quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Aumentam vozes em defesa de Assange


Julian Assange, o fundador do site de denúncias WikiLeaks que se encontra preso no Reino Unido, está a receber o apoio de vários países.

Pedro Duarte 09/12/10 00:05
http://economico.sapo.pt/noticias/aumentam-vozes-em-defesa-de-assange_106335.html

A Austrália culpou ontem os Estados Unidos pela divulgação das suas comunicações diplomáticas, afirmando que Assange não deve ser responsabilizado pelo facto. "O Sr. Assange não é ele próprio responsável pela fuga não-autorizada de 250 mil documentos da rede de comunicações diplomáticas norte-ameircana. Os americanos é que são responsáveis por isso", afirmou o ministro australiano dos Negócios Estrangeiros Kevin Rudd, ele próprio descrito por um dos comunicados divulgados como sendo um "maníaco do controlo".

A Rússia também veio em socorro do líder da WikiLeaks, tendo fontes do Kremlin afirmado que ele "deveria ser nomeado para o próximo Prémio Nobel da Paz" pelas suas acções. Para Claes Borgstrom, advogado de Assange, cujo pedido de libertação sob fiança foi rejeitado pelos tribunais britânicos enquanto é estudada a sua deportação para a Suécia, país onde é acusado de duas tentativas de violação , as acusações contra o seu cliente "não têm nada a ver com a WikiLeaks nem com a CIA".

Embaraço britânico

Os documentos que continuam a ser publicados na Internet pela WikiLeaks geraram ontem mais polémica internacional, ao revelaram que o líder líbio Muammar Khaddafi ameaçou o Reino Unido com um corte das relações comerciais bilaterais e "repercussões enormes" caso Abdel Basset al-Megrahi, o autor do atentado que destruiu o voo 103 da Pan Am sobre a cidade escocesa de Lockerbie acabasse por morrer na prisão. Em resposta, tanto o líder do governo regional escocês, Alex Salmond, como o antigo ministro da Justiça Jack Straw negaram que a decisão de libertar Megrahi tenha sido tomada devido às ameaças vindas da Líbia."De uma perspectiva escocesa, nós não estávamos interessados em ameaças, mas sim na aplicação da Justiça escocesa", afirmou Salmond, enquanto Straw precisou que "tanto Salmond como o governo britânico repetiram várias vezes a verdade, de que esta foi uma decisõa tomada pelo governo escocês".

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