quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Caso de burla envolvendo líder da bancada do MPLA volta a superfície


Luanda - Na última edição do ano de 2011 deste periódico, a manchete de capa foi o caso de usurpação de um imóvel, nos arredores do bairro Miramar envolvendo o Presidente da Bancada Parlamentar do MPLA, Virgílio de Fontes Pereira. Num balanço feito pelo legítimo proprietário, o parlamentar já facturou mais de USD 320.000 com o aluguer do imóvel, a zona privilegiada onde esta localizada é apontado como sendo o motivo que faz com que o parlamentar não entrega ao seu legítimo proprietário e para melhor apoderar-se da mesma, anda atrás de um agente da UPIP para lhe fornecer documentos que poderá servir de provas que o imóvel é seu

*Correia Júnior
Fonte: C Jr Club.k-net
Após a publicação da matéria em que o visado é o parlamentar Virgílio de Fontes Pereira, o mesmo orientou um funcionário do seu gabinete a negociar com Alberto Quitadi, este mesmo indivíduo no dia 24 de Dezembro, marcou o encontro para dia 26 de passado mês num local a indicar, mais passado o período a combinada Alberto Quitadi tentou o contacto via telefone com o mandatário, mais este já não atendia, sendo que depois de tudo, decidiu enviar um sms para o mesmo.

Segundo Alberto Quitadi, após a recepção das chaves do imóvel, VFP apreçou-se logo a efectuar obras de restauros, sem anuência do proprietário, afim de tudo, o parlamentar não declarou o quanto gastou nas obras. Tratando-se de um negócio leviano, Alberto Quitadi mostrou-se bastante sereno e confiante nas palavras do chefe.

“Ele garantiu-me que tão logo terminasse as obras de reabilitação do imóvel, eu poderia entrar, mais isso não aconteceu”, recordou.

Enquanto isso, por iniciativa própria Alberto Quitadi e mais quatro indivíduos que serviam de escoltas aos vice-ministros do MAT, decidiram solicitar cada uma residência ao ministro do urbanismo, mais este pedido, segundo a fonte, estava demorado e para acelerar o processo viram-se obrigados a recorrerem aos préstimos de Virgílio de Fontes Pereira, que num “esfacelar dos dedos” persuadiu o seu colega a atender o pedido do seu efectivo.
Portanto, o ministério do Urbanismo ofereceu cinco casas no projecto de casas económicas no Panguila, entre os beneficiários está Alberto Quitadi, naquela altura ainda como motorista de VFP. Apesar disso, Alberto Quitadi já havia comprado o imóvel em litígio.

A raiva suína toma conta do homem

Segundo contou Alberto Quitadi, trabalhou por mais de 20 anos com Virgílio de Fontes Pereira, em diversas instituições públicas e a relação sempre foi das melhores. Mais com andar do tempo, o comportamento do político começou a suscitar inquietações, uma vez, que o mesmo não cumpria com as suas palavras.

Quando foi exonerado do cargo de Ministro da Administração do Território, Virgílio de Fontes Pereira optou “arrastar” consigo todo seu pessoal de confiança do MAT para o sítio onde foi colocado, mais agastado com a sua trafulhice, Alberto Quitadi decidiu não alinhar com o mesmo. Face a recusa, segundo a fonte que vimos citando, o mau clima tomou conta entre ambos.

“Ele ficou triste comigo dizendo que não tinha porquê permanecer no MAT, quando já estava de saída e levar-me ao grupo parlamentar do MPLA. Três dias depois, voltou a falar comigo para que o acompanhasse e quando lhe disse que não aceitaria. Ele ficou muito furioso e deixou de falar com o mesmo.”

Apesar deste mau clima que os opõem, Alberto Quitadi foi várias vezes ao encontro de Virgílio de Fontes Pereira para reaver o seu imóvel, mais este, num tom, menos abonatório sempre mostrou-se indisponível em recebê-lo e para agravar a situação, diz que é proprietário do imóvel. O que deu o provimento de uma briga os arrastou aos órgãos judiciais.

O processo que começou na Direcção Provincial de Investigação Criminal de Luanda, segundo contou-nos a fonte, o instrutor do processo mostrou-se impávido com a atitude do parlamentar que não conseguiu exibir qualquer documento que atesta ser o dono da residência. Cumprindo ordens superiores, o instrutor encaminhou o processo a Procuradoria-Geral da República, onde anda encalhado há mais de um ano.

Em função disso, Alberto Quitadi munido de documentos necessários que provam a titularidade da casa, entende que não existe motivos que levam o parlamentar a tomar atitudes que levam a penhorar um bem que não lhe pertence, se caso haja motivos, estes já foram resolvidos pelo tempo, quando Virgílio de Fontes Pereira arrendou a casa sem o consentimento do legítimo proprietário ao cidadão de nacionalidade portuguesa.

O inclino paga USD 5.000 mês, segundo a fonte, sendo que estes valores multiplicando pelo tempo que a casa foi arrendada, chega-se a conclusão de que VFP pode esfregar “as mãos de contente.”

“Já passam mais de oito anos desde Virgílio de Fontes Pereira, arrendou a casa para um cidadão estrangeiro e dos valores que paga, o mesmo já arrecadou mais de USD 320.000, mesmo sendo o proprietário legítimo da casa, nunca recebi nada proveniente do aluguer e ainda recebo ameaças por parte do senhor Virgílio que auto-intitula-se dono do imóvel,” denunciou.

Alberto Quitadi vai mais longe ao afirmar que o valor arrecadado pelo parlamentar no aluguer do imóvel em litígio, o suposto dono não precisa, uma vez, que tem um “salário chorudo” como quadro no governo.

“Penso que estou a ser injustiçado por uma pessoa que não tem cultura humana, porque o VFP aufere um salário que o angolano de última linha jamais sonha, isto, sem falar dos outros benefícios que tem direito. Portanto, os dinheiros vindos do aluguer da minha casa são destinados para suportar as despesas das suas amantes e outras futilidades.”

Forjar provas

A resolução do problema vê-se condicionada através do processo que se encontra engavetado há mais de um ano na Procuradoria-Geral da República. Segundo uma fonte, este órgão judicial se encontra em recesso e ainda não se sabe quando é que entra em funcionamento.

Atendendo o impacto causado pela matéria publicada por este periódico, Virgílio de Fontes Pereira chamou no seu gabinete um agente da Unidade de Polícia de Individualidade Protocolar, que também beneficiou de residência no Panguila, segundo a nossa fonte, exigiu que o mesmo tinha de lhe fazer a entrega de toda documentação da casa cedida pelo governo, no sentido de apresentar como prova em caso de uma acção judicial.

Para agravar a situação, o agente depois da recepção do imóvel decidiu vender a residência, assim que também o documento teve de entregar o novo proprietário. Mesmo diante desta justificação, VFP voltou a tona exigindo que a documentação é urgente e não tem tempo a perder.

Face a pressão, o agente da UPIP não viu outra solução entrou em contacto com o seu chefe da corporação que depois de ocorrente da situação, orientou o seu efectivo a não voltar ao posto onde servia de escolta do mesmo, uma medida que inibir qualquer contacto com Virgílio de Fontes Pereira.

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