As pessoas eram presas ou deportadas para os campos de concentração não pelo que tinham feito, mas pelo que eram.
As primeiras vítimas da perseguição dos nazistas foram opositores do regime alemães: comunistas, social-democratas e sindicalistas, que foram as primeiras vítimas dos campos de concentração.
Os grupos perseguidos e os primeiros campos de concentração
Quando Hitler subiu ao poder a 30 de janeiro de 1933, ele não o conseguiu com um discurso basicamente anti-semita, mas sim com um discurso anti-capitalista e dizendo resolver os graves problemas econômicos da Alemanha. O anti-judaísmo estava ainda em plano secundário[28], embora fosse uma questão essencial do nazismo A política nazista inicialmente considerou como inimigo central os adversários políticos. A utilização dos primeiros campos de concentração está relacionada com as primeiras ondas de prisões massivas de opositores do regime do início do regime de Hitler, em 1933.
As primeiras vítimas da perseguição dos nazistas foram opositores do regime alemães: comunistas, social-democratas e sindicalistas, que foram as primeiras vítimas dos campos de concentração. A partir de 1935, começaram a também ser concentrados um dos grupos perseguidos e discriminados pelos nazistas, os denominados "associais", no caso, os Vorbestraften (os denominados "criminosos trabalhistas" - "Berufsverbrechern" ou "BVern")[29]. A partir de 1936, também passaram a ser levados aos campos os roma e sinti[30], internados inicialmente no campo de ciganos Marzahn, na cidade de Berlin, e logo em seguida no campo de Dachau), homossexuais[31], testemunhas de Jeová[32], outros "associais" (desempregados, prostitutas) e alguns opositores políticos cristãos e protestantes.[33]
Segundo Michael Berenbaum, "prisioneiros políticos, testemunhas de Jehová e homossexuais eram levados para os campos de concentração não para morrer, mas como punição e com o intuito de mudar o seu comportamento. No entanto, muitos deles morreram durante seu encarceramento nos campos."[34] Berenbaum também afirma que "os nazistas não queriam o seu [das testemunhas de Jehová] extermínio; no entanto, mais de um em três testemunhas morreram em campos de concentração", ou seja, um terço delas. [35] Isso ocorreu, porque eles se recusavam a assinar documentos, em que abriam mão de sua fé e defendiam a ideologia nazista.
As pessoas eram presas ou deportadas para os campos de concentração não pelo que tinham feito, mas pelo que eram. Eles foram criados para encarcerar e exterminar pessoas indesejáveis à ideologia nazista, aquelas consideradas seres considerados "inferiores", de "raça inferior", não-arianos: os judeus, ciganos, eslavos, associais. Os prisioneiros políticos não se enquadravam nesse perfil, mas como opositores eram considerados perigosos ao regime. Com a expansão territorial, as pessoas que se opunham à ocupação ou a ela resistiam eram levados a realizar trabalho forçado para os campos de concentração. Até mesmo membros do Partido Nazista, caso criticassem o Estado ou regime, eram levados a campos, mas dificilmente sofreriam maus-tratos como os demais ou morreriam nos campos, Havia claras diferenças de tratamento dispendido a cada grupo vítima do nazismo nos campos.
O universo concentracionário começou a se desenvolver com a construção do campo de Dachau a 20 de março de 1933, localizado perto de Muenchen, na Baviera.. Os primeiros campos foram erigidos, sobretudo, na região industrial da Thuríngia e de Sachsen, havendo alguns isolados em outras regiões da Alemanha nazista. Segundo os historiadores alemães Wolfgang Benz e Barbara Distel, pode-se fazer uma divisão de três tipos desses primeiros campos: 1) 85 eram campos improvisados, que atualmente não são nem lembrados; 2) o campo de Dachau, com seu sistema de filiais expandido, e o campo de Sachsenhausen, ao norte de Berlin; 3) os 15 conhecidos e famigerados campos de Emsland.[36]
Também denominados de campos "selvagens" ("wilde" Konzentrationslager), esses campos foram sendo instalados de forma não-sistemática para prender opositores políticos do nacional-socialismo. Esse tipo de campo teve como característica central uma existência curta, em decorrência da divisão entre a SA e a SS para a administração dos campos. Posteriormente, a SS ficou responsável pela administração do sistema concentracionário. Os campos de Dachau e Sachsenhausen foram exceção dos campos dessa primeira fase. Além disso, Dachau não só continuou seu funcionamento, como também se tornou um "campo modelo" ("Musterlager") para a construção e funcionamento dos futuros campos de concentração.[37]
Nessa primeira fase dos campos, de 1933 a 1936, denominada pelo historiador Israel Gutman[38] de "terror político", "os campos eram utilizados com fins "educativos""[39]. Depois de 1936, somente os campos de Dachau e Sachsenhausen continuaram ativos. Os demais eram campos menores e improvisados que deixaram de funcionar. Além disso, no início, eram as SA que administravam os campos, mas a partir de 1934, depois da Noite dos Longos Punhais, quando dirigentes nazistas foram assassinados a mando de Hitler, a administração dos campos de concentração passou a ser de responsabilidade da SS.
Posteriormente, outros campos na Alemanha nazistas foram sendo fundados, já tendo em vista a Segunda Guerra Mundial e seus numerosos prisioneiros: os campos de concentração de Buchenwald em 1937, Neuengamme em 1938, Flossenbürg em 1938, Mauthausen em 1938 (localizado em Linz, na Áustria, território da Alemanha com o Anschluss), e Ravensbrück em 1939.
http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br/node/1605
Imagens:
http://www.holocaustresearchproject.org/
http://www.strikehold504th.com/jim/wobbelin504.jpg
As primeiras vítimas da perseguição dos nazistas foram opositores do regime alemães: comunistas, social-democratas e sindicalistas, que foram as primeiras vítimas dos campos de concentração.
