segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Discurso (improviso) do Presidente da CASA-CE Dr. Abel Chivukuvuku




I° Encontro Nacional da Juventude Patriótica da CASA-CE

Luanda 08 de Dezembro de 2012


Viva Angola
Viva a CASA
Viva a Juventude Angolana
Viva a Juventude Patriótica

Companheiros,

Quero em primeiro lugar saudar os dirigentes da CASA aqui presentes e mais uma vez agradecer por terem aceite o desafio desta empreitada que foi por Angola, mas que não era nada fácil.

Quero saudar todos os presentes em particular os jovens que acreditaram que todos juntos podemos fazer uma Angola  melhor para todos; quero igualmente transmitir um cumprimento especial aos jovens que vieram das províncias, secretários executivos provinciais da Juventude Patriótica, espero que deixaram as famílias e todos os companheiros bem.
Sejam bem vindos e faço votos que os vossos trabalhos decorram de forma frutuosa.

Agradeço igualmente a presença do Secretário ou do Chefe do Conselho Nacional da Juventude e do Representante do MPLA e de outros partidos, se cá também estiverem.

Aplausos

Lançamos o desafio por Angola e temos hoje o dever de transmitir um profundo agradecimento a todos os angolanos e em particular aqueles que votaram na CASA.

Temos a obrigação de reconhecer que foi maioritariamente a juventude que votou para a CASA porque acreditou que podemos todos juntos devolver o sonho aos angolanos e fazer com que cada um possa realizar em Angola o seu sonho. Durante muitos anos quase era proibido sonhar, acreditar que podemos nos realizar. Ainda hoje o país põe muitos travões àqueles que querem acreditar que se pode sonhar e se pode realizar os sonhos.

A Juventude Angolana e a Juventude Patriótica em particular, não pode deixar de sonhar porque o país é o conjunto da realização dos sonhos de cada um de seus filhos. Aquele que deixar de sonhar, perde parte relevante da sua natureza e humanidade.

Afinal temos mesmo todos que sonhar e temos também que acreditar que podemos transformar nossos sonhos em realidade e eu apelo aos jovens da Juventude Patriótica: “Sonhem e lutem para realizar os vossos sonhos”.

“As eleições de 2012 foram apenas o início do desafio que nos propusemos; foram apenas um começo, um passo e temos que renovar hoje este compromisso de todos juntos realizarmos aquilo que fez com que nós construíssemos a CASA”.

Angola já tinha mais de setenta partidos e organizações políticas, porquê a necessidade de fazer mais um? Muitos de nós já estávamos em outras organizações politicas, porque saímos para fazer mais uma? Angola precisava ou não? – A resposta é esta, Angola precisava e vamos dizer porquê.

Em todas as sociedades há 4 (quatro) factores dinamizadores da mudança e a necessidade da mudança faz-se em função do diagnóstico da situação que se vive e neste caso, qual é o diagnóstico que fizemos de Angola, para termos a necessidade de construir mais uma organização política, o diagnóstico foi de que Angola estava doente.

Vivemos ainda uma situação de autoritarismo quando, nós próprios decidimos, que queremos uma democracia plural e liberal.

Vivemos ainda uma situação de um pais potencialmente rico com a maioria da população a viver em pobreza. Aqui vocês todos, a maioria sois pobres.

Aplausos

Os fundamentos da Criação da CASA

Vivemos ainda uma situação em que temos uma governação caracterizada pela insensibilidade para com a condição do cidadão, sobretudo onde os governantes governam para si próprios e não para o cidadão.

Vivemos um contexto de corrupção, clientelismo e nepotismo e não podemos aceitar aquilo que muitos dizem: o Angolano tem uma capacidade ilimitada de aceitação da mediocridade, não podemos.

Afinal podemos construir todos juntos um país que realiza todos os seus filhos de forma igual, o que hoje não acontece. Se formos a fazer um estudo da composição do governo, veremos que é um total nepotismo, que são todos familiares de um certo grupo que são ministros disto, ministros daquilo. Não há outros angolanos, mesmo do próprio partido no poder, competentes também para serem dirigentes? Existem. Mas, a natureza da governação é nepótica.

