No seu
disdiscurso (termo pagão, selvagem, que significa dizer muito para não dizer
nada), para começa JES sentiu que era necessário dar uma bofetada ao passado,
se possível regenerá-lo, dar-lhe lustre, a defeito de o poder suprimir da
memória dos angolanos.
FOLHA 8
«O país
já realizou duas outras eleições democráticas e multipartidárias, em que uma
clara maioria votou a favor do MPLA e do seu Líder. O facto de só hoje ter
lugar esta cerimónia formal de investidura significa que desta vez todas as
possíveis dúvidas anteriores foram completamente esclarecidas, concluiu,
triunfante.
Uma jóia
da incoerência mental. Onde é que o presidente teria ido buscar esta balela?
É que
nunca nenhuma clara maioria elegeu o líder do MPLA! Nas duas eleições
anteriores, em 1992 foi o que se viu (49%, insuficiente), seguido de guerra, e
em 2008 já o presidente candidato a presidente tinha feito as malas para
atingir outros patamares mais confortáveis a fim de evitar uma quase certa
reiteração da afronta à sua péssima popularidade. Quanto ao facto invocado por
JES, ao pretender que «desta vez todas as possíveis dúvidas anteriores foram
completamente esclarecidas», pois claro que foram, agora temos a certeza de que
a democracia para ele é um autêntico pesadelo e que uma das coisas que ele mais
detesta na vida são as eleições!
Note-se a
preocupação de limpar um passado que o envergonha!
Desejos tomados por realidade
O nosso
timoneiro JES teve a coragem de afirmar que «Angola é hoje um dos países mais
respeitados da diplomacia africana». Esta afirmação, como é óbvio, ultrapassa
os limites do british non sense. Dá vontade de rir e de chorar. Rir, porque é
um contra senso, chorar, por termos de aturar durante mais 5 anos este
presidente. Como é possível, depois do isolamento a que a diplomacia angolana
foi submetida no seguimentos das suas totalmente fracassadas intervenções nos
conflitos ocorridos na Côte d’Ivoire e na Líbia, depois da circense operação na
Guiné, motivo de repúdio e galhofa no estrangeiro, vir agora o PR dizer que a
nossa diplomacia é das mais respeitadas? Só pode dar vontade rir. E, se
juntarmos estas asserções ao que resta do seu discurso vazio e tiramos uma
conclusão global, temos de convir que estamos em face de uma pessoa que profere
barbaridades para justificar o que não tem ponta por onde se lhe pegue, que
está confundir a realidade com os seus desejos, sonhos e sabe-se lá o que mais,
enfim, isto não é discurso político, é uma alegoria auto-laudativa a uma
política que se perspectiva, quer dizer, irreal.
E nessa
perspectiva inscrevem-se a promoção da igualdade do género, o rigor na
observância dos princípios da boa governação e da transparência na gestão dos
bens públicos, um lugar privilegiado ao diálogo com a juventude, a consolidação
do Estado e das suas instituições a garantia da estabilidade política, da paz e
das liberdades democráticas, a níveis de crescimento recordes que resultam da
eficácia das medidas tomadas pelo Executivo. Tudo quimeras!
Roubo nas
barbas do Mwanbolé
Neste simulacro
de eleições gerais que se realizou no passado dia 31de Agosto, a batota foi
clara, limpidíssima, mas pelo que parece, ninguém a conseguiu ver...Ninguém
conseguiu ver as pessoas que foram enviadas para casa do camangalho, porque o
sítio que lhes fora anunciado para votar não era o mesmo que elas tinham
escolhido (graças ao MAT), mas longe, muito longe, em alguns casos a centenas
de quilómetros de sua casa; ninguém viu os cadernos não expostos a público em
Abril, repetimos, em Abril; ninguém viu o FICRE a inventar assinantes e a matar
outros para eliminar o BD e o PP, o MAT a entrar no jogo sob pretextos
falaciosos, os mortos a votar, os chineses a baralhar cartões eleitorais em
Cabinda, os votos do Cazenga a serem anunciados antes de o Cazenga os contar,
as discrepâncias entre as contagens no terreno e os anúncios da CNE, os
cadernos eleitorais encontrados no lixo, a destruição de provas depois da
declaração dos resultados, NINGUÉM VIU NADA…. E O TC TAMBÉM NÃO! Mas o que é
muito mais grave que isso, quer dizer vermos o MPLA a ter de recorrer a estes
indesmentíveis estratagemas sujos para vencer, foi a evidente e significativa
tristeza dos angolanos depois da declaração dos resultados
Gralhas
jornalísticas
Aqui vão algumas gralhas e solavancos de linguagem
que se verificaram em muito boa imprensa ou pelo menos considerada como tal:
“Um morreu e o outro está morto....” Jornal da TVI – Manuela Moura Guedes; “É
trágico! Está a arder uma vasta área de um pinhal de eucaliptos” – Jornalista
da RTP; “Estão zero graus negativos” – Jornalista da TVI; “As chamas estavam a
arder” – Jornalista da TVI -; “O assassino matou 30 mortos” – Rodapé do Jornal
da SIC; “Foi assassinado, mas não se sabe ainda se está morto” – Jornalista da
TVI; “Os aquaparques têm feito, este ano, muitas vítimas. Que o digam os dois
mortos registados este mês” - Comentário duma jornalista sobre o caso do
aquaparque; “Quatro hectares de trigo queimado. Em princípio trata-se de um
incêndio” – Rádio Voz de Arganil; “Chega agora a informação: o jogador que há
pouco saiu lesionado sofreu uma fractura craniana no joelho – Relato de
futebol. Viva o jornalismo angolano!
