O Terror, 15-Floreal
O português anuncia triunfante no retorno ao jardim das delícias o lançamento mundial de um grande invento… o UPS. Angola é o primeiro país do mundo, depois serão outros e outros. UPS’s alimentados a baterias internas, que suportam 24 horas sem energia da rede. Esclarece que suportam tal tempo, dependendo das coisas que estiverem ligadas. Quanto menos coisas ligadas melhor. O Ups aguenta mais tempo.
Pela conversa entendi que não ligar nada seria o melhor. Mas quando as baterias descarregassem, ligava-se o gerador para as recarregar, esclarecia ele.
Para que serve isto, se não podemos prescindir do gerador?!
Ele não sabe, finge não saber, que os seus UPS,s há muito são vendidos cá na banda. E continuam a chegar aos magotes, já em doses industriais... sem UPS,s.
Alguns tugas facturavam Internet de banda larga. Mas não tinha nenhuma banda. Era pirata, funcionava tal e qual como a actual conjuntura. Perante tal aldrabice um perito luandense em informática ameaçou-os e os rapazes pararam com a aventura.
Outro tuga vendia telefones aos outros tugas. Mal chegado a Luanda é chefe do departamento de transportes de uma empresa. Uma correia da ventoinha partiu-se. O tuga faz o relatório e esclarece que a caixa de velocidades foi-se, por desleixo do motorista.
Mais um tuga chega. Director doutra empresa. Começa por clonar tudo tal e qual como na tuga. Redimensionar a empresa e que alguns trabalhadores serão despedidos. Claro, há que arranjar emprego para a esposa e restante família que aguardam…
E o homem continua: quer vigiar os emails de todos os trabalhadores. Quer saber tudo pormenorizado. E acumula funções… é também chefe de todos os departamentos. Claro, vai afundar a empresa, tal e qual como lá. E com a arrogância que os distingue ameaça a todo o momento despedir quem o questiona.
E um tuga engenheiro de informática em Luanda que não sabia o que é uma pen-drive.
Como os brasileiros da Movicel, uma operadora de telemóveis luandense. Chegam do Brasil, não entendem nada de nada. Os luandenses ganham quinhentos dólares, formam-nos, ensinam-nos e ganham cinco mil dólares mensais e demais mordomias palacianas.
São muitos, demasiados os casos desta bandalha. É como se diz na gíria actual da crise económica e financeira mundial. O pior está para vir. Muita porrada vai sair, sentir, tinir.
«Aos poucos, a população vai percebendo no que se transmutou o seu MPLA, cuja governação do país foi confiada a essa sigla partidária. O MPLA do período eleitoral não é o mesmo que esse. Aquele prometia construir, esse destrói; aquele prometia proteger, esse larga as pessoas à sua sorte. É, no fundo, um verdadeiro lobo que, durante um período, vestiu a pele de Governo.»
In Tandala Francisco, A Capital
Foto: Club-k
O português anuncia triunfante no retorno ao jardim das delícias o lançamento mundial de um grande invento… o UPS. Angola é o primeiro país do mundo, depois serão outros e outros. UPS’s alimentados a baterias internas, que suportam 24 horas sem energia da rede. Esclarece que suportam tal tempo, dependendo das coisas que estiverem ligadas. Quanto menos coisas ligadas melhor. O Ups aguenta mais tempo.
Pela conversa entendi que não ligar nada seria o melhor. Mas quando as baterias descarregassem, ligava-se o gerador para as recarregar, esclarecia ele.
Para que serve isto, se não podemos prescindir do gerador?!
Ele não sabe, finge não saber, que os seus UPS,s há muito são vendidos cá na banda. E continuam a chegar aos magotes, já em doses industriais... sem UPS,s.
Alguns tugas facturavam Internet de banda larga. Mas não tinha nenhuma banda. Era pirata, funcionava tal e qual como a actual conjuntura. Perante tal aldrabice um perito luandense em informática ameaçou-os e os rapazes pararam com a aventura.
Outro tuga vendia telefones aos outros tugas. Mal chegado a Luanda é chefe do departamento de transportes de uma empresa. Uma correia da ventoinha partiu-se. O tuga faz o relatório e esclarece que a caixa de velocidades foi-se, por desleixo do motorista.
Mais um tuga chega. Director doutra empresa. Começa por clonar tudo tal e qual como na tuga. Redimensionar a empresa e que alguns trabalhadores serão despedidos. Claro, há que arranjar emprego para a esposa e restante família que aguardam…
E o homem continua: quer vigiar os emails de todos os trabalhadores. Quer saber tudo pormenorizado. E acumula funções… é também chefe de todos os departamentos. Claro, vai afundar a empresa, tal e qual como lá. E com a arrogância que os distingue ameaça a todo o momento despedir quem o questiona.
E um tuga engenheiro de informática em Luanda que não sabia o que é uma pen-drive.
Como os brasileiros da Movicel, uma operadora de telemóveis luandense. Chegam do Brasil, não entendem nada de nada. Os luandenses ganham quinhentos dólares, formam-nos, ensinam-nos e ganham cinco mil dólares mensais e demais mordomias palacianas.
São muitos, demasiados os casos desta bandalha. É como se diz na gíria actual da crise económica e financeira mundial. O pior está para vir. Muita porrada vai sair, sentir, tinir.
«Aos poucos, a população vai percebendo no que se transmutou o seu MPLA, cuja governação do país foi confiada a essa sigla partidária. O MPLA do período eleitoral não é o mesmo que esse. Aquele prometia construir, esse destrói; aquele prometia proteger, esse larga as pessoas à sua sorte. É, no fundo, um verdadeiro lobo que, durante um período, vestiu a pele de Governo.»
In Tandala Francisco, A Capital
Foto: Club-k
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