segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Basquetebol partidário, casebres e futebóis (3)


Os ditos intelectuais angolanos permanecem ensombrados. Disparatam algumas palavras de conforto, pouco mais. Estão receosos de dar o corpo ao manifesto. As garras da escravidão fortalecem-se. O mutismo do Ocidente é confrangedor, cúmplice. O Ocidente lucrará com os despojos petrolíferos e os angolanos de ocasião e luso-angolanos apoiarão. Os chineses se contentarão. Os brasileiros mais contratarão. Estes e outros estrangeiros sorrirão de beneplácito. Ultimarão o que os americanos fizeram aos índios?!
Esta oposição preguiça é um desespero que nos corrói a alma. Saiam das rádios e dos jornais e venham para as ruas marchar, protestar.

E o governo angolano resolveu genialmente o problema da habitação. Descobriu como um desbravador moderno do desconhecido terras, matas virgens. E nessas paragens distantes, longínquas, levantou tendais rudimentares, e nelas obrigou, abrigou, expulsou, enlatou a população. Nunca ninguém viu uma população de um país enlatada? Então venham ver. Até que pode aproveitar-se como cartão postal turístico. É original, nem sequer tem parecença com qualquer gueto existente em qualquer parte do mundo. E assim Angola libertou-se do incómodo problema habitacional. É uma iniciativa a todos os títulos louvável. Acho que toda a África deve seguir este magnífico exemplo de boa governação.
Antes, contra o colonialismo branco fizeram luta armada. Agora, contra o colonialismo negro não redobram a luta armada porquê?

Se a terra é do Estado, é do poder. Então temos uma ditadura térrea. E o cidadão é espoliado a qualquer momento sem aviso prévio. Quer isto dizer que o angolano que não tenha vínculos com o poder, é um pária, não tem direito a anda. Excepto o direito ao abandono dos escravocratas do poder.
Uma coisa podemos afirmar categoricamente. Este governo está a semear muito emprego sim senhor! Já formou uma infinidade de prostitutas. A prostituição é o único emprego com garantia nacional, ditatorial. Um poder que dá origem a milhões de desempregados apenas para entregar as terras e os empregos a estrangeiros para construírem condomínios. E não são presos, nem julgados. Na realidade o que se passa com a espoliação e destruição dos parcos bens das populações é a entrega pura e simples aos estrangeiros. É a venda de Angola a indivíduos altamente perigosos, criminosos. Por isso… Angola vende-se!

Não faz sentido nem lógica nenhuma populações a viverem em tendas, enquanto magnatas escroques constroem nos terrenos espoliados brutais construções. É que a coisa está a dar. O metro quadrado de terrenos está a 2.500.00 dólares. Daí a correria ao oiro de Luanda. Será mau negócio porque dentro de poucos anos o petróleo já era. Enquanto o actual poder assim continuar a emboscar as populações, decerto os povos também não lhes darão tréguas. O ambiente está de cortar à faca. Uma poderosa selva onde imperam cães raivosos e vampiros sedentos de sangue.

Podemos afirmar sem receio de errar que os estrangeiros se apoderaram de Luanda. É lamentável que o regime que nos governa escolha como parceiros a bandidagem, a escória internacional. Um exemplo? Basta olhar para a banca. Aliás, quem está por trás da perseguição às populações para lhes roubarem as terras são os banqueiros e os seus sórdidos bancos.

E os lenços das crianças enquadradas e os ramos de flores da Organização das Mulheres do MPLA, recordam como convém o Soviete Supremo e o Politburo nas saudosas campanhas partidárias da revolução para sempre engrandecida pelos gloriosos feitos dos nossos heróis. O futuro da Nação está no basquetebol e no futebol. Não, não é desmerecer a odisseia dos dez vezes campeões africanos. Este extraordinário acontecimento é de todos nós, não é propriedade de um partido.

Imagem: http://sol.sapo.pt/photos/dissidencias/images/177026/original.aspx

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