Miopia
selectiva
Um confrade nosso por quem temos de resto estima e consideração pelo
trabalho que desempenha nos palcos da media angolana, viajou aqui há uns tempos
atrás para a África do Sul e depois de uma curta estadia regressou a Angola desapontado,
comentando assim a sua estadia: «Depois de três dias na África do Sul fica-me a
impressão que este país está a decair em termos de eficiência de serviços». Deu
alguns exemplos de constrangimentos de facto desagradáveis, mencionou a morte
dos mineiros como sendo um péssimo ponto para esse país e rematou um quanto
acidamente:« ao será caso para dizer que o modelo de democracia importado de fora
só está a prejudicar este grande país? É que, enquanto os outros países
africanos avançam devagarzinho este gigante africano recua. E nem brancos nem
negros, nem mestiços estão satisfeitos com isso... ao será caso para dizer que
o modelo de democracia importado de fora só está a prejudicar este grande país?
É que, enquanto os outros países africanos avançam devagarzinho este gigante
africano recua. E nem brancos nem negros, nem mestiços estão satisfeitos com
isso... Não será caso para dizer que o modelo de democracia importado de fora
(palavras de JES) só está a prejudicar este grande país? É que, enquanto os
outros países africanos avançam devagarinho este gigante africano recua. E nem
brancos nem negros, nem mestiços estão satisfeitos com isso...». Aqui chegados,
pensamos que o nosso estimado confrade tirou os óculos de ver ao perto e pôs os
que só lhe permitem ver ao longe. Então “este gigante recua e os outros países
africanos avançam!?” Angola avança e a África do Sul recua!?... E estão aí os
resultados das eleições para confirmar a nossa felicidade!?.. É isso? …
Só pergunto por que razão no dia da proclamação do resultado das
eleições praticamente ninguém saiu à rua para festejar! Ingratidão?... Que
valham os Jaguares que os juízes do Tribunal Constitucional vão receber como
contrapeso a tanto olvido deste povo ingrato.
Cacimbo e
sexo
Os meses de cacimbo são, segundo a opinião de
especialistas internacionais, de maior atracção sexual do que os do tempo das
chuvas. Como é óbvio, nessa época de maior frio a espécie humana. procura
aquecer-se onde puder, e o inefável calor da mulher e do seu sexo, constituem
magníficas alternativas ao fraco calor que o sol nos dá nessa altura. Por vias
de inevitável consequência, decorre uma sensível variação do índice de gravidez
humana, que aumenta proporcionalmente ao número de graus centígrados que a
temperatura desce. Mas se fosse só isso, tudo bem, a maka é que nessa altura os
crimes cometidos por causa do ciúme sexual aumentam. O Dr. Libério Kiala,
médico em ginecologia e especialista em tratamento de perturbações sexuais, é
de opinião que “em todas as sociedades humanas é assim. Tanto o género
masculino como o feminino vêem as suas funções sexuais aumentar de rendimento
com a chegada do frio, e o aumento da secreção de hormonas de ambos os sexos
provoca um estado de grande fertilidade”. Mas, acrescenta, “O cacimbo também é
a época em que se cometem mais crimes por motivos de ciúmes, porque no tempo de
frio nenhuma mulher dispensa nem sequer um dia que o seu esposo durma fora de
casa”. O cacimbo como agente provocador de crimes por causa de ciúmes E esta,
han!?...
“Morte” aos
Hospitais mortíferos
Esta sai mais uma vez por ser sabido que água mole
em pedra dura tanto dá até que fura. Leiam com atenção. Por ser de utilidade
pública e quase totalmente ignorada pelas clínicas privadas e se apresentar aos
olhos, ou melhor, aos ouvidos de uma esmagadora maioria de cidadão angolanos
como uma espécie de Top Secreto, o Folha 8 reitera o aviso já dado nesta página
aos utentes desse tipo de estabelecimentos médicos a propósito de um articulado
da lei nº 3359 do 07/01/02 que foi publicado noDiário da República em
09/01/02 e dispõe o seguinte:
Art.1° – Fica proibida a exigência de depósito de qualquer natureza, para
possibilitar internamento de doentes em situação de urgência e emergência, em
hospitais da rede privada.
Art 2° - Comprovada a exigência do depósito, o
hospital será obrigado a devolver em dobro o valor depositado, ao responsável
pelo internamento.
Art 3° - Ficam os hospitais da rede privada
obrigados a dar possibilidade de acesso aos utentes e a afixarem em local
visível a presente lei.
Art 4° - Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Não deixe de prevenir todos os seus amigos,
parentes e conhecidos, amigos e inimigos dos conhecidos, enfim, toda a gente
que se encontre no seu caminho, a fim de evitar que abusos dessas clínicas se
reproduzam como até esta data e já foram causa de morte de muitas pessoas mais
carentes. Uma lei como esta, que deveria ser divulgada, está praticamente
escondida da população! E isso vem desde 2002. Estamos em 2011. Enviem-nos os
relatos de todas as ocorrências que sejam violadoras desta lei.
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