quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Angola. Ministério da Defesa à Deriva




Luanda – Está a ser verificado que desde a nomeação do general Cândido Pereira dos Santos Van-Dúnem para o cargo de ministro da Defesa Nacional, este órgão tem registado um grande período de instabilidade entre a classe de generais.
Fonte: Club-k.net
Ministro promove primos a general
Pela primeira vez, o Ministério da Defesa Nacional (MINDEN) tem um ministro com  competências extraordinários para demitir e nomear generais sem ordens formais do Presidente da República e Comandante em Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA), José Eduardo dos Santos, a quem compete certificar a movimentação de oficiais generais.

O general “Candinho”, como também é conhecido, procedeu à demissão dos generais Hinkaka, então Director Nacional de Administração e Finanças do MINDEN, Inocêncio de Almeida, então Director Nacional de Recursos Materiais, entre outros generais, sem ter recebido o aval do comandante-em-chefe. Nos seus lugares, nomeou os seus amigos. O ministro ultrapassou a marca quando promoveu o seu primo, Vieira Dias, antiga estrela de futebol do 1° de Agosto, ao grau de Brigadeiro. Outro primo seu, Hugo Leitão, passou a chefiar a Direcção Nacional de Recursos Humanos, com a patente de tenente-general. Situações do género levaram o Almirante Mendes de Carvalho “Miau”, então Director Nacional de Relações Internacionais do MINDEN, a bater com a porta e a filiar-se na CASA-CE, decisão que feriu as hostes do regime.

A sua relação de parentesco com o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, general Kopelipa, e ao próprio chefe de Estado, é vista como um meio que   habilita-o a tomar decisões sem necessidade de observar regras básicas de protocol militar.

De acordo com registros, o  general Candinho chegou a ministro da Defesa graças a uma falha de visão do então ministro da Defesa Kundy Paihama. Este havia apresentado queixa ao Presidente da República sobre a monopolização dos processos de importação logística para as FAA por empresas ligadas ao general Kopelipa e seus amigos. Em resposta, o PR entregou o dossier ao general Kopelipa, que contra-atacou expondo também os negócios de Kundy Paihama.

Cortada a corrente entre os dois, o general Kundy Paihama sabia ter os dias, como ministro da Defesa, contados. Numa audiência com o Gen. Kopelipa, Kundy Paihama teve a brilhante idéia de propor, como seu adjunto, o então Brigadeiro Candinho que estava a atravessar o deserto fazia longos anos. Promoveu-o logo a general de três estrelas. Era a forma que Kundy Paihama encontrou de se aproximar do general Kopelipa e resolver a tensão entre ambos.

Não esperava o general Kundy Paihama que o general Kopelipa iria mais longe e proporia, pouco tempo depois, que o seu primo o substituísse no cargo de ministro da Defesa.

“Onde se acha o Presidente da República e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas? Todas essas intrigas e abusos no exercício de cargos, lhe interessam como líder desta pátria? Será que se pretende que um dia haja conflito a partir dos quartéis ou instituicoes militares?”, questiona uma patente militar.

“Google Maps” permite ver campos de trabalho forçado na Coreia do Norte



Maputo (Canalmoz) - Com a permissão para maior detalhe da aplicação Google Maps na Coreia do Norte é possível ver mais detalhes da capital como estradas, restaurantes, hotéis... e também campos de trabalho forçados, ou «goulags», onde se acreditam estarem cerca de 200 mil pessoas em cada um deles. 
A actualização da cartografia, feita na última terça-feira, foi anunciada há três semanas, depois de uma visita do ex-governador norte-americano Bill Richardson e do conselheiro delegado da Google, Eric Schmidt, à capital da Coreia do Norte, Pyongyang.
Segundo testemunhos de fugitivos, nestes campos vivem em condições desumanas cerca de 200 mil presos políticos ou condenados por delitos como possuir um rádio sem autorização. (abola.pt)
Imagem: abola.pt

A nossa luta contemporânea contra o tráfico humano, a forma moderna da escravidão


Canal de Opinião. Por: Douglas M. Griffiths, Embaixador dos E.U.A. em Moçambique


A escravidão moderna assume muitas formas.  Pode ser o abuso de empregados domésticos presos nas residências dos seus empregadores ou a escravidão de um homem numa mina.  Pode ser a prostituição de uma jovem rapariga num bordel ou o trabalho forçado de um rapaz num mercado local.

