sábado, 15 de agosto de 2009

O Livro das demolições (5)


Perto, talvez apelando aos antepassados, cantando a sua desdita, a negra-bantu demonstra, desmonta as coxas muito salientes e os seios fartos, muito dissidentes que equidistantes bamboleiam, falantes. O Ordens Superiores regozija-se com a beleza natural, espontânea da bantu.
- Job… explicar estas coisas não é nada fácil… tornámo-nos nós o MPLA, mais puros e justos que o Criador. Já não confiamos em ninguém. Nem em nós confiamos… tornámo-nos num metal cheio de ferrugem com os alicerces a desabarem a todo o momento. Resta-nos ainda o pó para respirar. Vivemos num imenso holocausto como as nossas fogueiras da Inquisição Bantu, onde assamos vivos os corpos dos nossos, e há felicidade nisso. Vivemos os últimos dias das tormentas tecnológicas, das promessas… que finalmente o ser humano alcançaria o bem-estar e a felicidade eternos.

As desgraças atingiram tal dimensão que os meios existentes já não satisfazem a demanda. Inventámos uma sociedade onde só existe a ira e a loucura. Tentamos lançar raízes mas as águas sobem e não as deixam viver. Chegam com tal força que despedaçam tudo o que encontram pelo caminho. E não há quem nos livre. Depois vêm os famintos… o instinto de sobrevivência que os transforma em salteadores, predadores. E da terra não vem mais trabalho porque dela só resta pó.

E sem trabalho que fará o homem? Espera que a fome chame a morte. Esta vem e anuncia a agonia. E quem se salvará? É por isso que necessitamos do nosso MPLA… de alguém que nos dirija. Só ele entende os nossos anseios e faz obras para nos contentar. Se a chuva é demais a culpa não é dele. Também não é culpado pela espoliação, inundação dos campos. Quando isso acontecer procurem um lugar alto para se salvarem. Estendam as mãos e aguardem que alguma coisa virá. Porque será que os ricos são ignorantes, e os pobres sempre sábios? Porque na pobreza se aprende a viver e na riqueza se aprende a destruir. O pobre conhece as veredas da escuridão e o rico nela anda às apalpadelas, sempre com a espada preparada para matar.

O pobre vive na esperança, o rico vive no desespero. O pobre vive com medo dos castigos do nosso MPLA, e nós os ricos recebemos prémios. Não dá ir na conversa das outras ideologias políticas e nos aventureiros que são muitos. É por isso que ficamos sem nada. Talvez esses da ajuda da paz te arranjem um bocado de sabão, óleo e arroz. Como o MPLA e os seus estrangeiros estão em todo o lado, eles também podem ajudar com qualquer coisa. Seja como for nunca te desvies do MPLA. Ele está no nosso coração. Vamos prolongar a vida das pessoas até às eleições. Depois podem correr como entenderem… da fome claro!

Job, ficou horas astronómicas, canónicas, a fitar o infinito cosmogónico. Job, sentiu eclipsar-se, não conseguia explicar-se o porquê do aparecimento do MPLA. O porquê de tanta trama que tal criatura produz tanto drama. Job, ficou com a cabeça em pantanas, no Paleozóico, não conseguia discorrer o pântano do comportamento andróide. Conseguiu absorver o álefe das borrascas humanas e tocou o céu.
- Os amigos do MPLA são como as ondas do mar. Quando chegam abraçam-nos, quando vão… não voltam mais. São como corvos que aguardam pacientes… como as silenciosas pirâmides egípcias. No alto dos seus templos esperam pela colheita de quem plantou. Posso firmar que a história da humanidade e deste MPLA, é a história de quadrilhas selvagens bem organizadas.

Imagem: MORRO DA MAIANGA

Sem comentários: