quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Plano C é o nosso abc (fim)




Devaneios do Chefe Eterno
Os piores terroristas do mundo são os que vos fazem passar fome. Ainda que o preço do barril de petróleo chegue a mil dólares, a vossa fome aumentará. Porque o rei comprará duas ou dez bombas atómicas para amedrontar o mundo. Há reis que não sabem reinar. Andam com o reino no bolso. Uma das premissas fundamentais para o desenvolvimento de um reino, é a obrigatoriedade das vendas a crédito. Sem créditos não há desenvolvimento.

Mas nas dinastias milenares, obrigam-se os escravos esfomeados a trabalharem sem terem direito a nada. Infelizmente nos tempos modernos ainda existem reinos que parece se formaram antes de Cristo. Sentem-se felizes ao saírem dos seus palácios para observarem a miséria dos seus súbditos. Depois anunciam palavras bonitas: há quase cinquenta anos que vejo a vossa fome, esperem mais igual tempo que prometo acabar com as vossas vidas para sempre. Na verdade quero que todos se danem. Desde que tenha o meu bem-estar, o resto são palavras.

Cinquenta anos depois nesta cidade à procura de um local calmo e seguro. À espera do que os colonos deixaram desabe de vez. E tudo fique como à quinhentos anos atrás, na nossa cultura e tradição rejuvenescidas. Por mais que procuremos a liberdade nunca a encontraremos. Porque surge sempre um opressor no nosso caminho. E quanto mais dinheiro tiverem, mais opressão de chicote nos é assegurada. Quando na cidade moribunda todas as luzes se apagarem, só passados cem anos um sábio aparecerá. E dirão os sobreviventes que foi Deus que o enviou.

A verdadeira percepção da arte é quando vemos coisas que os outros não vêem. E a Natureza como a nossa mãe é disso testemunha. Para que um rico aumente a sua riqueza, são necessárias no mínimo dez milhões de pessoas que morram à fome. Os homens atingiram a perfeição. As suas leis são superiores às minhas. Já não necessitam de mim. Nos seus julgamentos observo-os e não me intrometo. Onde julgam, o seu pensamento é só um: dinheiro. Há muito se esqueceram do que lhes ensinei. Para um julgamento justo, primeiro é o amor. Segundo, é ainda o amor.

Onde o dinheiro prevalece a justiça empobrece. Orgulho-me da injustiça oferecida, e disso não se deram conta, porque só contam o dinheiro; uma vida de inutilidade; qualquer um de vós é escravo, um inútil; sim! Desde o faminto ao rei, ao mais rico, e até ao mais poderoso, todos vivem na inutilidade; o faminto obedece a quaisquer, porque deles recebe inutilidades sem pestanejar; o rei vive na suspeição de alguém lhe usurpar o trono; o mais rico não dorme com receio que os seus filhos, ou um amigo lhes roubem as fortunas; o mais poderoso reza a um deus desconhecido, que apareça na multidão de conselheiros, algum que anule o poder da nova nação que fatalmente surgirá sem corrupção. Muito poderosa sem as monstruosidades actuais.

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