Esta é a avaliação feita por Joseph Stiglitz para as causas da actual crise e para a qual não vê um fim optimista no curto prazo: “Estamos possivelmente a experimentar o fim de um período de queda livre nas economias ao qual se seguirá um período de recessão profunda”, afirmou hoje o Nobel da Economia, classificando este como o cenário optimista.
O economista defende que serão precisos mais investimento público, mais medidas de apoio ao mercado hipotecário e que a Administração (Obama) deveria deixar cair os bancos em vez de canalizar para lá a maior parte dos recursos orçamentais.
II - ALTERNATIVAS
A |
A riqueza irreal que invadiu o planeta como um tsunami está destinada, por bem ou por mal, a desaparecer. Nem o conjunto dos fundos públicos do mundo poderia salvá-la, nem estes cobririam os prejuízos dos especuladores. Se as autoridades tentarem isto, vão inundar o mundo com outro tsumani de riqueza irreal, fechando um círculo vicioso irracional e catastrófico. As autoridades que se reuniram no Grupo dos 20
A promessa de detalherem as medidas de saneamento nos próximos seis meses não consola: a crise vai continuar corroendo as estruturas e todos sabemos que, se as medidas não forem radicais e urgentes, o sistema financeiro mundial tenderá à combustão espontânea em alguns meses ou uns poucos anos mais, com terríveis consequências para a economia real, e, em particular, para as classes trabalhadoras e os setores excluídos.
As medidas a adotar são de curto, médio e longo prazo. Dependem do objetivo estratégico dos seus autores. Há três tipos de promotores de soluções para a crise. Primeiro, os que ficam na superfície dos sintomas e propõem reformas pontuais (ad-hoc) “para que logo as coisas voltem ao normal”. Sua premissa é que o “normal” é bom para todos. Para estes bastam as intervenções passageiras do Estado, transferindo dinheiro público para os bancos e empresas em risco de falência, resgatando assim sua capacidade de oferecer crédito e de aumentar o PIB a curto prazo. Seu horizonte parece limitar-se a aliviar os impactos da crise financeira e estimular a demanda interna dos países por meio de medidas fiscais. Segundo, os social-democratas de várias tendências que, ecoando Keynes, preconizam uma economia controlada pelo Estado, pelo menos enquanto a crise durar. Falam de colocar as finanças a serviço dos negócios e dos cidadãos. E planejam a ‘refundação global do capitalismo’ mediante uma completa reforma do sistema financeiro (Nicolas Sarkozy,
In Marcos Arruda. Economista e educador do PACS – Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (Rio de Janeiro), da Rede Jubileu Sul Brasil, co-animador de ALOE – Aliança por uma Economia Responsável, Plural e Solidária, e sócio do Instituto Transnacional (Amsterdam). Ladislau Dowbor
Foto: http://www.elmundo.es/albumes/2009/02/09/sombra_reivindicada/index.html
[1] Declaração do G-20, publicada a partir de sua reunião de 15/11/08
Sem comentários:
Enviar um comentário