quinta-feira, 20 de novembro de 2008

11 De Novembro neocolonizado (III)


"Estas eleições representam a passagem de Angola para o conjunto dos países democráticos, que resolvem os seus problemas com eleições. Como disseram os observadores europeus, estas eleições foram feitas com transparência, foram um passo no sentido da democracia e da paz e os eleitores votaram com total liberdade", salientou o chefe do Governo português. José Sócrates aproveitou depois para "felicitar as autoridades angolanas" e para "desejar que este processo conduza a instituições democráticas cada vez mais fortes".
In Público última hora

Semanalmente os preços sobem. O Mpla factura-nos, reenche os seus cofres-fortes inchados, já há muito abarrotados. O Mpla vai... mata-nos à fome.
O feitiço está a fazer muitos estragos. É instituição milenar, é nacional. É bom, o feitiço gosta.

Acordar ás três da manhã pelo barulho, intencional, maldoso? Neocolonizado da Teixeira Duarte SA, e das suas gémeas, em mais um prédio da neocolonização imobiliária de catorze andares de luta.

E de manhã, todo o dia e parte da noite, o fumo do gasóleo do gerador no passeio, da Teixeira Duarte SA, entra, penetra neocolonizado pelas casas adentro, e asfixia, mata-nos.
É vida do matar e morrer.
Estas coisas constantemente assim, o saco vão enchendo, até que rebenta, e tudo acaba muito mal. É um ambiente tenazmente ainda perfeitamente colonial. E como tal acabará mais uma vez a tiro.

Que futuro assim teremos, reteremos? Nenhum! Isto só dá para aventureiros, gatos-pingados e pistoleiros. Mais um paraíso de piratas somalianos. É evidente que a moda da moderna pirataria marítima se colmeará pelas costas africanas. Não é assim que acontece a todos os deserdados? Vejam o preço que as potências mundiais, e outros países, pagam na costa da Somália.

As naus agora chegam com marinheiros naufragados, pedintes de um Portugal falido. Há como que o reviver passado quinhentista, saudosista, colonial lembrado. Pretende-se ainda impor o sonho, agora continuado, do pesadelo soterrado.

No próximo ano ressurgirá o apetite Papal do rebanho submisso continuado. Está tudo muito difícil, o rebanho tresmalhou-se, vingou-se no feitiço. Cinco séculos de superstição, é demasiado… não?!

Até ao momento não existiu nenhuma luta de libertação, e independência também não. Estão a reconstruir outra Argélia, outro 1961. Não fazem nada de extraordinário. Apenas acabam com o que resta da África Negra. É absolutamente natural. E como já ninguém lhes liga, perde-se, esvai-se o tempo.
Lenta e seguramente os colonos retornam e espoliam-nos tudo. Como no tempo de Albert Camus na Argélia.

Gil Gonçalves
Imagem: http://www.elmundo.es/albumes/2008/10/28/congo/index.html

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