Maputo (Canalmoz) – Este mês, os Estados Unidos da América celebram o 150º aniversário da data em que o Presidente Abraham Lincoln emitiu a Proclamação de Emancipação, o documento que libertou os escravos afro-americanos.  Um século e meio depois de milhões de pessoas detidos na escravidão terem sido declaradas livres para sempre, o Presidente Obama disse que a Proclamação de Emancipação “reafirmou o compromisso dos Estados Unidos para com a causa contínua da liberdade.  Agora como então, permanecemos determinados no nosso propósito de assegurar que todos os homens, mulheres e crianças têm a oportunidade de aproveitar esta grande dádiva”.
Infelizmente, ainda estamos muito longe de alcançarmos uma visão de um mundo livre de todas as formas contemporâneas de escravidão.  Calcula-se que possam existir cerca de 27 milhões de pessoas a nível global vítimas da escravidão moderna, também conhecida como tráfico de pessoas.  A escravidão moderna assume muitas formas.  Pode ser o abuso de empregados domésticos presos nas residências dos seus empregadores ou a escravidão de um homem numa mina.  Pode ser a prostituição de uma jovem rapariga num bordel ou o trabalho forçado de um rapaz num mercado local.  Qualquer que seja a forma que assume, na sua essência, o tráfico humano é um crime de exploração que rouba a vítima da sua liberdade e dignidade.  A escravidão moderna e o tráfico humano ocorrem em todos os países do mundo, e todos temos a responsabilidade de o combater.
Os Estados Unidos estão empenhados na luta contra a escravidão moderna, a nível doméstico e internacional, usando a chamada estratégia dos três P – processando os traficantes, protegendo as suas vítimas e prevenindo este crime no futuro.  Queremos estabelecer parcerias com os governos que encaram este problema com seriedade e estamos a trabalhar com as partes interessadas na sociedade civil, na comunidade religiosa e no sector privado, cada um trazendo as suas capacidades únicas e experiência para esta luta.  Uma das grandes componentes do nosso trabalho é o aumento da sensibilização acerca deste tipo de crime por todo o mundo e o encorajamento de mais activismo na sua identificação, fim e prevenção futura.
O Governo de Moçambique é um parceiro empenhado na luta contra a escravidão moderna. Muitas instituições governamentais diferentes, desde o Gabinete do Procurador-geral da República ao Ministério da Justiça, polícia local e agentes alfandegários estão a trabalhar em conjunto na identificação das vítimas de tráfico, para lhes providenciar os cuidados e abrigo de que necessitam, e processar os seus traficantes.  Estou impressionado pelos passos largos dados nesta área ao longo dos anos recentes, e também encorajado pela intenção declarada do governo de aumentar a sua coordenação interministerial, desenvolvendo um Plano Nacional de Acção.  
Para combater eficazmente este flagelo dos nossos dias que atravessa fronteiras, cidadãos activos e engajados são crucialmente importantes.  Se suspeita de tráfico na sua comunidade, pode denunciar os possíveis traficantes à unidade de assistência às mulheres e crianças vítimas de violência mais próxima – estas unidades estão localizadas nas esquadras espalhadas por todo o país. Também pode apoiar os esforços para manter as crianças na escola o mais tempo possível, o que lhes proporciona uma melhor educação e menos vulnerabilidade à exploração. 
Todos vamos ser necessários – aprendendo como identificar o tráfico de pessoas, sabendo o que fazer quando o virmos, e impedindo que prejudique as nossas comunidades – para sermos bem-sucedidos na nossa luta comum contra a escravidão moderna.  E esta luta não merece nada mais, nada menos do que o nosso apoio total. Como disse o Presidente Obama, a “luta contra o tráfico humano é uma das maiores causas dos direitos humanos dos nossos tempos.”  Os Estados Unidos continuam empenhados neste trabalho, e eu espero que sejam nossos parceiros neste esforço. (Douglas M. Griffiths, Embaixador dos E.U.A. para Moçambique, por ocasião da Celebração do 150° Aniversário da Proclamação de Emancipação)

Lucas Ngonda criticou a prática do MPLA de vender cerveja a preços baixos para atrair a juventude aos seus comícios


O modelo de governação de Angola é baseado na corrupção

– Lucas Ngonda, presidente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), em diálogo com os ouvistes da Voz da América

“Gasosa (refresco) é o modelo de governação de Angola”

