terça-feira, 16 de setembro de 2008

Democracia


Pelo nome, Democracia é uma mulher como eu
Que Ela não anda, não sabe andar
Hei-de falar com Ela. Talvez porque estamos sempre sentadas
Nas nossas vendas, deve ser por isso que Ela não singra. Vou falar com as outras mulheres e vamos ter, falar com Ela. Vamos convidá-la, acompanhá-la a andar

Se soubesse onde Ela mora, ou onde trabalha…

É a pessoa de quem mais se fala. Nunca a vi passar na rua, mas lê-se nos jornais, e nas ondas frequentes, da frequência electrónica
Se não a vejo e só a sinto levemente, é uma fantasia aparente
Que me arrasta na leva descontente
Hum!.. essa gaja, essa Democracia deve ser uma grandessíssima prostituta
É pá, deixa lá Ela safar-se. Atravessar toda a corrente na mesma jangada

É que não se consegue falar com Essa senhora. Acha-se muito importante Desavergonhada… quando a vir… vou-lhe dar monte de chapada. Democracia à-toa
Deve ser muito rica, tem medo de manifestar-se, por isso está sempre escondida
Com a sua riqueza e nós na pobreza
É misteriosa, desaparece e aparece de vez em quando

Gil Gonçalves

Sem comentários: