeiros. Incluem cidadãos russos e dois empresários portugueses bem
conhecidos, ligados a sociedades comerciais onde Isabel dos Santos tem
interesses.”, notou
Adiantou ainda que
“O objecto do Seminário foi instruir os participantes sobre as operações
matemáticas para o preenchimento de votos fantasmas de acordo com fórmulas
pre-estabelecidas, por regiões, de forma a conferir ao MPLA uma vantagem à
partida não inferior a 30% mesmo antes da eleição começar.”
Samakuva revelou
ainda que “o segundo seminário ocorreu no principio do mês de Março, no Hotel
Pôr do Sol, em Cabinda. O seu objetivo foi a manipulação dos dados obtidos dos
cartões dos eleitores falecidos e daqueles que foram recolhidos coercivamente
aos cidadãos.” “Num dos casos, pegaram em cartões com dados de pessoas falecidas
e puseram outras caras. Noutros casos, manipularam as fotografias e duplicaram
os nomes. Por cada cartão recolhido reproduziam quatro, a partir da manipulação
da mesma foto. Ao todo, foram manipulados milhares de cartões.”, denunciou.
“É por isso que no
dia 31 de Agosto, surgiram cadernos eleitorais com os nomes de eleitores em
duplicado, mas com as mesmas fotografias, permitindo que outras pessoas que não
constavam dos cadernos, votassem.”
Ainda de acrdo com
a fonte “Isto aconteceu em muitas Assembleias de voto, em toda a extensão
territorial de Cabinda, nas Lundas e também no Kuando Kubango. Citamos, a
título de exemplo:
• os cadernos
feitos para o Bairro 4 de Fevereiro, em Cabinda, na mesa 2 da Assembleia
de voto número 01.01.005 que funcionou no Centro Infantil Santa Teresiana têm
nomes iguais e caras diferentes para permitir o voto de cidadãos estrangeiros,
que no dia do voto foram pagos e transportados de Ponta Negra e do Congo
Democrático para vir votar em Cabinda, como que de angolanos se tratasse;
• os cadernos
feitos para a mesa 2 da Assembleia de voto número 01.01.014 na escola Primária
Vitória é Certa têm dois nomes iguais e caras diferentes;
• os cadernos
feitos para a mesa 8 da Assembleia de voto número 01.01.082, que funcionou na
Escola Primária de Tchinsuá, em Tando Zinze têm três nomes de eleitores
falecidos mas com outros substitutos que votaram em seu nome;
• centenas de
cidadãos estrangeiros foram identificados a votar nas Assembleias de voto das
escolas Gika, Dangereux, Lombo Lombo, Domingos Franque, Escola do Luvassa e no
Complexo Escolar de Cabassango, na província de Cabinda.
• Temos aqui
a gravação de um video onde se pode ouvir um grupo destes estrangeiros a
conversar sobre o assunto. Dizem que já tinham sido pagos para fazer o mesmo
trabalho em 2008 a favor do mesmo Partido.
• Temos
evidências de ocorrências similares na Lunda Norte, onde catangueses votaram, e
no Kuando Kubango onde cidadão provenientes da Namíbia também votaram. É
por causa desta operação de manipulação das fotografias e outros dados do
registo eleitoral, por via dos computadores, que vocês conhecem milhares de
cidadãos estrangeiros que têm cartões de eleitor angolanos.”
“Os chefes das
equipas da manipulação de dados voltaram a reunir-se em Cabinda nas instalações
no comando do Nto, nos dias 19-21 de Junho.”
“Registou-se que
os angolanos formados neste processo para procederem à manipulação de mais
cartões nas suas áreas de acção incluem os senhores António Henriques da Silva,
que era Administrador da TPA, Francisco Tonda, Administrador Municipal em
Cabinda, Manuel Dias da Silva, do Bengo e João Guerra, identificado como
administrador municipal proveniente da província do Namibe.”
“Como é que,
nestas circunstâncias se pode dizer que vivemos num País Democrático e que as
eleições foram livres e justas? Como é que querem fazer crer a todos os
angolanos que o próximo Presidente da República e foi mesmo escolhido pela
maioria do Povo?” questionou o político que concluindo que “Com estes
vícios e desvios, o processo eleitoral não pode ser considerado livre e
democrático. Que ninguém venha tentar convencer os Angolanos disso.”
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