sábado, 29 de novembro de 2008

11 De Novembro neocolonizado (fim)


«Vamos acabar com os musseques» e «assim, o nosso povo continua na miséria». Diziam os revolucionários pouco antes de 1975. Nunca mais repetiram e teimosamente ainda se empoleiram. Agora melhorámos a cozedura, conquistámos a escravidão absoluta. A cada noite melhoramo-nos: é barulheira infernal. Até estrangeiros… brasileiros e brasileiras, barulham com farras tão batucadas que atentam contra a nossa soberania intelectual, sem independência. Com o tiroteio dos escapes das motos por toda a diabólica noite… o que se escuta não é musica, são sons horríveis. Perdemos o sono… a estuporada independência roubou-nos o sonho. É verdade, tão triste, não se consegue dormir.

Até já “inventaram” outra cabana para o Pai Obama. Que elementar idiotice. Obama é negro, mestiço, é africano, vai-nos ajudar a tiranizar. Quando se é ditador inevitavelmente é-se estupor.

A única fiscalização que se faz em Angola? É confirmar se a comissão do projecto, ou de qualquer outra coisa, já foi creditada na conta do corrupto.
Angola vai resolver (?) os problemas da vizinha RDC, e depois a RDC vem resolver os nossos problemas. Imporemos a ordem na RDC. Na nossa casa, sem vontade própria, imporemos rios de desordem.

Mais um milhão de sorteados sem casas. A nossa luta primeva era contra os Brancos. Agora, a nossa luta de libertação é, tornou-se mais viável, é valor-acrescantado, mais-valia… é semente de nós.
Não sei, desconheço qual é a lei que funciona. Sim! Há uma… a corrupção. Devia-se decretá-la, oficializá-la, assoberbá-la.
Tudo fazer para nascer, ascender tumultos de revoltados, para pretextar, os intelectuais amarrar, amordaçar, subjugar, desterrar, ou melhor, darfunizar.

Há uma coisa que não entendo: no tempo do chicote Branco haviam movimentos de libertação. Agora, no tempo gloriosos do chicote Negro há submissão. Já não há mais libertação, mas grande resignação, outra horrível escravidão. Neocolonizar é libertar. Já estamos bem divididos administrativamente, angolanizaram-nos em selvas, colonatos e bantustões.
Os prédios que os Brancos construíram, aguardam pela solução final. A qualquer momento, o desabamento.

A feitiçaria, a única instituição que funciona, tem delegações por todos os cantos e cantinhos da divina comédia angolana.

A camuflagem, o ódio contra o regresso em força dos portugueses à sua ex-colónia, aumenta assustadoramente. Secretam-se planos para quando surgir uma boa oportunidade, ajustarem-se contas. É que os portugueses votaram na aposta do recolonizar Angola. Basta olhar para as ruas, é uma invasão. Empregos só para eles. Vão ocupar tudo e nós vamos para os centros do desemprego… dos caixotes do lixo.

Fizeram uma descolonização exemplar, não é?! Um povo que destruiu Portugal consegue reconstruir Angola?! Evidencia-se pessimamente que não. Estão a aerotransportar os problemas deles para Angola… e com um analfabetismo tão confrangedor.

E com o nosso petróleo e diamantes não há recessão económica que nos vença. Pudera! Há trinta e três anos que estamos com ela. A questão é que vem tudo de fora… meu Deus!.. estamos fritos!

Ah… é verdade! A visita do Papa. Como a militância dos fiéis acompanha a recessão, multidões deles desempregaram-se, passaram-se para a feitiçaria nas milhentas seitas que circulam á vontade como no paraíso. Resta ao Papa conseguir uns barris de petróleo para satisfazer as suas necessidades materiais. Aliás nota-se bem na actual fuga estratégica da rádio Ecclesia. Está assim como quem não quer a coisa… encontra-se ao lado do número da besta 8164. Aos poucos fica mais uma rádio, uma filial do maioritário sem coração.

E para que conste, estamos devidamente estalinizados. O cúpido do Jardim do Éden procura terrenos e casas para espoliar. Governo africano é só para chinês ver. O Mpla quer-nos levar para a idade da pedra mas, não queremos mais pedreiras. O comunismo e o capitalismo são como a droga. Só prometem coisas psicodélicas.

As estreitas ligações offshores entre as empresas estrangeiras, que no caso português, é por demais evidente, escandalosamente apadrinhadas pelo primeiro-ministro português José Sócrates. São como… apresentadores governantes secundários de linha dura. E têm imenso poder na neocolonização. Detêm secretamente uma parte do poder. Por isso o Millennium Bcp, por vontade própria entra no voluntariado roubo de terrenos. Temos o melhor partido do mundo, o 8164, o partidário do bota-abaixo de somente paredes e casas.

Prosseguimos com a nossa epopeia africana: construímos Somálias, Darfures, Zimbabués, RDCs… construtores de infernos. Que mais nos falta?! Nada!? Não!.. um jardim zoológico!? E vamos deixar-nos morrer por inumanos governantes?! Não!!!

Ó república das bananas sem bananal! Este já é outro Zimbabué de Angola. Vai ser muito complicado, não é como o outro não. Este tem petróleo e diamantes. O Soberano que se desiluda com a eleição directa sem povo nas urnas. Os tempos da URSS acabaram… ainda não meditaram!?

Gil Gonçalves
Imagem: http://diario.iol.pt/internacional/republica-democratica-do-congo-rd-congo-onu-direitos-do-homem-kiwanja-internacional/1010937-4073.html

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