Lisboa - Instalou-se, nos últimos tempos, nos Serviços
de Inteligência e Segurança Militar (SISM) das Força Armadas Angolanas, um
clima de caça às bruxas a oficiais superiores e generais, na sua maioria, com
habilitações acadêmicas avançadas (licenciaturas e mestrados).
Fonte: Club-k.net
Tenente-General Filó
contra Generais Formados
É identificado
como foco da discórdia, o tenente-general José Peres Afonso “Filó”, chefe da
Direcção Principal de Contra-Inteligência Militar, também notabilizado
por ser o mais fiel servidor do chefe dos SISM, general António José
Maria (na foto). O tenente-general José Peres Afonso “Filó”, tem
sido acusado, em círculos castrenses, de ser o principal foco de intrigas e
actos que precipitou o afastamento de cerca de oito oficiais generais dos
serviços, e vários coronéis de forma arbitrária, nalguns casos sem o
conhecimento do Chefe de Estado-Maior General das FAA, general Nunda, ou do
Comandante-em-Chefe.
A maior implicância que o chefe da Direcção Principal de Contra-Inteligência Militar demonstra contra os oficiais punidos é associada a sentimentos de inferioridade acadêmica, que lhe são atribuídos. Apenas tem um certificado de curso médio, frequentado no Puniv das Ingombotas tendo concluído o mesmo em 2000 (ver facsmile). A principal razão do afastamento dos referidos oficiais, segundo apreciação interna, tem a ver com o facto de terem todos concluído as suas licenciaturas, alguns terem mestrados e vários estarem engajados em prosseguir com pós-graduações. No sector, o tenente-general é criticado por adoptar um discurso segundo ao qual “tem mais poder e inteligência do que os que estudaram.”
O protagonismo que o tenente-general Filó passou a desempenhar no SISM é equiparado ao de segunda figura da Inteligência Militar. Tem a ver também com o estado de saúde do Chefe Maximo da instituição, o general António José Maria que aparenta ter inicio da doença de Parkinson (passou a ter dificuldades em discar números no móvel e o tratam sigilosamente como o general “treme-treme” ).
O tenente-general também é conhecido por dever a sua promoção ao então patrão dos serviços de inteligência, general Fernando Miala, de quem é afilhado de casamento. Os generais “Kopelipa” e Zé Maria usaram-no para, pessoalmente, prender o seu padrinho, o general Miala, em 2007.
O caso Brigadeiro César Martins
Também há versões segundo a qual a “arrogância” do tenente-general Filó se deve a instruções do próprio general Zé Maria, que também não tem formação académica superior e pouco entende de inteligência militar e pela sua falta de historial no exército. A altivez do general Zé Maria é lendária ao ponto de ter ordenado em vésperas de Natal que o Brigadeiro César Martins, chefe dos Serviços de Administração do SISM, procurasse pão nas padarias de Luanda. O general Zé Maria, que tem ajudante de campo, guardas e empregadas domésticas e exigiu que tinha de ser o brigadeiro Martins, conhecido como o Brigadeiro "Branco", devido a sua origem portuguesa, a comprar o pão para fazer as suas rabanadas de natal. O mesmo brigadeiro também já foi punido com serviços de jardinagem na residência do general Zé Maria onde, executou as tarefas uniformizado e com os seus galões de oficial general nos ombros.
Parte da conduta dos dois generais, Zé Maria e Filó, estende-se ao impedimento de serem distribuídos aos oficiais operativos perto de 240 viaturas de marca Toyota, incluindo Rav 4s modernos que há quatro anos se encontram em estado de abandono num parque no Benfica em Luanda. Os generais usam do livre arbítrio para dificultar a vida dos seus operativos, não se percebendo com que objectivos uma vez o Presidente José Eduardo dos Santos ter dedicação especial aos serviços de inteligência como garantia na manutenção do seu poder.
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