domingo, 2 de setembro de 2012

No poder há 33 anos, presidente de Angola é reeleito, diz jornal


O presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, no poder há 33 anos, foi reeleito após as eleições legislativas de sexta-feira vencidas por seu partido, anunciou neste domingo o governista Jornal de Angola.
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"O MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola) é o grande vencedor das eleições gerais de 2012, e tudo aponta para uma vitória por mais de 75% dos votos", afirma o jornal oficial. "O primeiro da lista do partido, José Eduardo dos Santos, é eleito presidente da República", completa.
Segundo a nova Constituição aprovada em 2010, o líder do partido vencedor nas urnas é automaticamente o presidente da República por um período de cinco anos. Santos, 70 anos, permanecerá no poder.
O jornal oficial informa ainda que a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita) confirmou o posto de segunda força política do país e que o novo partido opositor Casa sofreu uma "grande derrota".
De acordo com os últimos resultados parciais divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), após a apuração de 72,5% das urnas, o MPLA tinha 74,1% dos votos; a Unita, 17,8%; e o partido Casa, 4,7%. A oposição anunciou que estava reunindo provas de fraudes na votação, na qual os angolanos escolheram os 220 membros do Parlamento.
"A Unita se prepara para apresentar documentos que mostram que os resultados divulgados pela CNE não são idênticos aos constatados pelos fiscais nos colégios eleitorais", afirma o site do partido. O partido Casa fez denúncias similares.
Apesar das críticas da oposição sobre a falta de transparência na segunda votação desde o fim da guerra civil, em 2002, os angolanos compareceram às urnas em um ambiente de tranquilidade. Santos está à frente do segundo maior produtor de petróleo da África desde 1979. Ele nunca foi eleito diretamente pelo povo.
O presidente tem um forte controle das instituições. Além de chefe de Estado, ele é comandante das Forças Armadas, chefe de Governo e da polícia, e nomeia os principais juízes. Durante a campanha, prometeu continuar com a reconstrução do país após a guerra civil (1975 a 2002) e redistribuir a riqueza.
A imprensa local elogiou seu governo durante toda a campanha e deu pouco espaço para a oposição. Seu principal rival, o presidente da Unita, Isaias Samakuva, de 66 anos, denunciou durante toda a campanha a falta de transparência das eleições.
A Unita afirma que os recursos do petróleo beneficiam exclusivamente a elite, começando pela família Santos. Samakuva esperava o apoio dos jovens angolanos, indignados com as construções de prédios luxuosos na capital Luanda, enquanto 55% da população vive na miséria.
Em março de 2011 manifestações foram realizadas, com jovens que pediram a renúncia de Santos e o fim de um regime autoritário e corrupto. Ex-militares também protestaram, com pedidos de indenizações e pensões. No entanto, os protestos foram reprimidos.
Imagem: EL PAÍS

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