terça-feira, 8 de dezembro de 2009
A Epopeia das Trevas (75). Como pode uma escrava ser libertada, na liberdade iletrada
A meio da manhã serviste-me cacusso
que ainda vivia, assado na delícia agitada do carvão em brasa
Olhámo-nos profundamente, muito para além das nossas almas
Oh!.. como depois foste tão delicioso
Quando recebi os teus lábios e espoliei
a morada do teu coração
As guerras trabalham a tempo inteiro
de manhã… de dia e à noite
Foi num desses períodos que perdi para sempre
o gosto de amar
A guerra dos falsos libertadores
Assassinaram o teu amor no Dondo
Ainda resguardei tempo para te ver, enquanto vivias
nos relâmpagos da trovoada canhoneada
Difundiam as divisões militares da divisão da Nação
Depois impediram-me de voltar
de te olhar pela última vez
Sei que deixaste de existir para sempre numa catacumbal
cratera
Numa abertura de terra chamada meu amor de Ndalatando
Os nossos gladiadores espadeiravam-se
E chamavam-se de movimentos de libertação
Andavam na busca do Santo Graal
finalmente encontraram-no
Escondido no petróleo, no brilho dos diamantes
e nas especiais especiarias
Das esmeraldas dos nossos corpos preciosas mercadorias
que vendiam e revendiam no ciclo vaivém infernal
das carnais naus
Não se importavam com a exportação corporal
do meu belo corpo, atraente e sensual
tão natural, carnudo de polpa mangal
Quem inventou o ser humano
deixou-o com vários curto-circuitos
A escrava nunca esquece a pessoa amada
é o amar como uma escrava
Sem nunca esperar um sorriso e confiar
na espera eterna de um carinho
Um beijo nas ondas do meu corpo
sem olhar para os teus olhos
Conservando o sofrimento das lágrimas
quando obediente sigo os teus passos
sempre unidos no meu íntimo areal
O meu destino é a posta-restante
Oiço as vozes celestiais do meu canto perdido nos florestais encantos
A minha simplicidade e humildade continuam comoventes
Ser ou não ser, eis a questão?! Puro e ledo engano
Ter ou não ter eis a imperfeição!
do meu Taj Mahal debaixo de cada árvore um templo
sem reino, expatriada
O tempo do templo deste outro colonialismo é uma teia
e nela continuo enredada
Sim! O tempo é um templo, o meu relógio parou
já não sei o que são horas
Porque demoras Liberdade?!..
Cativa da Santíssima Trindade
Como pode uma escrava ser libertada, na liberdade iletrada
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