ª Conferência de imprensa
Declaração
i.- Saudações
Fonte: Club.k-net
Aos jornalistas e órgãos da comunicação social que estão representados neste acto
Aos ilustres dirigentes da UNITA e Deputados
Aos distintos colegas membros do Governo-Sombra
i.- O que é o Governo Sombra
É uma unidade técnica criada pelo partido UNITA e constituída por vários quadros técnicos qualificados, militantes, simpatizantes e amigos deste partido
Definitivamente o Governo Sombra não é:- uma organização secreta; nem uma organização fantasma. Tem rosto ou melhor rostos; tem base institucional e tem propósitos bem claros
iii.- Quais são os propósitos do Governo Sombra
1.- Efectuar estudos –diagnósticos da real situação económica, financeira e social do país;
2.- Recensear os principais problemas e dificuldades, com que a população e as empresas se debatem actualmente;
3.- Investigar as ansiedades das famílias (jovens e adultos, homens e mulheres) e das empresas angolanas;
iv.- Objectivo principal
Elaborar um programa de governo para Angola, capaz de:
(1)- Dar boas e duradoiras soluções aos problemas reais
da sociedade angolana;
(2)- Responder positivamente aos legítimos anseios das
famílias e das empresas angolanas;
(3)- Transformar qualitativamente este nosso país
NOTA
como acabastes de ouvir, os nossos propósitos são do ponto de vista técnico, bastante motivantes; socialmente nobres e politicamente patrióticos. estamos a trabalhar para ajudar a conhecer-se melhor o nosso país, identificando com objectividade e realismo os seus principais problemas e ajudar o maior partido na oposição a gizar um programa de governo sério, realista e materializável, capaz de trazer para Angola um desenvolvimento sustentado e multifacetico e dar aos angolanos em geral, progresso e bem estar !
Contrariamente ao Governo do MPLA no poder, que como sabeis, vem há 36 anos assediando as populações de angola, com programas de governação:- cheios de promessas milionárias, utópicas e inconsistentes, que muito raramente consegue cumprir, o governo sombra da UNITA não irá prometer nada que não possa realizar no prazo normal de governação; não irá criar expectativas enganosas, não irá fomentar tensões, desilusões e frustrações a quem já tanto sofre. Seremos ambiciosos mas realistas; corajosos mas prudentes, nas politicas que iremos propor a UNITA para adoptar, quando for governo no poder !
Este país precisa de mudança, meus senhores! Mas não pode ser uma mudança qualquer que só altera a quantidade e não altera a qualidade. Não pode ser uma mudança que só cuida das infraestruturas e não cuida da pessoa humana, do angolano, como prioridade. Somos apologistas de uma mudança em Angola que traga qualidade e não da mudança na mediocridade a que afinal, já estamos habituados e fartos !
Qualidade na saúde; na educação; na habitação; nas infraestruturas; nas relações entre governantes e governados; nas relações familiares enfim, no meio ambiente em geral. Os angolanos em geral vivem sem esta qualidade de vida que nós preconizamos!
E digo-vos, olhos nos olhos, com toda a honestidade intelectual, esta qualidade de vida, as pessoas que governam este país á tantos anos, nunca poderão trazé-la ! E não podem porquê? Porque eles durante anos sucessivos já experimentaram tudo o que sabem e até o que não sabem, já ocuparam todos os altos cargos de estado deste país. Já foram embaixadores, ministros; presidentes de empresas; de organizações espontâneas e não espontâneas; governadores; generais e e sei lá que mais e quais são os resultados finais ?- Pobreza a crescer; desemprego a aumentar; informalidade da economia a aumentar; importações a aumentar; criminalidade a aumentar; violência doméstica a aumentar; prisões a aumentar; assemetrias regionais a aumentar; pobreza a aumentar; doenças a aumentar; mortes a aumentar... enfim, estamos sempre a subir no negativo e sempre a descer naquilo que são os indicadores sociais positivos!
Tudo isto é o resultado das más politicas do governo do MPLA aplicadas por estas mesmas pessoas que, cinicamente hoje também falam em mudança e numa Angola para todos, quando foram eles próprios que transformaram esta Angola boa só para alguns e má para a maioria da população nela viver !
Caros jornalistas, senhoras e senhoras.
O governo sombra que eu lidero, não consegue entender, como é possível que passados 10 anos de paz militar consolidada, aos quais se devem adicionar mais 26 anos de poder absoluto do MPLA, o presidente do MPLA, da república e chefe do executivo de Angola, venha a público dizer-nos que “ permanecem por realizar objectivos essenciais como erradicar a fome; pobreza e analfabetismo; injustiças sociais; intolerância; preconeitos raciais, regionais e tribais etc. “- acabei de citar Sua Excelência o presidente república / recente mensagem de fim de ano 2011!
Se depois de tantos anos no poder, não conseguiram concretizar “ o sonho de construir uma Angola para todos onde cada família angolana se sinta realizada, possuindo o necessário para ter uma vida condigna”, como reconhece o próprio presidente da república, é porque falharam e deviam então deixar os outros também tentarem governar melhor este país! Deixem de cometer fraudes eleitorais; organizem eleições verdadeiramente transparentes, justas que permitam que o voto do povo, não seja roubado das urnas ou durante a contagem informática, cujo software impedem os adversários testar e controlar! Se fizessem isto, a mudança que o povo tanto reclama, já teria acontecido em 2008, e hoje o presidente república, teríamos poupado com este seu discurso cínico!