Pretória (Canalmoz) – O modelo de governação de Angola é baseado na corrupção, disse o presidente da Frente Nacional de Libertação de Angola, FNLA, Lucas Ngonda quando dialogava com os ouvintes no programa Angola Fala Só, da Voz da América, em que foram abordadas diversas questões desde a corrupção, as divisões dentro da FNLA e o problema dos veteranos de guerra que foram esquecidos pelo Estado.
A corrupção existente a todos os níveis de Angola foi uma das questões mais abordadas pelos ouvintes que dialogaram com o líder da FNLA aos microfones da Voz da América (VOA).
O ouvinte André Sukoka abordou, como exemplo, a corrupção a nível das escolas onde os estudantes ou seus familiares são obrigados a pagar “gasosa” (NR: Termo similar usa-se em Moçambique: Refresco) para terem notas positivas.
Lucas Ngonda disse ser um facto que a corrupção “impera” em Angola e que isso se deve ao facto do “modelo de governação ser baseado na corrupção”.
“A gasosa é o modelo de governação,” disse o dirigente da FNLA que em resposta a uma outra pergunta do mesmo ouvinte, criticou a prática do MPLA de vender cerveja a preços baixos para atrair a juventude aos seus comícios. “Isso é um crime,” concluiu Ngola Kabango. “A nossa juventude não deve ser preparada para a bebida, deve ser preparada o seu futuro,” acrescentou.
Vários ouvintes abordaram também a questão dos veteranos de guerra que foram esquecidos pelas autoridades e que, segundo disseram alguns deles, “ vivem na miséria e são obrigados a pedir esmola”.
O dirigente da FNLA disse que o seu partido tenciona fazer “um combate permanente para que as promessas do governo sejam resolvidas”.
Dois ouvintes quiseram saber dos problemas internos que abalaram o FNLA e de que resultaram duas facções a reivindicarem a liderança do partido.
“Já não existem alas na FNLA,” disse Lucas Ngonda que reconheceu ter havido “problemas” mas isso “foi ultrapassado”.
Lucas Ngonda disse que uma “comissão de harmonização” tinha sido criada para ouvir todos militantes e levar em conta as suas preocupações.
“Hoje há um único partido,” disse Lucas Ngonda que qualificou militantes ou dirigentes que reclamam ser uma outra ala do partido como sendo apenas representativos de “pretensões” ou de serem “impostores”.
Um dos ouvintes mostrou-se particularmente irritado com o facto de Lucas Ngonda ter assumido a liderança do partido, acusando-o de ter lutado pelo colonialismo contra os nacionalistas angolanos e de ser falsa a sua declaração de honrar a memória do primeiro líder do partido Holden Roberto.
O dirigente da FNLA respondeu afirmando que muitos dos generais das forças armadas angolanas tinham sido oficiais no exército colonial português e atribuiu as acusações emocionadas do ouvinte a “frustração”.
Lucas Ngonda criticou também o facto do presidente da República ser também o presidente do MPLA afirmando que na sua opinião o presidente da República deveria abandonar o seu cargo partidário.
O presidente deve ser presidente de todos os angolanos, disse fazendo notar que com o actual sistema “tudo fica confundido ” entre os interesses do partido e do Estado. (Redacção / VOA)

Onde não há lei e só corrupção é todos os dias confrontação com a escravidão.




Luanda. Sem energia eléctrica não é possível investir, e sem água, só em reservatórios e camiões-cisternas, mas em Luanda é, até o PIB sobe. Na miséria há cidades fantasmas e gigantescas torres à Dubai, mas que só funcionam com geradores gigantescos, desses dos milhões de litros de combustível, o investimento é inviável, porque além do custo insuportável mata os inquilinos. Assaltos constantes que nos impedem, é impossível viver. O banco millennum Angola/Teixeira Duarte/Sonangol espoliou o terreno nas traseiras do prédio da rua rei Katyavala e instalou um potente gerador que há muitos, muitos dias faz cancros nas crianças, que vivem a dois metros. O UNICEF abandona-as? Muito próximo, três gigantescos geradores do edifício do ex/ministro das finanças, José Pedro de Morais, matam-nos. O fundamentalismo não é só no Mali, em Angola é muito pior, porque é a desestabilização regional. Os bancos?! Estão sempre sem sistema, corruptos. Onde não há lei e só corrupção é todos os dias confrontação com a escravidão.

Imagem: Igreja católica denuncia: há pessoas a morrer de fome no sul de Angola. http://www.dw.