sábado, 13 de setembro de 2008

Álcool importado


Condescendeu, já bebeu, ascendeu ao paraíso terreal
A proa do vento forte cambaleia-o original, marginal
«Este vento norte, agreste, sopra forte, de leste
Está norteado, vento alcoólico importado
Desgraçado, pelo governo encomendado. Nem aqui estou sossegado
Álcool importado… afora fico inebriado
Vento da Jasmim porque me empurras assim?
Que mareação… deixem-me bolinar a mastreação
O vento perdeu a cabeça. A minha está lenta, normal, áspera
A bebida está comigo, ou eu com ela?»
Vai chover! Pingos estão a aquiescer!

«Ah! É a ultima compra que fizeram. Importação de nuvens. Chuva importada
Muita chuva, ventos, furacões, ciclones, tufões. O céu está inundado de almas ébrias»
Ai!ai!ai! Esse bêbado da motorizada atropelou a criança. Hê!hê!hê!.. matou-a!?
«Muitas mortes, poucas nascenças. Deficit demográfico. Mais uma importação…
Reprodutores equilibram a raça».
Com tantas vacas a pastar por aí?
«Dípodes de importação fácil».

Habituei-me, sentia-o como uma lápide

Gil Gonçalves

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