terça-feira, 12 de maio de 2009

História Universal (1)


O Rei David

A princípios do primeiro milénio (se não antes) os povos indo-europeus chegaram até à Itália.

CARLOS IVORRA

Levaram consigo o ferro e os novos costumes associados à metalurgia, como a incineração dos mortos. Não introduziram nenhum tipo de organização política, senão que com o tempo iriam cristalizando distintas culturas ao largo de toda a península. A França começa a ser ocupada pelos Celtas, que introduzem novas técnicas agrícolas.

No Este, os arios estavam plenamente instalados na Índia. Por esta época consolidou-se uma rígida divisão social em quatro classes. Estavam os brâmanes (sacerdotes), os chatria (guerreiros), os vaisia (pecuária e comerciantes) e os sudra (os antigos aborígenes da Índia, agora reduzidos à escravidão). Num largo processo que arranca incluso antes da invasão, os arios foram desenvolvendo uma religião antecedente do actual hinduísmo. Os brâmanes eram os únicos que podiam conhecer os ritos e os textos sagrados, conhecidos como veda, ou revelação, redigidos em sânscrito mas não por escrito, senão que se transmitiam oralmente. O deus principal era Vixnu, também clamado Siva, que se ocupava do mundo através das suas numerosas esposas, entre elas a benevolente Parvati, a guerreira Durga e a destrutora Kali. O hinduísmo se refere à sua doutrina como sanatana-dharma, que significa algo assim como "lei cósmica universal sem origem", pois, ao contrário doutras religiões, o hinduísmo não tem nenhum fundador renomado. Um dos seus aspectos mais destacados é a ideia dos ciclos e a reencarnação. Por exemplo, quando um homem morre, reencarna-se numa das quatro classes segundo a medida em que respeitou a ordem cósmica nas suas vidas anteriores. Assim, bem mirado, as desigualdades pelo nascimento eram uma expressão da justiça universal.

As acções de um indivíduo que determinam a sua próxima reencarnação são o seu karma, mas o homem conta com distintas vias para sair do ciclo de reencarnações (samsara) e chegar finalmente à libertação (moksa). Posto que todo o pensamento influi no karma, uma das vias era o controlo do pensamento mediante a meditação (a via da meditação). A principal técnica de meditação era o yoga. Por outra parte, estava a via das obras, consistente em observar cuidadosamente os rituais tradicionais com a esperança de acumular assim um karma favorável e meritório.

Na Guatemala proliferam as comunidades agrícolas formadas por povos com uma língua comum e que se estendem pela península do Yucatão. É o prelúdio da cultura Maia.

No Peru aparece a cultura Chavim, já plenamente agrícola, que uniu um amplo território cujos habitantes adoravam um deus felino. O seu trabalho em ouro é o mais antigo da América. Em Chavim de Huantar está uma praça bordeada de plataformas presidida por uma grande pirâmide truncada, cujo interior é um conjunto de galerias, câmaras e escadarias. Dispersas por todo o território, encontram-se estelas com representações de seres humanos com atributos felinos e aspecto feroz.

A cidade fenícia de Tiro seguia afirmando-se como potência marítima. Comerciava com o Egipto e com a Grécia, e começava a explorar o Mediterrâneo ocidental.

Os gregos jónios, depois de ocuparem paulatinamente as ilhas do Egeu, começaram a povoar a costa oriental. Foram eles que a baptizaram como "Anatólia", que em grego significa "sol nascente".

(Carlos Ivorra, é professor na Universidade de Valência, Espanha. Faculdade de Economia. Departamento de Matemáticas para a Economia e a Empresa.)

Traduzido do espanhol

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