terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O Plano C é o nosso abc (1)



Se Angola não tem contabilidade organizada, a energia eléctrica é de fingir, então os números do desenvolvimento económico saem donde?!
Inadvertidamente, inconscientemente ou voluntariamente contribuimos para a história da hipocrisia angolana. É por isso que angola sobe no crescimento económico da miséria. E de noite houve-se o miar horrorizado dos gatos acossados pelos chineses de panelas preparadas.

Entretanto pedaços de prédios em desintegração precoce caem com estrépito nas ruas. É muito perigoso circular por baixo deles. A qualquer momento a morte obriga-nos a fazer-lhe companhia. O estrangeiro constrói e o angolano detrói.
Pare, Escute e Olhe!

Esta democracia esconde outra mais sinistra. Chama-se desenvolvimento económico quando serve alguns especuladores imobiliários e financeiros. Desenvolviemnto social quando serve esfomeados. Não ouvem, não sentem, o borbulhar da democracia a afogar-se? Ser-se democrata angolano implica defender a ditadura para sobreviver, demonstrar democracia interna infalível, enquanto na ditadura petrolífera a fome alastra, e a democracia empresarial, colonial, avilta-nos com o desempenho económico: «Um cresciemento económico jamais visto, um país no rumo certo, único no mundo. O PIB, Produto interno Bruto, cresceu de 2002 a 2007 de 1.500 para 3.500 dólares. Imparável… este crescimento insustentável.

- Chefe… para o nosso Plano C funcionar como o do Estaline teremos que desandar, aniquilar toda a oposição partidária ou independente.
- Evidentemente meu Cabo-de-guerra. Acho que não chegaremos até esse promontório porque a nossa oposição é tão saborosamente estóica.
- É verdade Chefe… então esse da UNITA o Domingos Maluka, ou saluka, quando questionado na Rádio Ecclesia sobre o nosso primoroso Plano C, exortou a população a manifestar-se… como se o povo fosse um partido político. Fiquei muito confuso. Mas quem convoca manifestações são os partidos políticos ou a população?! É a nova democracia (!).
- Sabe, não é por acaso que a nossa oposição e a população andam subalimentados, esfomeados. Este é o nosso segredo mais bem guardado. Não sabendo alimentarem-se as cabeças não funcionam… andam sempre aéreas, etéreas. É por isso que não temos opositores. Este mal, anormal não anda só por aqui. É rotineiro, basta observar como a África Negra se desloca. Nós chefes eternizamo-nos no poder, rotineiros porque as cabeças opositoras têm um tremendo défice neoronal. E o importante é mantermos a continuidade da nossa dinastia. Resguardar, apoiar a fortuna da minha filha mais rica de Angola e dos outros filhos. As empresas estrangeiras já têm uma grande influência, já dividimos com eles o poder. Por isso é extremamente importante mantermos este status quo. Para garantir as nossas conquistas diamantíferas e petrolíferas da nossa luta revolucionária, qualquer opositor que se atreva a desafiar-nos caímos-lhes em cima com os nossos exércitos de terra, mar e ar. Mas primeiro acossamo-los com as nossas forças policiais e caninas. Nenhum escapará. Estamos muito bem apoiados pela hipocrisia Ocidental. A oposição não passará.

1 comentário:

Soberano Kanyanga disse...

Caro Gil,
Preferi dar aqui a resposta à pergunta que me colocou sobre o significado de Lwena: Trata-se de um nome próprio de um rio que passa ao largo da cidade com o mesmo nome (capital da província angolana do Moxico). Por outro lado, kalwena é gentílico dos povos Lwena, também conhecidos como Luvale que habitam a província do Moxico.