sábado, 6 de setembro de 2008

Eleições Esclavagistas


Ser mais esperto que os outros é: roubar, corromper e matar. Não se pode perder tempo com livros. Sabedoria é também perder tempo.

E a música da campanha eleitoral do Mpla?! Mpla weia, ene v’otchicolonha, kwende yapa. (Mpla chegou, colonos fujam)

A nota de 100 USD tem mais seguidores que Cristo.

Não há nada… nem ninguém que não se enterre
Nas comissões endinheirais e sectoriais que enchem
Os temperados barricais estomacais
Ó vós do eterno poder… como vos desnaturais!

Os esfomeados continuavam pela chuva alimentados. Os palácios inchados de comida não se moviam, não se precaviam. Abrigados da chuva e da fome, lembravam o ritual Nazi nos infortunados, descampados campos de concentração a que um Hitler qualquer chama de Panguila e Zango.
Os escravos mal libertados morrem sem saber, não chegaram a conhecer, faleceram na liberdade da fome.

Com tanta espécie de ratazanas mundiais aqui apontadas, dá para construir um museu de rataria.

A derrota da democracia segue frígida, sem eleições. Como o cavalo, trota, salta. O cavaleiro medieval instituído catapulta.

Os Afundadores reinantes emanciparam-se com a produção petrolífera. Para sobreviverem, os Petrofamintos emanciparam as suas esposas. Elas assumiram, dosearam com estoicismo a hercúlea irresponsabilidade do deus protector das lareiras. Heroicamente inventaram qualquer coisa para vender.

Tresmalhadas conseguem comer algo durante o dia, à noite não. Sacrificadas, obedientes à fome, superaram casebres, compraram geleiras a prestamistas, ventoinhas para silenciar a mosquitada. Ganharam grande amizade com a fome, para adquirir o martírio de assistir à programação da TPA, e a ilusão da paixão sentida das telenovelas. Aparelhagem para dançar, batucar. Dependiam da má vontade dos Afundadores reinantes, do gosto de ver tudo às escuras. Perdiam episódios novelísticos, devido às intermitências voltaicas, e desgarravam-se.

Os Afundadores apertavam vigilância. Movidos pelo apetite voraz dos pertences de outrem, esgueiravam o ónus das pias Petrofamintas. Eram vãos os protestos. As almas-danadas pedravam.
- Tudo confiscado. Vocês compram, nós roubamos. Não se incomodem com os prantos.
Gil Gonçalves

Imagem: A derrocada da democracia. O último assalto das hordas Hunas ao Mercado do Kinaxixi. In http:morrodamaianga.blogspot.com/

Sem comentários: