quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Hoje marca o sexto dia desde que os angolanos votaram e a Comissão Nacional Eleitoral continua a publicar resultados provisórios. Pedrowski Teca, Facebook


Na foto está o Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM) localizado na Mutamba, Luanda, onde estão a ser anunciados os resultados das Eleições Gerais.

É esquisito o facto dos resultados estarem a ser divulgados à vários kilometros do Centro de Escrutínio das Eleições localizado no bairro Talatona.

Tirei essa foto no dia em que fui ao encontro do jornalista da DW, António Cascais, para tratar dum assunto. No local, Cascais decidiu fazer-me uma entrevista apesar da forte presença policial.

Enquanto decorria a entrevista, dois policiais passaram ao nosso lado como se estivessem ouvindo o que eu estava a dizer.

Terminada a entrevista, o jornalista entrou no CIAM e quando virei-me haviam por aí 5 ou 6 policiais no caminho onde eu poderia passar, apontando-me o dedo e olhando para mim. Dei dois passos e eles começaram a caminhar em minha direcção. Daí tive que dar meia-volta como se tivesse esquecido algo e quizesse voltar ao CIAM. Passei devagar entre os policiais que se encontravam na entrada e notei que os mesmo aproximavam-se. Estando a uns 5 metros perto duma esquina, corri até me sentir seguro.

Portanto, vejo essa demora no anúncio de resultados finais como um método que o regime está a usar para apaziguar os opositores e o povo de maneiras a acustumarem-se com a fraude e adoptarem a atitude do “deixa estar” e “vamos aceitar só”.

O facto de que os resultados anunciados sobre a victória do MPLA/JES estão a oscilar entre 74 à 71% demonstra como o regime está a medir a pulsação/reacção do povo angolano.
Para ajudar neste processo estratégico, um tal de Quintino de Moreira, presidente dum tal partido Nova Democracia (ND), vendo que os tais resultados pré-fabricados não favorecem o seu partido, que até agora tudo mostra que não atingirá a cifra 0,5%, já atirou a toalha e proferiu um discurso de despedido. Esse Quintino, como o seu homólogo Carlos Contreitas, vai aderir ao MPLA ou vai formar um outro partido fantasma nas vésperas das eleições de 2017.

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