quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Marcolino Moco, O Robin Hood Agolano. (fim)



Para construírem um milhão de casas, necessariamente têm que destruir outro milhão de casebres. É o eterno problema do espaço. Angola é tão grande e Luanda tão pequena. Além da injustificada especulação dos preços dos bens de consumo, somam-se o aumento do preço da electricidade e das rendas dos imóveis do Estado. Só falta subir os preços dos combustíveis para incendiar o que resta do casebre angolano. Em Angola a população nem direito a casebre tem. E quem ferozmente apoia esta moção, são consórcios portugueses, brasileiros e chineses.

«Não devia levar mais de um ano, algo que chegaria a toda essa complexidade se o presidente da Angola, que seria seguramente José Eduardo dos Santos, penso eu, com mais ou menos votos que o MPLA na primeira ou na segunda volta, tivesse sido eleito em 2008 ou 2009, com o tempo para sair em grande com um sucessor qualquer que fosse, desde que é angolano, e com as questões fundamentais, se não resolvidas pelo menos equacionadas.» *

É a hipocrisia destes maus governos que cria, alenta o terrorismo. A grande espoliação que o MPLA e outros estrangeiros nos executam, pagar-se-á com altos juros. Angola, o melhor exemplo do tosco africanismo. E ao longo destes quase cinquenta anos, gerou-se, desenvolveu-se cada monstruosidade… já não é um país de pessoas, é uma selva de monstros da morte.

Parece que ninguém sente ou não vê que vivemos em permanente estado de guerra. Com água e energia eléctrica permanentemente racionados. Com o constante bombardeamento e destruição dos nossos casebres efectuados por generais inimigos. Com a comida racionada, com um imperador divino tal Hirohito que nos tira a vivência quando lhe apetece. Com empregos só para as hordas estrangeiras que continuamente nos invadem. Com os principais órgãos de informação em poder de mercenários. Que grande esforço de luta de libertação nacional teremos de renovar para alcançar finalmente a tão dolorosa mas salutar liberdade? Quando seremos finalmente independentes?

Nota-se claramente que há a intenção de transferir tudo e todos de Portugal e doutros países para Angola. Se a nossa oposição realmente existisse, combatesse, o MPLA já não estaria, fugiria, abandonaria o poder.
«Se há males que vêm pelo bem, talvez possamos aproveitar esse tempo para criarmos então uma verdadeira nova república, sem reservas mentais, onde, mesmo com algumas fintas, estas sejam feitas dentro das linhas do campo do jogo e não fora de campo só para alguns.» *

É que muito naturalmente tudo se transforma, não é! Já é um canil?! E já não somos pessoas, somos cães que nem ladrar sabemos?!. Além de nos incomodarem bastante, que baste, com a poluição religiosa que até e além disto, que mais as igrejas bajuladoras ao Chefe sabem fazer?!
Quem afirma que existe desenvolvimento económico sem energia eléctrica, que sejam de imediato detidos e levados a tribunal. Uns bons tempos no degredo ser-lhes-ão benéficos.

«A política, a ética e o direito devem interagir razoavelmente.» «A ética deve ocupar o ângulo recto e cimeiro desse triângulo para imperar sobre a política e o direito, onde a política contribua para relançar uma nação que se constrói a partir de várias nações, como dizia Agostinho Neto» *
Abandonaram a plantação, só desplantam árvores. Cimentam-se torres, condomínios, prédios, em qualquer lado, em qualquer solo. E o prédio vai-se afundar. Porque o solo não é sólido, é líquido. Assenta em terreno com lençol freático. O importante é navegar no pomar já sem frutas, falido. Multidões de ministros, de vices disto e daquilo, generais e directores (?). Com tantas vozes de comando as tropas ficam pelo caminho. Nunca alcançarão o objectivo. As empresas que executam as obras (!) em Luanda são comandadas por engenheiros? São mesmo engenheiros ou Zé cariocas? Ou gatos-pingados? Mandataram-se para destruírem Luanda?!

«Só assim deste triângulo amoroso pode nascer e crescer muitos filhos saudáveis os robustos, tais como um Estado de justiça, paz e democracia económica, social e cultural, dois; um Estado confinável e criador de expectativas positivas em todo tecido multiétnico e multicultural, porque assente na transparência da sua actuação quotidiana. Isto é que seria sério, político e direito. O resto é torto e tortuoso.» *
* Marcolino Moco em Benguela, numa concorrida palestra promovida pela ONG ‘Omunga’, vencedora da estreia do prémio nacional dos direitos humanos organizado pela Sociedade Civil. http://www.apostolado-angola.org/

Imagem FOLHA 8: eis a garantia da nossa felicidade que nos dá a FAMÍLIA angolana e os seus amigos portugueses, brasileiros e chineses.

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