quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Os Banqueiros Pregadores da Nossa Fome (V)


07.09.2008 - 12h25 - José Manuel Rodrigues, Lisboa
Tal como na Coreia, resultados de 80 a 90%. A aprovação da cleptocracia angolana, do «capitalismo não tradicional» (sic), dos 2/3 de muito pobres e de um punhado de pessoas injutificadamente muito ricas (entre os quais o Presidente, antigos e actuais ministros e generais), da corrupção tremenda, da trafulhice. Tudo «normal» para quem não tem valores, nem princípios democráticos e em vez duma pedagogia democrática aposta nos escuros negócios do petróleo. Hoje em Angola, amanhã em Portugal, se pudessem, se os deixassem. Pobre povo angolano. Não irá longe com os governantes que lhe escolheram e com os «amigos» que se lhe oferecem.
In Público última hora

Por mais que tentem não nos conseguem derrotar. O nosso feitiço é muito forte. Nunca sejam justos nem sábios, os ricos não gostam disso. Serão destruídos, destituídos no próximo decreto. Viverão mais tempo se fingirem acreditar em tudo o que vos dizemos. Quem teme os ricos é um grande sábio. Devemos dar graças a Deus por tanta sabedoria revelada naqueles que nos governam.

Na verdade são os mais justos que apareceram até hoje sobre a terra. Nunca pecaram. Nunca foram amaldiçoados por um servo. E nunca eles amaldiçoaram quem quer que fosse. Quanto mais sábios se tornam, mais a sabedoria se afasta deles. Estão sempre longe e profundos. Alguém os consegue encontrar?

Temos sábios, sabedoria a mais, daí o desencontro das ideias. Uma coisa mais amarga do que a fome, é fugir de noite e de dia das prostitutas, que nos perseguem como o exército mais bem organizado do mundo. Trinta e três anos gastos para achar as causas da fome. E quando surgem com novos planos, assustamo-nos, porque a fome vai aumentar. Por mais que a nossa alma busque, encontramos sempre o mesmo caminho. Porque não são derrubados? Porque não nos deixam em paz? Queremos que isto acabe depressa. Mas eles não deixam. Têm muitas invenções.

Devemos obedecer às leis imutáveis da fome.
Quem é como o opressor? Quem o consegue interpretar? A falta de sabedoria faz o seu rosto duro. Devemos obediência eterna aos que nos fazem morrer à fome. Devemos obedecer com muita atenção aos mandamentos do rei. Ele faz tudo o que deseja, o que lhe apetece, e tudo nele é infalibilidade. E que ninguém duvide disso. As represálias serão rápidas, ninguém escapará. Só a palavra dele tem poder. Tem o poder absoluto de enviar todos para o inferno da fome. Quem lhe obedecer não sofrerá nenhum mal. Já chega o mal da fome, que mais falta?!

E perguntámos a alguns jovens se queriam trabalhar: perguntaram onde. Respondemos-lhes que era no campo. Eles não aceitaram, não querem esse tipo de trabalho. Que querem então?! Só eles sabem. Nós, os dominadores, temos poder sobre o vosso espírito. E decidimos quando devem morrer. Temos poder sobre o dia da vossa morte. As armas da peleja da fome estão em nosso poder. Temos todo o tempo para vos dominar.

O tempo está à venda. Não sabem como o conseguimos?! Desconseguem comprá-lo? Depois de vos matarmos à fome, nem terra vos daremos para a sepultura.

Gil Gonçalves
Imagem: http://news.bbc.co.uk/2/hi/in_pictures/7704187.stm

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