Os grupos perseguidos e os primeiros campos de concentração
Quando Hitler subiu ao poder a 30 de janeiro de 1933, ele não o conseguiu com um discurso basicamente anti-semita, mas sim com um discurso anti-capitalista e dizendo resolver os graves problemas econômicos da Alemanha. O anti-judaísmo estava ainda em plano secundário[28], embora fosse uma questão essencial do nazismo A política nazista inicialmente considerou como inimigo central os adversários políticos. A utilização dos primeiros campos de concentração está relacionada com as primeiras ondas de prisões massivas de opositores do regime do início do regime de Hitler, em 1933.
As primeiras vítimas da perseguição dos nazistas foram opositores do regime alemães: comunistas, social-democratas e sindicalistas, que foram as primeiras vítimas dos campos de concentração. A partir de 1935, começaram a também ser concentrados um dos grupos perseguidos e discriminados pelos nazistas, os denominados "associais", no caso, os Vorbestraften (os denominados "criminosos trabalhistas" - "Berufsverbrechern" ou "BVern")[29]. A partir de 1936, também passaram a ser levados aos campos os roma e sinti[30], internados inicialmente no campo de ciganos Marzahn, na cidade de Berlin, e logo em seguida no campo de Dachau), homossexuais[31], testemunhas de Jeová[32], outros "associais" (desempregados, prostitutas) e alguns opositores políticos cristãos e protestantes.[33]
Segundo Michael Berenbaum, "prisioneiros políticos, testemunhas de Jehová e homossexuais eram levados para os campos de concentração não para morrer, mas como punição e com o intuito de mudar o seu comportamento. No entanto, muitos deles morreram durante seu encarceramento nos campos."[34] Berenbaum também afirma que "os nazistas não queriam o seu [das testemunhas de Jehová] extermínio; no entanto, mais de um em três testemunhas morreram em campos de concentração", ou seja, um terço delas. [35] Isso ocorreu, porque eles se recusavam a assinar documentos, em que abriam mão de sua fé e defendiam a ideologia nazista.
As pessoas eram presas ou deportadas para os campos de concentração não pelo que tinham feito, mas pelo que eram. Eles foram criados para encarcerar e exterminar pessoas indesejáveis à ideologia nazista, aquelas consideradas seres considerados "inferiores", de "raça inferior", não-arianos: os judeus, ciganos, eslavos, associais. Os prisioneiros políticos não se enquadravam nesse perfil, mas como opositores eram considerados perigosos ao regime. Com a expansão territorial, as pessoas que se opunham à ocupação ou a ela resistiam eram levados a realizar trabalho forçado para os campos de concentração. Até mesmo membros do Partido Nazista, caso criticassem o Estado ou regime, eram levados a campos, mas dificilmente sofreriam maus-tratos como os demais ou morreriam nos campos, Havia claras diferenças de tratamento dispendido a cada grupo vítima do nazismo nos campos.
O universo concentracionário começou a se desenvolver com a construção do campo de Dachau a 20 de março de 1933, localizado perto de Muenchen, na Baviera.. Os primeiros campos foram erigidos, sobretudo, na região industrial da Thuríngia e de Sachsen, havendo alguns isolados em outras regiões da Alemanha nazista. Segundo os historiadores alemães Wolfgang Benz e Barbara Distel, pode-se fazer uma divisão de três tipos desses primeiros campos: 1) 85 eram campos improvisados, que atualmente não são nem lembrados; 2) o campo de Dachau, com seu sistema de filiais expandido, e o campo de Sachsenhausen, ao norte de Berlin; 3) os 15 conhecidos e famigerados campos de Emsland.[36]
Também denominados de campos "selvagens" ("wilde" Konzentrationslager), esses campos foram sendo instalados de forma não-sistemática para prender opositores políticos do nacional-socialismo. Esse tipo de campo teve como característica central uma existência curta, em decorrência da divisão entre a SA e a SS para a administração dos campos. Posteriormente, a SS ficou responsável pela administração do sistema concentracionário. Os campos de Dachau e Sachsenhausen foram exceção dos campos dessa primeira fase. Além disso, Dachau não só continuou seu funcionamento, como também se tornou um "campo modelo" ("Musterlager") para a construção e funcionamento dos futuros campos de concentração.[37]
Nessa primeira fase dos campos, de 1933 a 1936, denominada pelo historiador Israel Gutman[38] de "terror político", "os campos eram utilizados com fins "educativos""[39]. Depois de 1936, somente os campos de Dachau e Sachsenhausen continuaram ativos. Os demais eram campos menores e improvisados que deixaram de funcionar. Além disso, no início, eram as SA que administravam os campos, mas a partir de 1934, depois da Noite dos Longos Punhais, quando dirigentes nazistas foram assassinados a mando de Hitler, a administração dos campos de concentração passou a ser de responsabilidade da SS.
Posteriormente, outros campos na Alemanha nazistas foram sendo fundados, já tendo em vista a Segunda Guerra Mundial e seus numerosos prisioneiros: os campos de concentração de Buchenwald em 1937, Neuengamme em 1938, Flossenbürg em 1938, Mauthausen em 1938 (localizado em Linz, na Áustria, território da Alemanha com o Anschluss), e Ravensbrück em 1939.
http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br/node/1605
Imagens:
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