terça-feira, 1 de setembro de 2009

Basquetebol partidário, casebres e futebóis (Fim)


E em Luanda já não existe espaço na morgue. É que os fornos crematórios deste campo de concentração estão na produção máxima. Os mortos ultrapassam o inimaginável. A anunciada extinção da negralhada está na forja, na fornalha.
O nosso destino e o nosso futuro não podem depender apenas de duas cores. Há, e ainda bem, muitas outras cores políticas que tornam a saudável convivência e o desenvolvimento económico, social e o aprofundamento da democracia. Rumar, partidarizar tudo, nem o basquetebol escapa a este vício social, é arruinar, abismar a Nação. Teimosamente a Pátria continua gerida como uma empresa privada. Os lucros são apenas dos seus sócios e os trabalhadores nem ao salário condigno tem acesso. Excluem-se com a moda dos anúncios de abandono de trabalho no Jornal de Angola, para empregarem os seus confrades que aguardam expectantes no estrangeiro.
E o basquetebol é mais um órgão do partidário partido no poder. Basquetebol assim mais parece os tempos da vanguarda da classe operária, porque a classe camponesa existiu e continua presente apenas em discursos oficiais que sabemos muito bem que daí não passam. São papéis que depois se atiram para o lixo, apagam-se ou esquecem-se nos computadores que embelezam os gabinetes.

E os especuladores imobiliários, terrivelmente, selvaticamente dirigem, governam, presidem Luanda? E Angola? Por trás da espoliação de um povo estão sempre bancos. Já não duvidamos que estamos perante uma grandessíssima ditadura. Os órgãos de informação estatais são os devaneios da governação. O nazismo na noite obscura. Estamos perante um êxodo de estrangeiros para esta terra prometida. E nós ficamos ou já estamos como os palestinos? Atingiu-se uma vulgaridade tal, que até o ministro da Defesa de Angola, general Kundy Pahyama, nega a intervenção de militares na espoliação das populações luandenses. O que é uma espectral mentira. A invasão chinesa, brasileira e portuguesa é um erro estratégico muito grave. E não existe nenhuma paz. Existe sim uma guerra dos selváticos tubarões contra as populações.

Não são as populações espoliadas que estão ilegais. Quem vive e actua na ilegalidade permanente é o governo. Desatinado, desnorteado, destrambelhado. Que coisa mais parva, cúmulo da idiotice. Angola é tão grande e todos vivem na capital, Luanda, como latas de sardinhas. Quando não há capacidade de governar, para quê teimar?
Enquanto as forças militares e polícia angolana espoliam e destroem os haveres dos escravos, dos esfomeados de Cabinda ao Kunene, os abutres do poder, mais chineses, brasileiros e portugueses espreitam empoleirados. Preparados para mais um negócio de ocasião, de usurpação.
Como é triste verificar que há pessoas que morrem e parece que não fazem falta nenhuma.
Com certeza o que contribui para o actual estado da nação, o afundamento, é o angolano violar, não cumprir os compromissos que assume. Chega-se a um acordo, a um entendimento para um trabalho, um afazer, etc. o angolano não cumpre. Está a formar-se regra… impõe-se pela irresponsabilidade. Sem pátria, sem nação, para onde vamos então?

É perder tempo, o angolano não cumpre, marimba-se. Tem o que merece. Apercebendo-se disto, o estrangeiro fura, avança, ludibria o angolano e apodera-se de Angola. Vilão contra vilão e depois com a autodestruição das infindáveis festas. Na verdade um digno estado da selva, que persegue jornalistas mas, os que roubam, os corruptos, estes estão a salvo no sacralizado poder. É impossível viver com tanta mentira. Pois claro, há o receio, tem que haver, porque a FAMÍLIA detém tudo. O poder económico e político. Daí o pavor a eleições e a imposição da confusão da selva democrática. Fazer duma grandessíssima selva um país, não dá!

Quando estamos quase há meio século com as mesmas pessoas no governo, torna-se evidente que já sabemos que nos estão sempre a mentir. Deviam ficar calados porque a idiotice ultrapassa os limites da imaginação. Quem acreditar nesta conjuntura está bem desgraçado. Exceptuando aqueles que a compõem, claro, para esses está tudo bom. Como o muito já sabido mas que convém citar: «se andares com os bons serás bom. Se andares com os maus, serás mau.» A questão é saber quem é o bom e quem é o mau. O MPLA não é um partido político. É uma companhia petrolífera. Os accionistas e o conselho de administração camuflam-se num Politburo. Dá a impressão que o actual regime vai acabar como o Mobutu no Zaire.

Festejemos, cantemos mais uma Ode à Alegria. E parafraseando o imortal poeta: E se mais cestos houvera, lá chegara.

Imagem: Angola em fotos


















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