Maputo (Canalmoz) – As revelações do portal Wikileaks já chegaram ao parlamento moçambicano. Os deputados da bancada parlamentar da Renamo não perderam tempo e já acusam os seus pares do partido no poder de serem “uma bancada de narcotráfico”.
“Toda a bancada da Frelimo é fruto do narcotráfico, porque fizeram uma campanha eleitoral que foi suportada pela venda de Cocaína, Haxixe, Mandrax, entre outras”, disse o deputado da Renamo, João Milaco, citando os documentos da embaixada dos EUA em Maputo, publicados pela Wikileaks.
A acusação do deputado da Renamo foi em resposta a palavras injuriosas do deputado da Frelimo, Edmundo Galiza Matos Júnior, que deixou de falar do Plano Económico e Social e do respectivo Orçamento do Estado de 2010, que estavam em debate, para falar da “desorganização da Renamo.”
Em resposta às “provocações da Frelimo”, Milaco disse que nenhum deputado da Frelimo tinha legitimidade para falar na casa do povo, uma vez que “financiaram sua campanha eleitoral com dinheiro do narcotráfico”.
“A Renamo não é um partido desorientado e tem uma liderança honesta, contrariamente à Frelimo que tem líderes mergulhados até ao pescoço no narcotráfico”, disse Milaco.
Prosseguindo, o proeminente deputado da Renamo disse que “Guebuza e Chissano são acusados de serem os facilitadores do narcotráfico, coisa que no nosso partido não existe, porque não temos memória de um nosso líder acusado de narcotráfico”.
Milaco não parou por aqui. Chegou mesmo a sugerir que a partir de ontem a bancada da Frelimo passasse a se designar como “bancada da Cocaína, Haxixe ou Mandrax, em homenagem ao narcotráfico”.
Todo o espectáculo aconteceu na presença de todo o governo de Guebuza que estava no Parlamento a defender o PES e OE 2010. O primeiro-ministro, Aires Ali, também teve de ouvir Milaco porque estava no plenário, à frente da equipa governamental.
(Matias Guente) 2010-12-10 05:01:00
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