Este conjunto de factores é que fez com que tivéssemos mesmo de criar a CASA porque dos vários factores que podem propiciar as transformações, são claros.

Há sociedades em que os próprios regimes ganham consciência que têm de fazer transformações e fazem essas transformações. No nosso caso, se nós esperarmos que o actual Presidente da República faça transformações profundas, não vai acontecer.

Há outras situações em que são as forças políticas da oposição que dinamizam as transformações. Até aqui as que havia, não tinham fé de que era possível fazer estas transformações. E, na vida ninguém faz uma coisa que não acredita, é preciso ter fé, porque há dificuldades, há desafios, sim senhor. Mas com fé realizam-se todas as tarefas que queremos fazer.

Há outras sociedades que são os segmentos da sociedade civil que dinamizam as transformações. Se formos a ver, na Primavera Árabe, aquilo que aconteceu no Egipto, Tunísia, não foram nem os regimes, nem os partidos políticos, foi a sociedade civil, a cidadania é que fez as transformações.

No nosso caso, vivemos um contexto em que a sociedade civil está fragmentada e a cidadania foi amordaçada. Por isso em Angola, não podemos esperar que vai ser a sociedade civil a dinamizar as transformações que têm de ser feitas.

Há sociedades onde, são as revoluções que dinamizam as transformações, em alguns casos por revoluções violentas. Nós já tivemos muito disso, não queremos mais. É por isso que tivemos que fazer a CASA. Para a CASA assumir o papel de dinamizar as transformações que o país precisa e poder ascender ao poder e transformar o país.

Aplausos

Os desafios

Neste momento, a CASA ainda é um fenómeno político de Classe Média e da Juventude. Temos o desafio nos próximos 4 (quatro) anos de transformar a CASA para se tornar num instrumento político de massas e de juventude. Temos que fazer da CASA um Grande Movimento de Massas liderado pela Juventude.

Assim poderemos idealizar 2015. Temos um papel decisivo nas autárquicas para acabar com a hegemonia total da gestão do país ao nível local de um só partido e assumirmos o desafio em 2017. Vamos a luta! Por isso, dizemos, Juventude Patriótica levante-se, a juventude angolana que se assume levante-se, vamos ao desafio 2017.

Aplausos

Mas para isso digo-vos, não é coisa pequena, temos que assumir o desafio de transformar a CASA em organização política de Massas e da Juventude, porque se continuarmos como organização política de Classe Média e da Juventude, não realizaremos os nossos objectivos.

Vamos encetar este processo de mudança para a nossa organização e é por isso que convocamos o Congresso Extraordinário. O Congresso Extraordinário tem o objectivo fundamental. Até lá, temos que Pensar e Programar; Estudar e Compreender Angola; estudar e compreender os diversos segmentos que fazem parte da nossa sociedade, só assim é que teremos noção das expectativas de cada cidadão, de cada segmento social e podermos de facto corresponder com estas expectativas.

Programar: porque a transformação da CASA de fenómeno de Classe Média e de Juventude, para fenómeno político de massas e de juventude, não pode ser feito de forma empírica. Não pode ser feito sem programação, sem estruturação e é isso que nós pedimos os jovens façam parte deste processo de pensamento e de programação, para que chegados em Março possamos estruturar um programa de longo prazo de 5 (cinco) anos, coerente, realista, exequível, mas ambicioso e a altura dos desafios que temos para este país.

Neste entretanto, somos parte das instituições da República de Angola. Estamos no Parlamento e vamos fazer parte do Conselho da República. Mas, como CASA, temos que ser actuantes, firmes, sérios e patriotas, dentro dessas instituições. Podemos iniciar a ter orgulho deste pequeno grupo parlamentar, mas que vai dar um contributo inestimável neste país.

