quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Diálogos com Reis Luís. 27Nov08


Se mona wafu – manhi se nzambiwa muambata. Wélelelele
É feitiço, é sofrimento, é feitiço, é a sereia. Despertem!
In Ângela Ferrão

Os colonialistas do Millennium Bcp espoliam terreno em Luanda.

Vem de Portugal um aldrabão
Vender sêmea por farinha
Passados dias já diz
Esta Luanda é toda minha!
(Adaptado de António Aleixo)

Amigo Gil
Li e reli tua poesia. Gostaria que não parasses, porque parar é recuar e desfazer-se da poesia, da literatura, enfim da vida...
Estou inteiramente ligado a isto, ao que escreve, concordando e dizendo: para frente é o caminho....
Aquele abraço de teu amigo.
Reis Luís

Sim… abençoado Mano Reis! Já antes me soaste que já tinha ultrapassado os intelectuais africanos. Meditei e conclui que é devido a tal acontecimento que o monte Kilimanjaro começou a calvejar. E na cachoeira do Sumbe, por vezes desprendem-se tão salientes correrias de água de neve retratadas para o cume do Kilimanjaro, onde ele diluindo se perde em majestosas nevadas.

O dicionário Houaiss que me outorgaste é a preciosidade que extingue as labaredas do meu pensamento, e as transforma na suavidade das palavras.

Bombardeados a bombordo e a estibordo, e já naufragados nos fumos perigosamente tóxicos dos geradores da ignomínia, que como intrusos extraterrestres, invadiram-nos e electricamente transformam a independência algures perdida numa cabal selva apocalíptica. É horrível viver no pântano desproporcionado desta cidade. Com dirigentes incapazes que nos governam na duvida da mentira sistemática. Acabo de me deslumbrar no antevisto cercar dos mabecos.

É que não há democracias incipientes, há é homens frouxos, indolentes. E também subsiste qualquer matéria desnaturada, porque os nossos políticos não andam, desandam, arrastam-se na invalidez. E pregam, anunciam-se sempre nos mesmos campais, das palavras soltas, tão efémeras na vaidade das emissões hertzianas e impressas nos jornais das semanas.

Tudo é composto de notações filosóficas. E dos tiros aos pardais é que nascem generais.

Escrevi algumas crónicas num semanário que bem conheces, mas no fim não vi patacas, mas vi-me no meu etéreo corporal bem desfolhado. Aqui, todos se convencem que o trabalho é de borla. É por isso que existem muitos novos-ricos e uma escravocracia de facto e de jure. E muitas greves. Já me confidenciaram que se avantajará um eleitorado que nasceu de um censo totalitário e que somará 8.164 greves. É a ária ao pregador que incrementa o neocolonizador.

Vê mas é se me consegues um semanário onde possa crocitar, porque senão lá se vai o elementar, alimentar. É que desconheço como escorrer no Fundo do Soberano de Angola.

Abençoa os quiabos e a jimboa.

Gil Gonçalves
Imagem: http://linhaderumo.blogspot.com/2008/05/viagens-cacheoira-da-binga-rio-keve.html

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