sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O Cavaleiro do Rei (47). Novela


Por mais que tentemos disfarçar, existe sempre um pormenor que nos escapa. As mulheres são nisso muito hábeis. Pinturas viu que a parte superior do micro-biquíni da princesa estava molhada, manchada. Como mulher já tinha passado por esses melindres. Voltou-se de frente para Epok, piscou-lhe um olho, depois piscou os dois para debaixo da cama. Epok tira a espada e mergulha-a na direcção indicada. La Padep faz o seu corpo rolar. Salta e põe-se de pé. Pega na sua espada. Apara o golpe fatal que Epok lhe assesta. A sua espada desfaz-se em pedaços. Sente-se arrependido por a ter comprado no mercado Roque Santeiro, quando no reino existem, ou existiam bons aços da F. Ramada. Está tudo como o poder… tudo falsificado. A guarda pretoriana chega. Epok ordena-lhes:
- Levem-no para a masmorra dos republicanos. Ela, aponta na direcção da princesa, fica com dois guardas permanentes à porta.

Epok revoluteava com a cabeça para descobrir como é que os géneros desapareciam. Tantos controlos e nenhum funcionavam. Esta gente para roubar tem uma inteligência fora de série. Também é verdade que mestres não lhes faltam. Os maus hábitos aprendem-se com os de cima, com os nossos superiores, com os nossos governantes. – Sentenciou o nobre Epok.

CAPÍTULO XIII
O martírio de La Padep

É importante lembrar aqui que não se trata propriamente de pobreza, de escassez de recursos. O mundo produz atualmente 30 trilhões de dólares de bens e serviços por ano, o que significa, para 6 bilhões de habitantes, uma renda per capita da ordem de 5 mil dólares. Para uma família de quatro membros, isto significa 20 mil dólares por ano, 1.700 dólares por mês. Em outros termos, o que o planeta produz é amplamente suficiente para assegurar a todos uma vida digna e confortável. O nosso problema não é de crescimento econômico, é de distribuição, e da organização social correspondente. O lema de um recente congresso de economistas ilustrava bem esta questão: “Crescer por crescer, é o princípio de uma célula cancerosa”.
In parcerias e alianças: o bom senso na gestão social Ladislau Dowbor

- Pinturas!
- Fala lá pá!
- Traz-me esse opositor republicano comedor e violador dos bens reais.
Ela está com uma saia tão minúscula como Epok nunca viu no reino. Para chatear não tem nada a cobrir-lhe as partes íntimas, o que se nota facilmente. Pergunta-lhe:
- É a última moda saída da parabólica do Brasil?
- É, pior que isto não há.
- A moda do pronto a foder.
- Vocês perderam a tesão, são todos panilas.
- Porra! Não quero apanhar Sida!
- Agora já entendes. É por isso que andamos quase nuas seu parvo. Estão sempre com medo, é por isso que já não sabem foder.
- Traz-me o comedor dos bens reais!
- Comedor dos bens reais?!
- Ó macaca, o que anda a comer a princesa!
- Quem me dera ser comida por ele.
- Sua suja, és muito porca!
- Por acaso até não! A minha rata é desinfectada a todo o momento com os perfumes mais caros do mundo.
- Quando o rei chegar vou pô-las vestidas dos pés à cabeça.
- Vais arranjar problemas. Felizmente o rei tem um dom. É o único que sabe apreciar mulheres.

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