O presidente
angolano, José Eduardo dos Santos, admitiu um conflito de interesses entre
quadros do MPLA e da administração pública, não excluindo a possibilidade de
sanções. As declarações foram feitas durante a reunião do comité central do
MPLA, em Luanda.
Na abertura
da VI sessão ordinária do Comité Central do MPLA, o presidente de Angola, José
Eduardo dos Santos, anunciou a adopção de uma nova política de quadros. O líder
do partido criticou o conflito de interesses existente entre quadros do MPLA e
da administração pública.
Para José
Eduardo Dos Santos, o país precisa de uma política de quadros actualizada,
coerente, realista e eficaz que estabeleça critérios efectivos de formação, remuneração,
de avaliação do desempenho, de ascensão por mérito próprio.
“A política
de nomeação de quadros para cargos de direcção e chefia na administração
pública é muitas vezes vinculada a cargos electivos partidários, mas nem sempre
o perfil desses quadros que estão mais familiarizado com o trabalho político de
massas, e de organização e funcionamento interno é adequado para as tarefas
administrativas e para exercer a autoridade do Estado e ao seu nível”,
sustentou.
“Esta
situação é demasiada evidente ao nível dos municípios e comunas,
particularmente, nos grandes centros urbanos como Luanda. Por outro lado,
alguns militantes que ocupam funções partidárias e político-administrativas não
tratam no exercício das suas obrigações os assuntos de forma objectiva, na base
das leis e dos regulamentos do Partido, e colocam questões subjectivas e
pessoais, acima dos interesses gerais gerando contradições, atritos e
incompatibilidades com outros quadros. Estas situações surgiram na Lunda –
Norte, entre o 1º secretário do Partido e o Ex - governador provincial, e os
dois foram substituídos”, lembrou.
José Eduardo
Dos Santos frisou que tal situação surgiu antes na Província do Uíje, e mais
recentemente, em Cabinda e no Kuando – Kubango, situações estas que já foram
superadas.
“A situação
mais grave é que temos hoje na cidade de Luanda, onde estas contradições e
incompatibilidades do género estão a prejudicar o trabalho do Partido e do
Estado”, afirmou.
Por esta
razão, sublinhou, o Bureau Político está estudar o assunto para tomar as
medidas que se imponham.
Angola NP
ANGOLA24HORAS.COM
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