sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Jornais alemães alegam que JES dirige Angola como se fosse uma multinacional


Alemanha - Em destaque nas páginas dos jornais alemães desta semana estiveram as manifestações angolanas, as tensões interreligiosas na Nigéria e a condenação de dois jornalistas suecos na Etiópia.

*Helena de Gouveia
Fonte: DW-world.de Club-k.net
“A economia angolana cresce a bom ritmo, mas só beneficia alguns. Daí os protestos contra o regime do Presidente José Eduardo dos Santos estarem a aumentar” escreve o Frankfurter Allgemeine Zeitung. Num extenso artigo intitulado “Zé Du e os seus inimigos”, o jornal conservador fala das contradições angolanas, da gritante injustiça social e da corrupção.
“ No dia da sua libertação Dionísio Casimiro volta manifestar-se”, escreve o Frankfurter Allgemeine Zeitung. O estudante de informática de 28 anos marcha para a Praça da Independência, no centro de Luanda. Perto da estátua de Agostinho Neto estão aglomeradas centenas de polícias, com coletes à prova de bala, cavalos e cães. Indiferentes os manifestantes gritam: “ Prendam Zé”, “32 é demais”.
O alvo dos protestos é o presidente José Eduardo dos Santos que “dirige Angola como uma multinacional. O ex-marxista está nos lugares cimeiros da lista dos homens mais ricos do continente africano”. Apesar da riqueza do país “54 por cento dos cerca de 20 milhões de habitantes vive abaixo do limiar da pobreza, com menos de um euro por dia”.

Denunciar a agenda radical do Boko Haram
“O Natal é a festa do amor e da paz. Madala, um subúrbio de Abuja a capital nigeriana , transformou-se em poucos segundos num Inferno”, escreve o semanário Die Zeit. A seita fanática Boko Haram, que em haussa significa “ a educação ocidental é pecado”, voltou a atacar fazendo mais de 40 mortos e uma centena de feridos. Só em 2011 o Boko Haram é responsável por mais de 500 mortos destaca o jornal.
Na Nigéria os islamistas radicais sabem como se fazer notar escreve o Tageszeitung. A serie de atentados sangrentos contra as igrejas cristãs durante o Natal “mostra de forma dramática a impotência das autoridades face ao terrorismo”. O diário berlinense espera contudo que a onda de choque internacional suscitada por estes ataques não desapareça.
Passaram-se doze anos desde que a Nigéria abandonou uma das ditaduras militares mais brutais do planeta e começa a beneficiar da transição para a democracia. Embora alguns queiram travar este processo que põe em causa os seus interesses.
O Frankfurter Allgemeine Zeitung destaca as perseguições aos cristãos um pouco por todo mundo que vão “desde provocações até crimes monstruosos como os da Nigéria”. Numa época em que tanto se fala de diálogo e harmonia, de religião e cultura é “preciso aproveitar cada ocasião para denunciar a agenda islamista que quer instaurar um regime de terror e servidão”.
Outro tema em destaque na imprensa alemã é a condenação a 11 anos de prisão de dois jornalistas suecos detidos na Etiópia a 1 de julho. Capturados durante um confronto entre o Exército etíope e a Frente de Libertação Nacional de Ogaden, que estavam a acompanhar, os jornalistas foram acusados de apoiar o terrorismo no país. Para o “Süddeustche Zeitung” esta sentença ameaça abrir uma crise diplomática entre a Suécia e a Etiópia.

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