terça-feira, 4 de setembro de 2012

Moçambique. Polémicas com empresas brasileiras pode comprometer imagem do Brasil


As polémicas laborais envolvendo empresas brasileiras em Moçambique podem comprometer a boa imagem do país sul-americano entre os moçambicanos, afirmou hoje à agência Lusa o ex-ministro moçambicano da Informação José Luís Cabaço.
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"Não foi só com empresas brasileiras que ocorreram problemas, mas o que saiu nos jornais foi o Brasil. Com os outros [países] as pessoas acham que é normal, mas com o Brasil não, devido à sua imagem, que é muito boa", disse Cabaço.
O também investigador da Universidade Técnica de Moçambique participou hoje numa conferência, na Universidade de São Paulo, sobre as relações entre o Brasil e África. Há empresas brasileiras, como a Vale, acusadas no país africano de desrespeito pelas comunidades e mão-de-obra local.
Segundo Cabaço, a relação entre o país e o continente, hoje, é feita por um duplo caminho: a cooperação, feita pelo governo, e a economia, que ocorre com as empresas, da mesma forma que com outros países. "Os problemas que surgem, surgem no segundo caminho", disse.
O ex-ministro moçambicano afirmou também que houve uma desaceleração dos programas de cooperação com a África no governo da presidente brasileira Dilma Rousseff, em comparação com o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não há o mesmo vigor. E, não havendo o mesmo vigor e o mesmo protagonismo, a imagem do Brasil [em Moçambique] acaba limitada à atividade económica", afirmou.
Já Henrique Altemani de Oliveira, professor de Relações Internacionais da Universidade Estadual da Paraíba, afirmou que, na situação de "renascimento" em que a África se encontra, a operação de empresas do Brasil e de outros países, como a China, é vantajosa para os governos, por não exigir contrapartidas ou condições.

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