segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Basquetebol partidário, casebres e futebóis (2)


E o espectáculo seguia privatizado quando a cada jogador na Cidadela lhes premiaram com bandeirinhas partidárias. Na realidade deixou de ser um acontecimento nacional. Adulterou-se em mais um comício num jardim milionário. Na teimosa ilegalidade apoiada a descoberto por estrangeiros amigos de longa data e outros nascentes.

Se os estrangeiros actuam globalmente, ilegalmente, então a conclusão é do simplório. Tudo ilegal. Quem promove ilegalidades, ilegaliza-se. Está dentro da linha fundamentalista angolana. Eu sou o poder eterno, eleito pelos nossos deuses eternos. Quais serão as próximas mentiras que o governo nos contempla? Angola não parece um país. É um castelo onde reside um rei com o seu séquito, a nobreza. Lá não lhes falta nada. Têm tudo o que é necessário e inecessário. No castelo tem guarda privativa, exclusiva, selectiva. São os cavaleiros da triste figura. As populações vivem aterrorizadas, afastadas do alvar castelo. Não têm direitos, exceptuando quando adoecem legalizam-lhes o direito de morrerem abandonadas em qualquer hospital do terror reinante. Mas, um grande mérito e uma grande vitória devem-se a este poder quase cinquentenário. A restauração, a implantação da selvajaria mais ímpar. Não é necessário ver um filme de terror, basta ir a um dos hospitais de Luanda. É aliciante, aterrorizante... é real, ao vivo.

A festa basquetebolista prosseguia amplamente bicolorida com a perda da identidade nacional e cultural. O desporto é óptimo para a lavagem cerebral nacional e para a lavagem de dinheiro. A terra também é partidária, continua na utilidade pública deste Estado marxista-leninista. É por isso que oportunistamente espoliam, gatunam. A terra não é do Estado, é deles. Devido à falta de espaço livre em Luanda, a governação com o empenho habitual, enceta um plano inusual. Não surpreenderá se fecharem definitivamente as ruas de Luanda e nelas construírem os prédios deles. E tudo se resolve. E quem costuma isto dizer é a morte.

Um governo de futebóis e para estádios de futebol. O MPLA não é um partido político, é um estádio de futebol. Na verdade há mais duas Angolas. Uma no interior (a dos palácios) e outra exterior, a dos campos de concentração. Qualquer pessoa sente-se envergonhada perante tanta sabedoria, tantos predicados nesta fauna, neste mundo povoado de tão insignes festejados laudatórios. A Nação sente-se orgulhosa perante tal aridez e desencanto. Quem não lê, não sabe, não valoriza os livros, por isso esbanja, derrete dinheiro da nação em estádios de futebol. Um governo dos estádios e para eles.

Os Maias construíram uma cidade num planalto. O Partidário constrói estádios de futebol em baixo. Esmolam-se populações das terras para nelas plantarem a fome dos futebóis. Claro que lucram muito com as comissões da corrupção.
Que gastam dinheiro em parabólicas e não gastam na manutenção dos condomínios?! Não sabem porquê?! Porque são paupérrimos governantes. Gastam o dinheiro do Estado, que não é vosso em carros de luxo e muitas outras luxúrias. Gastamos dinheiro em parabólicas para não escutar as vossas promessas, horríveis mentiras que nos disparam há quase cinquenta anos. O que se nota é uma incapacidade global para resolverem o que quer que seja. Soltam os cães do poder, espalham-nos e aterrorizam as populações. Assaltam, arrasam casas. Hordas extremamente bárbaras que suplantam terramotos e vulcões. Não há lei, é o poder dos cães na terra queimada. Não lei nem ordem. Vive-se o temor da lei do tiro. Como na Argélia do tempo francês que ordenaram disparar em tudo o que se mexesse. A história repete-se. Forças estrangeiras coligadas com angolanos regressados à selva da colonização.

Imagem: http://2.bp.blogspot.com/

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