sábado, 23 de maio de 2009

A Epopeia das Trevas (9)




Introdução

Viver é subir nas montanhas do íngreme sofrer.
Viver é o eterno esperar do desesperar até morrer.

Não! Nunca serás convertida mas, uma estátua ser-te-á erigida, dirigida. Converter sons é comunicar com a nossa alma. O mundo está superpovoado e contudo sentimo-nos muito sós. Continuamos opressos pela solidão. Estamos, ocultamos que continuamos sós neste Universo muito próximos das multidões, mas distantes do que amamos.

Restam-nos as prisões dos nossos corações. Os inventos que se fazem encurtam as distâncias. Viajamos muito rápido para qualquer ponto do globo, mas os nossos corações continuam no flutuante, hesitante mais longínquo.

Não! Não serás convertida, espremida. Estás sempre omnisciente... e aflorada, inundada com beijos de paz das sementes progenitoras das saudades inclementes. Como um navio a navegar no mar da saudade.

Nos próximos tempos será impossível conceber planos a longo prazo porque nos embrulham em papel doirado. Prosseguimos na marcha inóspita do final de mais uma civilização. Porque nascemos na bênção da ilusão. Os especialistas da malvadez estão no trono outra vez.

Tentamos, lutamos para sermos felizes mas as doses letais da intolerância política, religiosa, social e económica fortalecem-se. Os poderes públicos dos homens que nos desgovernam são como o pandemónio do trânsito enlatado, do que resta do serpentear das cidades.

Esta é a década da corrupção, da conspiração genética que abrigou, colocou imberbes no poder. E vão arruinar, arquivar esta civilização.

Ah!.. E por quanto mais tempo assim continuarão (?)

Sendo maldoso por natureza, qual é a utilidade do ser humano?

E houve um tempo, este, actual, que inexplicavelmente só nasciam néscios. O tempo do contrariamente ao século das luzes, esta é a centúria da escuridão. Até a velha democracia da Álbion sucumbiu. Precisamos de um novo sistema político. Mais democracia não, nunca, jamais.



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