«No seu discurso de abertura do VI congresso do MPLA, partido a que preside, José Eduardo dos Santos referiu-se ao termo akuakuiza (os vindos de outros lugares), expressão que indica a aversão dos nativos de determinadas regiões do país (Angola) em relação aos quadros de outras proveniências. Dizia JES que "tal comportamento é pernicioso" ao desenvolvimento do país e pediu mesmo o seu "enérgico combate". Se o apelo de JES já peca por tardia, pois os técnicos e quadros doutras regiões há muito são catalogados como estrangeiros no seu próprio país, JES cometeu igualmente um lapso ao não ter apelado ao combate generalizado destas práticas separatistas e tribais a todos os níveis e sectores de actividades do país, referindo-se somente ao combate dentro do seu partido. De um homem que preside o maior partido e o país esperam-se, sempre, discursos de Estado e não circunscritamente partidários, como foi desta vez. Resta-nos agora aguardar que o MPLA, partido que governa Angola, inicie a luta contra a exclusão ou xenofobia interna e que esta luta se estenda no mais curto espaço de tempo a todos os segmentos da sociedade angolana. JES terá também de orientar um minucioso estudo sobre as causas deste destrato que sofrem os angolanos que se dirigem em missões de trabalho a outras províncias (bem identificadas), para se saber se estarão por trás disto sentimentos meramente separatistas, políticos, ou se motivados por "atraso" cultural (acentuada iletracia), falta de oportunidades ou doutra índole, pois regiões há onde se preza mais o estrangeiro branco do que o negro angolano doutra província.» In http://mesumajikuka.blogspot.com/
Só o que faz a Ajapraz, o Fundo Lwiny, a Fesa, o Movimento Nacional Expontâneo, e tudo o mais partidário está certíssimo. Desde que se idolatre o Chefe está tudo bem. Quem não o fizer incorre no crime, está ao serviço de um partido político, contraria o Chefe Supremo. E José Eduardo dos Santos adverte, discorda:
«Entretanto, exprime também a sua discordância com o facto de algumas ONG’s estarem a realizar tarefas e missões que competem aos partidos políticos.»
Em Luanda os fiscais do GPL- Governo da Província de Luanda, acompanhados por polícias e civis saqueiam, espoliam os bens da população. Isto mais parece outro Ruanda. Os próximos dias apresentam-se muito sombrios. É o retorno à barbárie. Esfomeados saqueiam outros esfomeados. Uma vendedora para reaver a sua panela com comida, o fiscal pede-lhe um cartão de recarga para o seu telemóvel. Entretanto o petróleo vai jorrando milhões de dólares que sustentam a FAMÍLIA opressora e a sua máquina de terror à Robespierre. E clamam que libertaram o povo angolano. As mulheres espoliadas enfurecidas gritam-lhes: «Devia vir mais o tempo das bombas para acabar com vocês!» Mas o nosso querido Líder tranquiliza-nos quanto à situação, emancipação da mulher angolana e assegura-nos:
«A mulher angolana é a principal guardiã do nosso legado histórico e cultural. É ela quem melhor transmite às novas gerações os valores positivos da nossa cultura, as nossas línguas, tradições, usos e costumes e as bases iniciais para a socialização das nossas crianças. É um papel insubstituível que devemos preservar e enriquecer com a contribuição do homem.»
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