O papel dos deputados

As premissas da nossa participação em órgãos institucionais, serão em 1° lugar contribuir para a estabilidade deste país. O nosso conceito de estabilidade passa pela existência de instituições fortes e de processos políticos sérios e credíveis. É isso que garante a estabilidade. Nós CASA, não aceitamos a lógica de que estabilidade passa por líderes fortes e autoritários. Isto não é verdade e a história provou no caso da República da Côte d’Ivoire, teve um líder forte e autoritário, não construiu instituições e processos políticos fortes e sérios e quando desapareceu o país desabou.

Nós queremos que a estabilidade repouse sobre processos políticos sérios e credíveis e instituições públicas fortes. A Assembleia Nacional tem que ser forte; o Poder Executivo forte no seu papel; o Poder Judicial também forte no seu papel independente.

Nós vamos contribuir para a afirmação da Democracia em Angola. Democracia Plural, transparente e onde todos possam participar de forma igual.

Vamos contribuir para forçar o actual governo a melhorar a qualidade da governação criticando, interpelando e apresentando mecanismos, apresentando propostas de soluções para os diversos problemas que os angolanos têm.

Vamos contribuir para que os actuais governantes compreendam que os recursos do país têm de ser aplicados para a melhoria da qualidade de vida do cidadão.
Não podemos continuar a aceitar sermos um país potencialmente rico com a maioria de cidadãos pobres.

Não temos desavenças com os ricos. O país tem de ter ricos, mas façam com honestidade e com trabalho sério.

Vamos contribuir para que em termos de visão de construção do país que nós queremos, tenhamos a capacidade de dialogar e todos podermos dar o nosso In-Put. E por isso, os desafios de 2015 e 2017 têm de ser encarados como um momento para fazermos a viragem da construção deste país que nós queremos para todos.

Em todas as sociedades, lá onde a juventude se assumiu como factor dinamizador das transformações, as transformações ocorreram. Lá onde a juventude é apática, demissionária e fatalista, não há transformações. É por isso que depois de um longo período de estagnação, hoje assistimos ao revivalismo da nossa juventude, mas é preciso fazer com que a juventude assuma. É preciso fazermos com que a juventude deixe a apatia, não haja medo, porque o medo torna vulnerável todos aqueles que têm medo.

Temos mesmo a obrigação de acreditar que podemos construir um país que realiza os seus cidadãos. Temos de acreditar!

Temos de acreditar que nesse emaranhado de angolanos, há aqueles que aceitam o sacrifício e aceitam a liderança para uma Angola diferente. É isso que eu quero deixar hoje para vós, Juventude.

Da mesma maneira que houve o cepticismo quando criamos a CASA porque há os que não acreditaram, hoje quero vos dizer: acreditem pois, há uma liderança da CASA que está disponível e pronta para fazer as transformações.

E vocês juventude Patriótica têm de fazer parte desta Liderança Nova por Angola. Essa nova liderança por Angola do futuro; esta nova liderança com visão, com coragem patriótica, mas tem de ser necessariamente incorruptível.

Aplausos

Temos mesmo que acreditar, temos mesmo que ter fé, mas depois temos que trabalhar para transformar esta fé em realizações. Não virão génios fazer o nosso trabalho, não virão especialistas, sereis vós angolanos normais, comuns que ireis protagonizar as transformações.

Em todos os períodos da história, e da humanidade, os actores das grandes transformações não se dão conta do papel histórico que representam no momento em que o fazem; são outras gerações. Então aceitem que vós próprios fareis estas transformações e os vossos filhos, vossos netos, vão ler na história: “Houve, os jovens da CASA, uma Nova Liderança moderna, visionária e corajosa que desenvolveu o processo político que permitiu fazer as transformações patrióticas que levaram Angola ao rumo positivo.

Aplausos

Vou terminar mais uma vez com duas palavras:

Fé e Convicção.

Os jovens têm de assumir com fé e convicção que nós podemos; podemos ser um factor positivo para as transformações que este país precisa e por isso peço-vos neste vosso encontro, trabalhem de forma séria e profunda, sobretudo lancem os alicerces para desenvolvermos este processo que vai nos levar até ao Congresso que é:

Pensar e Programar.

Muito Obrigado
Imagem: Chivukuvuku, responde as questões dos jornalistas .
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