As polémicas laborais envolvendo empresas
brasileiras em Moçambique podem comprometer a boa imagem do país sul-americano
entre os moçambicanos, afirmou hoje à agência Lusa o ex-ministro moçambicano da
Informação José Luís Cabaço.
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"Não foi só com empresas brasileiras que
ocorreram problemas, mas o que saiu nos jornais foi o Brasil. Com os outros
[países] as pessoas acham que é normal, mas com o Brasil não, devido à sua
imagem, que é muito boa", disse Cabaço.
O também investigador da Universidade Técnica
de Moçambique participou hoje numa conferência, na Universidade de São Paulo,
sobre as relações entre o Brasil e África. Há empresas brasileiras, como a Vale,
acusadas no país africano de desrespeito pelas comunidades e mão-de-obra local.
Segundo Cabaço, a relação entre o país e o
continente, hoje, é feita por um duplo caminho: a cooperação, feita pelo
governo, e a economia, que ocorre com as empresas, da mesma forma que com
outros países. "Os problemas que surgem, surgem no segundo caminho",
disse.
O ex-ministro moçambicano afirmou também que
houve uma desaceleração dos programas de cooperação com a África no governo da
presidente brasileira Dilma Rousseff, em comparação com o seu antecessor, Luiz
Inácio Lula da Silva.
"Não há o mesmo vigor. E, não havendo o
mesmo vigor e o mesmo protagonismo, a imagem do Brasil [em Moçambique] acaba
limitada à atividade económica", afirmou.
Já Henrique Altemani de Oliveira, professor
de Relações Internacionais da Universidade Estadual da Paraíba, afirmou que, na
situação de "renascimento" em que a África se encontra, a operação de
empresas do Brasil e de outros países, como a China, é vantajosa para os
governos, por não exigir contrapartidas ou condições.
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