quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Há escritores do Mpla e escritores angolanos


Deixámos de viver num país. Vivemos em poços, fossos, abismos petrolíferos. Relutamos, mas não acabamos com a pobreza de espírito dos governantes. Pobres cabeças no ar que não têm chão para andar. É a saga da desgraça Bantu.

Depois, é que não deixam umas migalhas, umas sobras. Extremados avarentos, doentios, querem tudo para eles… nem um cêntimo, porra! É demais!!!

Entretanto, omitimo-nos fingindo que somos país. Apesar de bem governado pela irresponsabilidade, incompetência, e sobretudo amadorismo, devidos ao analfabetismo. E claro, originar que qualquer um mande, imponha a sua lei.

Tudo isto ocasiona que qualquer infra-estrutura chumba a estrutura social, a desaba por falta de preparação, conhecimentos úteis. O livro, a leitura, não estão arreigados, institucionalizados. Logo, é impossível haver desenvolvimento económico, intelectual, social… depois há a tradição e a feitiçaria.

E felizmente outra vez comandados para a grande marcha… finalmente – será desta vez? - Rumo ao socialismo científico. E a seguir, em cada esquina, um Estaline nos aguardará… até as traseiras dos prédios nos roubam.

Há angolanos do Mpla, os outros são estrangeiros. Por exemplo: João de Melo, Pepetela e muitos, muitos outros são escritores do Mpla, são angolanos. José Eduardo Agualusa é escritor estrangeiro, porque não milita no Mpla. Quem não militar no Mpla ou o criticar não é angolano, é estrangeiro. Mas, a identidade cultural perdeu-se, ninguém sabe onde está.

É como essas poetisas do Mpla que dizem: «Deus deu-me este dom». Nunca ninguém no seu perfeito juízo faria tal difamação, afirmação. Sim! Deus deu-lhes o dom do Mpla.

Agostinho Neto não é poeta angolano, é poeta do Mpla.
No fundo tudo se afunda na irrespirável poesia, na irresponsável travessia da idolatria petrolífera e diamantífera.

Gil Gonçalves

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