sexta-feira, 21 de novembro de 2008

E criou o homem à sua imagem


Uma coisa que vi e nunca compreendi. As pessoas gastam quase todo o tempo das suas vidas, para conseguirem qualquer coisa para comerem. Isto não faz sentido, é absurdo. Ninguém que se preze nasceria, para viver assim tão infeliz.

Os animais respeitam os seres humanos, estes nem a si mesmos se estimam. Exterminam-nos, abatem tudo o que se mexe, nós somos os primeiros da sua lista. Têm uma fatalidade genética, como os adoradores do Mal, que sentem imensa felicidade em ver sofrer o seu semelhante. Isto faz parte do seu código genético que é: 000 ou 0,000.

Em 1835, Thomas Babington Macaulay, decidiu acabar com os valores literários da Índia. Pretendia que a sua herança milenar desaparecesse da civilização.
Um comandante inglês exterminou várias tribos índias durante a colonização americana, com o vírus da varíola em cobertores.

Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança;
E criou o homem à sua imagem:
Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a;

É o vivo marulho da vida das ondas do mar que nos persegue. O chocar constante com a areia das margens, que ciclicamente se desfazem, e depois voltam à normalidade, sem intervenção humana. A Natureza cumpre o seu destino, o ser humano altera-o. Como vingança, o mar apela para os seus companheiros em terra, e despeja a sua fúria contra os que o ousaram desafiar. Assim foi, assim será. A aleivosia à morte é característica dos humanos. Cruel destino sem saída. Nascer, não viver.

Que infortúnio assaz interessante. O dom que os humanos conservam desde a ancestralidade. Não o esquecem jamais. A morbidez mortal que conservam nos seus genes. A ordem guardada, disfarçada, escondida, que está sempre à espreita na janela da sua mente, que dela sai a pontapés: matar, matar, matar! Se não resulta, salta a alternativa da hipocrisia, que se transforma na inutilidade da mentira.

Perante esta verdade, vem a calúnia, que dá vida ao ódio, à maldade. Para galantear este apogeu, para se afirmar defronte dos vencedores, para iludir a sua mente doentia, elimina com a morte, aqueles que lhe deram a projecção para os pedestais da vida. Esta é a sujeição genética, a saga dos vencidos. Tubarões mortíferos que aniquilam o Caminho.

Gil Gonçalves

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