sábado, 6 de setembro de 2008

Eleições Medievas


Para dominar um povo, o melhor investimento é o analfabetismo.

O cortejo feudal do caudal automóvel outonal, luxuário do descrédito actual, envergonha o solo habitual da pobreza mortal. As vestais auguram aos príncipes encantados que o rei dos canhões anunciará eleições. Serão flageladas em 1132, 1133, 1134. Desflorestadas em 1135, 1136, 1137. Desacostumadas em 1138, 1139, 1140. Aguardadas pela Renascença, abandonadas pelo Barroco.

A nossa diferença reside em que não podemos ter ideias diferentes. Quem não está preparado para governar, que vá caçar… gralhas. Urge um bom realizador que grite: CÂMARA! ACÇÃO!

A geratriz das ideias expõe o fervor ideológico. Perde-se o senso moral, abandona-se o bom samaritano. O perigo da política sectária acirra e confronta os espíritos, anima a imersão de conflitos civis. Quando um dos lados está contra tudo e todos, o poder salta-lhe à vista. Os anarquistas omnipresentes lançam poeira nos olhos incautos.
- Há alguém que consiga fugir da prisão preventiva das cidades? Que não se canse de fazer amor, sempre com a mesma mulher?
- Eleições… com biliões de dólares?!

Quando a bondade se vê e deseja…é escarcéu… os Afundadores e Petrofamintos são guerreiros, a eleição será pautada à paulada, cacetada. Se os Petrofamintos ganharem, os Afundadores amarram o jogo, vão virar o resultado.

Aliançados com grandes negócios, não darão as costas a Midas. Se os Afundadores perderem – têm que ganhar – os militares estão lá para resolver, para decidir a contenda favorável aos Afundadores.

É assim que sobrevive uma nação guerreira, com o seu líder eterno colocado nas nuvens. Com ar de mistério no mar desencontrado.

Gil Gonçalves
Imagem: Invasão dos Hunos no Mercado Kinaxixi em Luanda.
http:morrodamaianga.blogspot.com/

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