sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Os eleitos


Eis os gloriosos lutadores, vencedores, vendedores da luta de libertação. Eles são a luta, a Nação. Eles merecem os biliões de dólares porque foram apenas eles que lutaram. São apenas os merecedores. São apenas eles que são povo, angolanos.

É mentira! Não há nenhum reordenamento da cidade de Luanda. Primeiro, a incompetência é demasiada para tal. Segundo, trata-se duma bruta negociata com divisão das comissões. Só não vê quem não quer.

Não, não são pessoas normais, são superintelectuais. Inventivos, talentosos, cheios de expediente. Notabilíssimos, imprescindíveis, superdotados. Porém, não conseguem resolver seja o que for. Porque é tudo conversa fiada. Onde muito se fala não nasce obra.

Angola assinou um contrato com Hollywood para a produção de filmes de terror. Não são necessários estúdios nem cenários. Com tanta desolação é tudo real. Os filmes de terror realizados e produzidos em Luanda, já batem recordes de bilheteira.

E a reacção química conseguida com o analfabetismo e a feitiçaria, geram o envenenamento sustentável desta nação. E tudo, o feitiço vai levar. Não é por acaso que está corriqueira a violação sexual de crianças de tenra idade. Até parece que é instituição nacional.

E as rádios Pravdas aproveitam-se e dão grande destaque como lhes compete. Mas, diga-se em abono da verdade que desviam a atenção. São manobras de diversão.

E temos três ministérios das finanças. Um é o normal, outro está na Sonangol, e o outro na presidência da República. Podemos dizer que temos três cofres geridos sem parcimónia.

E os intelectualóides continuam a vibrar os mesmos sons e o mesmo gestual das palavras. As mesmas orações não bentas, não benditas. Já não vale a pena ouvi-los. O cansaço atingiu o limite de quem ainda esperava algo deles. Pobres nabos que vegetam nas quintas dos nabais.

Por aqui a água nas torneiras só desce, sobe de vez em quando e nas festas nacionais. Como um escravo que não a espera. E como os intelectuais dos quintais angolanos que são de fingimento, de trazer por casa, Angola viverá, dependerá exclusivamente de ONGs e coisas assim de… externa e eterna mendicidade. Viver num mundo (neste país, claro) extremado de maldade onde conseguir sobreviver é pura sorte.

E a oposição tumular... mas que palhaçada democrática. Fazerem-se eleições e pronto. Estão os problemas resolvidos. O problema é que há muitos democratas, e os tachos não chegam para todos. Por exemplo, com a infestação de democratas em Angola, os navios da democracia não suportam o peso e afundam-se.

Imagem: http://alemmarpeixevoador.blogspot.com/

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