domingo, 9 de dezembro de 2012

Carta aberta ao governador provincial de Luanda – munícipes do Cacuaco


A Sua Excelência
Senhor Governador de Luanda


C/C Sra. Administradora de Cacuaco

Assunto: Reclamação Sobre o mau estado das vias

Luanda, 30 Novembro de 2012

Exmos Senhores,
As nossas cordiais saudações.

Nós moradores do bairro Dala Mulemba/ comuna do kikolo/município de Cacuaco, vimos através de este expressar o nosso descontentamento face às condições precárias de saneamento básico que vivemos neste bairro, sobretudo neste período chuvoso. Mas esta situação agravou-se desde Julho deste ano, isto é, antes das eleições uma empresa chinesa, abriu buracos na única estrada que os moradores utilizavam para se deslocarem seja para cidade ou para outros cantos. Acreditamos que esta obra é do conhecimento da administradora de Cacuaco e do Sr. Governador Provincial, segundo o placar que esta fixado no inicio da estrada, ora interdita, com seguintes dizeres: obra a cargo da Empresa Chinesa de Construção e Obras Publica (AN-ZHONG), empresa Fiscalizadora: ENGIFISC, dono da obra: Minuc e GPL, mais agravante não há prazos para o fim da obra.

Passado quatro meses desde que cavaram e deixaram a via fechada, ninguém aparece para se pronunciar acerca da paralisação da obra. Isto mostra a falta de respeito que essas empresas e com conivência das autoridades locais não têm respeito pelos cidadãos.

Num pais de direito essa empresa deveria pagar pelos danos matérias que estão a causar aos moradores dos Bairros Dala Mulemba, Sucanor, bairro Uige e Fabimor e arredores.

O mais agravante, não existe nenhuma alternativa para os moradores usarem, as duas únicas alternativas (as vias terciária que passam atrás da Cimangol, e a outra que passa de fronte a GDK –Terminal de abastecimento de combustíveis a camiões) estão em péssimas condições, a via que passa atrás da Cimangol para alem de estar cheio de buracos e o terreno fértil para meliantes, naquele troco ha sempre assaltos a viaturas, e no troco que passa na GDK é um outro calvário, a mesma não é segura para uma circulação rodoviária com camiões contemporizada a usarem a mesma via, com maiores probabilidade de ocorrer um acidente naquele troço a qualquer altura.

Temos a impressão de que administradora de Cacuaco não é sensível a essas situações e deve acha-las normal.

Agastado com a situação os moradores fizeram uma reclamação junto da TV Zimbo. E como os nossos governadores gostam dar o Show como se diz na gíria (Gostam aparecer como a mana madó), la apareceu a administradora de Cacuaco a justificar o injustificável, promessas e mais promessas como é o habito dos camaradas, até este preciso momento, nada a via continua fechada.

Até quando vamos continuar a viver neste sofrimento? Até quando os governantes vão aprender a respeitar os cidadãos? Mais quanto tempo vamos esperar para ver resolvido os problemas mais básicos?

Todas as declarações que sua excelência Sr governador de Luanda, Bento Bento; que ele fez após as eleições apontavam para um relacionamento saudável entre dirigentes e cidadãos, mais na pratica parece que as mesmas soaram como se fosse, declarações de divorcio. Parece que cada vez mais há um murro de Berlim a separar-nos. Desta maneira como é que pedem a colaboração dos moradores se não existe nenhum espaço nas administrações para reclamações? Se os administradores nunca fazem visitas aos bairros mais críticos dos municípios que dirigem? Estamos falando concretamente de Cacuaco.

Por isso, Sr. Governador, pedimos a sua intervenção no sentido de reparar ou pelo menos tapar os buracos na via que sai do triangulo da Tecnocarro ate a Soares da Costa.

Lembramos que, esta via antes dos chineses fazerem buracos e interditarem – na, ainda circulava-se com maior ou menor dificuldade.

Por outro lado, antes desta destruição feito pelos chineses nesta via, a mesma beneficiava sempre de alguns paliativos feitos pela Construtora Soares da Costa. Porque é que o governo provincial, não tendo verbas suficientes, para uma completa recuperação não solicitou SC a fazer o mesmo paliativos? Afinal os maiores beneficiários são também as empresas que estão nos arredores daqueles bairros. Onde esta a responsabilidade social das empresas em relação as comunidade onde elas estão fixadas?

Citamos aqui as palavras do Sr. Governador de Luanda, pronunciada dia 11 de Novembro de 2012, publicado no Angop.

“A aposta de transformar a cidade de Luanda num espaço bom para se viver foi hoje, domingo, reiterado pelo governador Bento Sebastião Francisco Bento no final da cerimónia de entrega de kits profissionais para cooperativas e meios de locomoção a pessoas portadoras de deficiência.

De acordo com o dirigente em declarações à imprensa, a aposta vai para o melhoramento do abastecimento de água potável, fornecimento de energia eléctrica e saneamento básico.

A melhoria da circulação rodoviária, com destaque para o interior de bairros, criação de mercados, melhoria de condições de habitabilidade, áreas de lazer, de entre outros projectos, foi apontada igualmente por Bento Bento como prioritárias do seu executivo.

Como disse, a qualidade de vida da população tem aumentado consideravelmente desde a independência do país, sendo que actualmente as pessoas têm obtido bons rendimentos económicos, por isso, devem continuar a trabalhar com o objectivo de elevarem a sua produção laboral e ajudar o processo de desenvolvimento da província.
Por isto, exortou aos citadinos no sentido de exercerem com zelo o seu dever de cidadania e patriotismo sempre que forem chamados para contribuir no crescimento do país.

“Todos nós temos o dever de contribuir para o crescimento do país e do bem-estar da população, com responsabilidade e sentido patriota”, reforçou.

Contudo, queremos apenas dizer que, não basta falar é preciso começar agir no terreno.
Algumas sugestões:

1. Qualquer projecto ou plano deve ser avaliado, ou seja, o governo provincial deveria fazer balanço dos seus projectos de habito social a nível de cada município se foram ou não implementado, se satisfez ou não os destinatários. Mas esse balanço não deve ser apena uma mera estatística. Deve contar com a participação dos munícipes. 

2. É preciso responsabilizar as empresas que estão, sediadas nos municípios no sentido de participarem na melhoria do saneamento básico, na recuperação das vias terciárias dos bairros como parte da sua responsabilidade social nas comunidades. Isto acontece em qualquer parte do mundo.    

Os moradores dos bairros Dala Mulemba / Sucanor, B.Uige, Fabimor.
Club-k.net

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