domingo, 30 de dezembro de 2012

Luanda: Preços elevados ensombram quadra festiva


Os preços dos bens de primeira necessidade e outros estão cada vez mais altos com a chegada da época festiva
Agostinho Gayeta VOA
Um Natal feliz e uma óptima passagem de ano é o desejo superior de muitas famílias angolanas que ao seu jeito e com recursos que possuem prepararam e procuram viver de forma intensa os últimos dias do ano de 2012, mas nem todos podem materializar este desejo por falta de recursos financeiros.

Luanda vive dias de alguma agitação nas principais zonas comerciais e supermercados. Em causa está a necessidade de adquirir bens de primeira necessidade e não só, para passagem de uma óptima quadra festiva em companhia de familiares e amigos.
Os preços dos bens de primeira necessidade e outros no mercado, tanto formal como paralelo estão cada vez mais altos com a chegada da época festiva e alguns cidadãos com pouco recursos financeiros vêm-se cada vez mais incapazes de adquirirem bens essenciais para passar uma quadra festiva em condições minimamente aceitáveis. As razões são várias e vão desde a falta do subsídio de Natal, o baixo rendimento mensal e principalmente a subida de alguns produtos elementares.

Bens elementares como os do géneros alimentício, bebidas, roupas, calçados, brinquedos para crianças, entre outros, constam entre os que preços mais dispararam, segundo opinião de consumidores entrevistados em zonas como os mercados dos Congolenses, São Paulo e locais adjacentes caracterizados como pontos fortes da urbe no que toca o comércio.

O apelo dos nossos entrevistados que se mostraram preocupados com a situação vai para baixa de preços por um lado, por outro, para um consumo e gastos controlados tendo em conta o mês de Janeiro que se avizinha, mes este considerado por muitos como sendo de fome.

O sociólogo João Paulo Ganga fala da necessidade do estado preparar antecipadamente a época natalícia. Para o também docente universitário a especulação de preços deve-se ao empobrecimento da família. Neste sentido o academico apela ao executivo a repensar a convivência familiar aumentando a capacidade aquisitiva dos cidadãos.

Celso Malavoloneke, docente universitário, diz que o aumento da capacidade aquisitiva da família não se compadece com a quantidade de dinheiro à sua disposição. O também jornalista defende que o estado devia criar condições para que a oferta estivesse à altura da procura no mercado.

Mas em Luanda não são apenas os bens de primeira necessidade cujos preços subiram nesta quadra festiva. Há cerca de duas semanas houve escassez de gás butano. A Sonangol estava como problemas na distribuição do produto devido às más condições de acesso à sua central de gás na capital. A situação originou a subida do preço do produto, devido à incapacidade de satisfação da procura.

Nos últimos dias registou-se uma subida vertiginosa no preço pela corrida de taxi, de cem para trezentos kwanzas.
A subida dos preços da corrida de taxi, segundo os taxistas, deve-se aos congestionamentos, à manutenção das viaturas e ao mau estado das vias rodoviárias.
A polícia económica está a desenvolver desde o passado dia 26 de Novembro um plano operativo de combate à especulação de preços. Dezenas de infractores já foram detidos, julgados e condenados.

O Ministério da Administração Pública Emprego e Segurança Social já chamou atenção à todos empregadores em relação as multas altas pelo incumprimento da lei e promete mão pesada para quem transgredir.
Venceslau de Matos o director provincial de Luanda da administração pública emprego e segurança social.

O João Paulo Ganga entende que a época festiva em Angola deva ser aproveitada como oportunidade de trabalho e de coesão nacional.
Na sua análise mais profunda da situação, o Sociólogo afirma que se regista no país cada vez mais um empobrecimento da família angolana. Nesta medida o docente universitário critica os baixos subsídios de Natal proporcionado por algumas empresas, mas alerta para o mau exemplo que tem sido o estado angolano no que concerne o pagamento de dívidas com as empresas privadas.

Diferente dos outros anos, na capital do país, do ponto de vista do embelezamento das ruas e avenidas, este ano, registam-se poucas iniciativas, mas há uma enorme procura de produtos elementares nos mercados.

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