quarta-feira, 13 de maio de 2009

A Epopeia das Trevas (6)


Introdução

«Onde os últimos anos trouxeram consigo uma clara promoção da incompetência. Para ser reitor, vice-reitor ou decano não bastará ter um doutoramento, até porque se sabe que existem doutoramentos cujas teses nunca foram depositadas na biblioteca da universidade, como manda a regra académica.
Porquê? Porque foram teses cabuladas ou foram teses escritas por outras pessoas que não os autores cujos nomes aparecem na capa.»
In Paulo de Carvalho, sociólogo, em entrevista ao Semanário O PAÍS

Empregos só para estrangeiros. Eles chegam, fazem a reestruturação (?) da empresa, despedem os luandenses e mandam vir familiares, amigos e conterrâneos. Isto está uma grande trampa daquelas. Está tudo descontrolado, eclipsado. Agora então com a moda em vigor de não pagarem, atrasarem os vencimentos…

Fundamentalmente a questão é a seguinte: escusam-se na desculpa prévia, famosa do: ninguém quer nada, ninguém quer aturar negros. Servem para fazer recados, trabalhos de limpeza e similares, ou venderem qualquer coisa nas ruas. Porque durante quase meio século, a formação que beneficiaram foi o analfabetismo. E continua-se a formar analfabetos.

«Universidades privadas cada vez mais desorganizadas. Parecem estar mais viradas para o lucro do que para a didáctica. É opinião comum que as universidades privadas em Angola são uma autêntica pouca-vergonha, verdadeiros centros de anarquia do ponto organizacional, falta-lhes de tudo um pouco, desde laboratórios, salas de informática, até um simples bebedouro e ainda se arrogam ao direito de se chamarem universidades?»
In Angolense

O mais inebriante disto tudo é o caos da energia eléctrica. Mas, os estrangeiros – sempre bem pagos – afirmam categoricamente que Luanda é o único país do mundo que cresce, desenvolve. A única economia do mundo que salta para além das estrelas. Só pode ser uma economia de ler nas estrelas. E tudo não passa de barbarismo, chinesismo.

Nas traseiras de cada prédio esconde-se um crime.

Entraram na OPEP para ostentarem a vaidade da presidência rotativa. E foi mais um erro grave acometido. O petróleo jamais será o que antes foi. As coisas mudam, as modas também.

Que futuro tem Luanda, onde toda a gente rouba e se roubam?!
A estrutura marxista-leninista-estalinista oleada, funcional, terrífica. A questão fundamental é que enquanto não se desmontar a estrutura marxista-leninista que continua intacta, não vamos a lado nenhum. Exceptuando mais um estado-falhado. Estávamos convencidos que o pesadelo terminou. Mas não… os dráculas continuam a chafurdar no nosso sangue.

Inventaram outro passatempo. Para fazer qualquer coisa é preciso uma conferência nacional ou internacional. Sempre as mesmas conferências, com os mesmos conferencistas. Na resolução sempre dos mesmos problemas sem solução. Fiscais do poder popular da Luanda que assoma, clama pela Somália africana q.b.




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