Sim senhor presidente! Por culpa das más politicas do seu executivo, o cidadão angolano “...se sente excluído do processo de crescimento do país ou descriminado por factores de ordem subjectiva “, como por exemplo o fanatismo partidário dos militantes do partido que vexa lidera! quando uma mãe manda matar seu próprio filho por ela ser da OMA/MPLA e o filho ser da UNITA, nesta altura do campeonato, é porque muita coisa vai mal, no que tange a educação politico-partidária e cívica no seio dos militantes do MPLA!
Continuamos a assistir em Angola actos duma deshumanidade brutal, que violam os direitos humanos mais elementares e completamente inadmissíveis num estado que se pretende de direito democrático. Exemplos recentes disso, existem à mão de semear:- destacamos por exemplo:
(1)- o desalojamento e destruição brutal de casas, de varias familias, no miramar, transferidas para o zango 4. (vimos ontem imagens horrorosas na Tv-Zimbo ).
(2)- o julgamento e condenação de jornalistas em hasta publica por outros jornalistas dos medias estatais, um acto bárbaro e retrógrado! É a presunção de culpa a impor-se a presunção de inocência!
(caso da fotomontagem do jornal folha 8 que nos remete também ao caso de cárcere privado de Ngola Kabango, fanaticamente manipulados pelos media estatais, transtornados com o sensacionalismo patético e o excesso doentio de zelo )
(3)- são anunciadas na imprensa condenações de gestores publicos, sem que estes tenham sido sujeitos a julgamentos públicos em tribunais apropriados!
(4)- as manifestações pacificas continuam a ter tratamento discriminatório. As que apoiam o governo e o presidente, são autorizadas, financiadas e largamente publicitadas pelos media estatais, as que revelam indignação, descontentamento face a injustiças e abusos de poder, estas são arbitrariamente rechaçadas, pela administração publica e ou pela policia. E a lei que lhes dá cobertura é a mesma e os cidadãos envolvidos são todos deste país!
Paralelamente a isso, Sua Excelência presidente, agrava ainda mais a vida já complicada dos cidadãos de Luanda, quando sai do palácio para as suas visitas ou passeios de campo, ao fazer-se acompanhar de centenas de militares e policias armados até aos dentes, que sitiam a cidade numa demonstração de força de fazer inveja aos imperadores comunistas da Korea do Norte! É a cultura do medo que o MPLA através do seu governo insiste em impôr aos angolanos, mesmo depois de 10 anos sem guerras nem ameaças internas armadas!
Enquanto assistimos estupefactos e assustados a tudo isto :
(1)- o problema das matriculas na educação, continua a ser um bico de obra!
(2)- o ministro da economia ( Abrão Gourgel) informa-nos que dos 150 milhões prometidos p/ o crédito agrícola de campanha, pouco mais de 67 milhões foram utilizados, o que beneficiou 35.146 camponeses ora isto perfaz a irrisória quantia de kz.1.906 por camponês. É só fazerem a conta de dividir! Cada camponês recebeu menos de 2 mil kz. E para o crédito agrícola de investimento, prometeram para 2011, USD 200 milhões mas só disponibilizaram 100 milhões. e pensam que a agricultura se desenvolve com estas irrisórias quantias !
(3)- o programa de credito para a compra de habitação, continua adiado, sem os prometidos mecanismos de bonificação assegurados
(4)- a centralidade de Kilamba, tão pomposamente inaugurada e freneticamente anunciada como ex-libris das acções do governo, continua inabitada após mais de 6 meses!
(5)- Angola ganha o posto de terceiro país do mundo com mais sinistralidade rodoviária
(5)- dizem-nos que criaram mais de 20 mil empregos, mas continuamos a ver cada vez mais jovens e adultos a venderem nas ruas e ruelas das cidades;
(6)- dizem-nos que o salário mínimo nacional aumentou 15% nas na pratica o salário real só aumentou 1% porque a taxa de inflação acumulada ronda os 14%. ... enfim só aldrabices...intrujices... num acumular de promessas e mais promessas...para conquistar o voto ignorante do povo !
(7)- estamos a espera do Relatório e Balanço do Executivo do ano de 2011 e da Conta Geral do Estado, esta última, como sabem, este governo em 36 anos de poder, não consegue elaborar;
(7)- o orçamento para 2012 que foi aprovado pela Assembleia e que tive o prazer de analisar tecnicamente pelos vistos não irá alterar grande coisa a situação social degradante em que vive a maioria das populações de Angola. Já sabemos que se irá esbanjar muito dinheiro na campanha eleitoral, muitas consciências serão compradas, muitas pessoas serão enganadas, outras ameaçadas vai-se fazer muito alarido, e depois se o MPLA voltar a ganhar as eleições, a mal como sempre nos habituou, tudo ficará na mesma ou ainda pior, para os angolanos.
Para terminar gostaria de informar-vos que pensamos fazer este exercício de conversa franca e aberta convosco, mais vezes, pelo menos uma vez por mês, e algumas vezes poderá ser durante o café da manhã, tomando juntos o pequeno almoço ! Somos apologistas do diálogo aberto, abrangente, frontal e fraterno. O País é nosso, temos o direito de discutir os nossos problemas e dar as nossas contribuições para se encontrarem boas soluções. Todos somos poucos e não devemos aceitar ser marginalizados dos rendimentos e das oportunidades gerados pela economia deste país que afinal tem Estado a crescer!
Muito obrigado e a palavra para vós jornalistas caso queiram fazer perguntas, algumas das quais os ministros que me ladeiam irão com todo prazer responder!
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