segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Amor eterno de mãe


Escapei de levar, quando vi roubar motorizadas à paulada. Evitei a feitiçaria das baratas em fila indiana, e o gato preto que miava sempre à meia-noite. Meninos e meninas queimados, torturados, acusados de feitiçaria, ou usados no assado ritual canibal. Agora, complicam-se por qualquer coisa, e se incendeiam, ou se disparam, se matam de flagelos importados. Como Trajano, o império Bush exportou a violência na reconquista do Iraque. Tal e qual como antes sucedeu, a retirada é inevitável, e a violência reexportada. O campo magnético desta escravidão é muito intenso. Viver na maldade desta sociedade, é a autodestruição em cinco segundos. A morte é o curto-circuito da vida. Depois de um curto-circuito, os fusíveis da morte são irreparáveis.

Dos meus olhos reinaram lágrimas, quando li o anúncio da missa de defuntos. A oração, recordação do amor eterno de mãe para o seu bebé… que conseguiu viver alguns meses. «Meu filho, 21 anos são passados, mas na verdade é como se tivesse acontecido ontem. Meu amor, palavras, seriam necessários imensos jornais para exprimir, como grande é o meu sofrimento. Uma coisa eu digo, e direi sempre: dói, dói, dói, como dói, meu Deus. Descanse em paz meu bebé, e que estejas bem juntinho de nosso Senhor Jesus Cristo».

Gil Gonçalves

Sem comentários: