Lisboa - Notado em meios habilitados da
Procuradoria-Geral da República um sentimento de indignação por causa dos
descuidos do Procurador-Geral, general João Maria de Sousa, na apropriação
ilícita de fundos do Estado, de que é acusado.
Fonte: Club-k.net
Depositou na conta
de um advogado português
Em causa estão
parte dos fundos recuperados no exterior do país, referentes ao caso do Banco
Nacional de Angola, que sofreu um desfalque de mais de 160 milhões de dólares,
e cujo escândalo se tornou público em 2009.
Depois de ter entregue directamente ao ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do PR, general Kopelipa, dezenas de milhões de dólares recuperados na Suíça, assim como um Ferrari, em 2010, o general João Maria de Sousa, no entender de "insiders", começou também a cuidar das suas poupanças.
O Procurador-Geral, conforme o acusam, ordenou a transferência de mais de 10 milhões de dólares, recuperados em Portugal, do caso BNA, para a conta pessoal de um obscuro advogado português Manuel Paulo Blanco.
Alguns dos colegas mais próximos do Procurador-Geral João Maria de Sousa criticam o facto do mesmo ter investido o advogado português, de quem é amigo pessoal e com quem tem negócios privados, com poderes de Estado inaceitáveis. Manuel Paulo Blanco passeia-se oficialmente em Lisboa, pelos círculos do poder, com os títulos de “advogado do Estado angolano” e "representante do Procurador Geral da República de Angola".
Para alguns dos
magistrados, a forma aguerrida com que o advogado Manuel Paulo Blanco age
em nome do PGR e do Estado angolano poderá criar danos à imagem da justiça
angolana. São de opinião que os fundos recuperados deviam ter sido depositados
numa conta oficial do Estado angolano, representado ou pelo BNA ou pelo
Ministério das Finaças.
O facto do PGR ter ordenado que os fundos fossem colocados na conta do seu amigo, pode, no entender de observadores, originar mais investigações, até mesmo por fuga ao fisco por parte de Manuel Paulo Blanco.
“O PGR poderia ter feito o mesmo que na Suíça. Andou a transportar o dinheiro em malas e ninguém sabe ao certo quanto ficou consigo e quanto entregou ao general Kopelipa. Esta seria a melhor forma de ele aumentar as suas poupanças, sem gerar mais polémica.”, sugeriu um observador atento.
(Na foto de
Ermelinda Freitas, é por isso que não temos água, luz, mas temos muita miséria.)
Sem comentários:
Enviar um comentário