O roubo de
animais nas comunidades autóctones “Mucubais”, é considerado normal quando
praticado por homens à luz dos preconceitos culturais locais, e escandaloso,
quando praticado por mulheres.
Armando Chicoca VOA
O roubo de animais nas comunidades autóctones
“Mucubais”, é considerado normal quando praticado por homens à luz dos
preconceitos culturais locais, e escandaloso, quando praticado por mulheres.
Segundo a religiosidade cultural local, os roubos de gado geralmente, têm sido fomentados pelos filhos dos criadores de gado que usam terceiros, para subtraírem, cabeças de gado bovino, caprino e ovino dos sambos ou currais de seus pais, em jeito de retaliação antecipada, aos actos de sucessão de riquezas pelos primos, no caso, sobrinhos ou filhos das irmãs dos progenitores.
Segundo a religiosidade cultural local, os roubos de gado geralmente, têm sido fomentados pelos filhos dos criadores de gado que usam terceiros, para subtraírem, cabeças de gado bovino, caprino e ovino dos sambos ou currais de seus pais, em jeito de retaliação antecipada, aos actos de sucessão de riquezas pelos primos, no caso, sobrinhos ou filhos das irmãs dos progenitores.
Também é comum a rapaziada “Mucubal” roubar manadas
de bois, cabritos e ovelhas de criadores não naturais destas localidades, aquém
chamam pelo nome de “embembe”, o que traduzido na língua portuguesa, significa
gado de pessoas forasteiras ou estranhas na área.
Mas, o mesmo não se pode dizer quanto ao fenómeno que hoje se assiste no interior da província, com realce na Comuna do Munhino, Município agro-pecuário da Bibala, onde mulheres, por iniciativa própria, já assaltam currais de cabritos e neles subtraem animais para fins de consumo doméstico.
O caso mais recente e raro, aconteceu nos últimos dias, na periferia da sede da comuna do Munhino, onde três mulheres assaltaram o curral alheio e nele roubaram cabritos.
Tal como o adágio popular, o crime não compensa, horas depois de estas mulheres terem abatido os animais roubados do sambo alheio, foram surpreendidas pelo soba Kapioneiro, que as deteve e levou-as seguidamente para a esquadra policial local e mais tarde levadas ao Ministério Público que legalizou a sua prisão, no Município da Bibala.
“O tio Kapioneiro, soba, encontrou-me a dormir e acordou-me dizendo que nós tínhamos roubado cabritos, acordei e levei a bacia de carne do cabrito que roubámos até à Polícia e depois ficámos presas", explicou Mahamba.
O Tribunal Municipal da Bibala, segundo as mulheres em causa, sentenciou-as na pena de indemnização dos referidos animais, em curto espaço de tempo sob pena de prisão efectiva.
Manuela Joaquim Mahamba, com algumas dificuldades para conseguir restituir o animal roubado e abatido, jura de pés juntos que as aventuras de roubo de animais ficam para esquecer.
“Não tenho família, a minha mãe já é falecida, não sei como fazer, juro por Deus. Até segunda-feira da próximo semana se não devolvermos os cabritos que matámos, vamos entrar na cadeia, segundo o juiz do Tribunal da Bibala”, esclareceu, Manuela Mahamba, solicitando apoio dos amigos e familiares para se livrar do pesadelo criminal.
Gina João Mbaliatela, uma outra condenada a indemnizar o animal roubado, diz estar arrependida e por isso, as mulheres naquela localidade vão abster-se de mexer em coisas alheias.
“Estamos a apelar a todas as mulheres para que ninguém mexa nas coisas alheias, pode ser galinha, porco, boi ou cabrito, Tykola, é perigoso, nós sofremos, dormir no chão, eu fui parar no hospital. Na cadeia há sofrimento”, exortou a sociedade feminina.
A sociedade civil, reagindo, diz-se comovida com o cenário, mas imputa responsabilidades às autoridades governamentais que, na opinião de muitos, não há em Angola políticas que visem ajudar as famílias em extrema pobreza.
“Porque é que o governo abastece fuba, arroz, óleo e feijão à população residente nas sedes de Municípios? As mulheres com filhos famintos nas aldeias e povoações não têm apoios, portanto, o que aconteceu é simplesmente fome, as mulheres agiram em defesa dos filhos, o governo é o grande culpado”, reagiu Maria Sofia.
Mas, o mesmo não se pode dizer quanto ao fenómeno que hoje se assiste no interior da província, com realce na Comuna do Munhino, Município agro-pecuário da Bibala, onde mulheres, por iniciativa própria, já assaltam currais de cabritos e neles subtraem animais para fins de consumo doméstico.
O caso mais recente e raro, aconteceu nos últimos dias, na periferia da sede da comuna do Munhino, onde três mulheres assaltaram o curral alheio e nele roubaram cabritos.
Tal como o adágio popular, o crime não compensa, horas depois de estas mulheres terem abatido os animais roubados do sambo alheio, foram surpreendidas pelo soba Kapioneiro, que as deteve e levou-as seguidamente para a esquadra policial local e mais tarde levadas ao Ministério Público que legalizou a sua prisão, no Município da Bibala.
“O tio Kapioneiro, soba, encontrou-me a dormir e acordou-me dizendo que nós tínhamos roubado cabritos, acordei e levei a bacia de carne do cabrito que roubámos até à Polícia e depois ficámos presas", explicou Mahamba.
O Tribunal Municipal da Bibala, segundo as mulheres em causa, sentenciou-as na pena de indemnização dos referidos animais, em curto espaço de tempo sob pena de prisão efectiva.
Manuela Joaquim Mahamba, com algumas dificuldades para conseguir restituir o animal roubado e abatido, jura de pés juntos que as aventuras de roubo de animais ficam para esquecer.
“Não tenho família, a minha mãe já é falecida, não sei como fazer, juro por Deus. Até segunda-feira da próximo semana se não devolvermos os cabritos que matámos, vamos entrar na cadeia, segundo o juiz do Tribunal da Bibala”, esclareceu, Manuela Mahamba, solicitando apoio dos amigos e familiares para se livrar do pesadelo criminal.
Gina João Mbaliatela, uma outra condenada a indemnizar o animal roubado, diz estar arrependida e por isso, as mulheres naquela localidade vão abster-se de mexer em coisas alheias.
“Estamos a apelar a todas as mulheres para que ninguém mexa nas coisas alheias, pode ser galinha, porco, boi ou cabrito, Tykola, é perigoso, nós sofremos, dormir no chão, eu fui parar no hospital. Na cadeia há sofrimento”, exortou a sociedade feminina.
A sociedade civil, reagindo, diz-se comovida com o cenário, mas imputa responsabilidades às autoridades governamentais que, na opinião de muitos, não há em Angola políticas que visem ajudar as famílias em extrema pobreza.
“Porque é que o governo abastece fuba, arroz, óleo e feijão à população residente nas sedes de Municípios? As mulheres com filhos famintos nas aldeias e povoações não têm apoios, portanto, o que aconteceu é simplesmente fome, as mulheres agiram em defesa dos filhos, o governo é o grande culpado”, reagiu Maria Sofia.
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