terça-feira, 30 de setembro de 2008

A grande depressão dos intelectuais petrolíferos


Micronews: segunda-feira, 29 de Setembro a luz apagou-se outra vez. É provável que as velas importadas estejam contaminadas com melamina. Foi um apagão começado às 07.46 da manhã e demorou cerca de hora e meia. Milhões e mais milhões de dólares gastos em investimentos na energia eléctrica e nada, sempre a baixar. Durante a campanha eleitoral, a água subiu nos prédios. Desde que o Mpla ganhou as eleições, a água desceu, nunca mais subiu, subirá. Serão assim mais quatro anos pérfidos, perdidos.

Calaram-se. Que ventura. Longe de casa, na solidão marítima o pensamento é mais sagaz. Discorre perfeitamente. No convívio da verborreia humana é quase, senão impossível pensar. Hoje, a loucura humana criou a sua melhor descoberta: o ruído. Por isso os cérebros andam tão decadentes, desmazelados, que desconseguem reflorir. Descomplexei-me e expus-me ao meu Mentor:
- Mentor, acompanho-te porque não acredito nos intelectuais Petrolíferos. Metem-me medo, são falsos, oportunistas, aterradores. Mas, creio que sempre foi assim desde os primórdios, desde aquela abalada quando os nossos ancestrais viviam nas cavernas, depois aprenderam a usar um osso como arma. Que pobreza de espírito. Como se alguém acreditasse nisso. Custa-me a entender, o porquê de tanta violação da História. Quanto menos contactos humanos melhor. Porque é pernicioso, perigoso, e evitamos muitos dissabores. Vivermos como eremitas? Sim, porque não? Existe alguém que goste de viver com serpentes venenosas? Ainda não está tudo perdido. Chegou a hora das grandes cruzadas. O tempo de desembainhar as nossas espadas e acabar com os maldosos. Fazer um rio de sangue divino, e salvar a Humanidade. Não há alternativa. Vamos a isso, acabemos com eles!
- Os tempos apagados continuam experientes… coisas que antes eram dadas como certas, mais tarde verificamos com surpresa estarem erradas. Uma delas é fundamental: A África Negra permanece, permanecerá primitiva.
- Porra! Esses guardiães do templo da memória são muito perigosos.
- As noites dos tempos são sempre iguais, não se alteram. Os dias findam e escurecem, as noites acabam e amanhecem.
- A escravatura não mudou, porque o homem não acabou. São tantos os escravos que não se podem contar.
- A civilização Branca da fome faz-lhes o balanço.
- Sim… o homem Branco, a civilização Branca… os destruidores de civilizações.
- Se me dessem a escolher entre um homem e o demónio, escolheria o demónio, porque ele me ajudaria a eliminar o homem.
- Quando não existir homem, haverá finalmente paz na terra.

Gil Gonçalves

1 comentário:

Arcoiris No Horizonte disse...

...Tu serias também eliminado?????????????????E o demonio é apenas um homem disfarçado de anjo do mau
Íris Pereira