terça-feira, 5 de agosto de 2008

Futebol


Sinceramente não sei que interesses têm as nações, ganhos, em estupidificar as suas populações com super doses de futebol. Isto é a outra civilização, a da bola. Quantos, tantos campos de futebol, que deveriam ser transformados em bibliotecas de cultura. Jogos olímpicos do livro, da literatura, de quatro em quatro anos. Isso existia na Grécia mas… o Cristianismo colocou os seus cadeados, invocando que eram cerimónias pagãs. Os poetas foram proibidos de jogar as suas odisseias. Os Celtas com as suas tradições orais fintaram a Igreja, e depois escreveu-se o Santo Graal, o Rei Artur, Guinevere, Lancelot, Avalon... Sim! E Excalibur, a espada mágica que simboliza as forças da Natureza, o destino da Humanidade. Eis o paradoxo: nascer, para morrer. Ou melhor: nascer para destruir civilizações.

A miséria obriga a que por qualquer motivo se descaia, faleça, em qualquer local inesperado, sem direito a assistência médica e social. Os transeuntes, despregados de humanismo – mas, quem só pensa em dinheiro, tem tempo para estas coisas? Até lhe chamam de louco! – Cansados da viciosa morte gritam maquinalmente: Morreu! Morreu! – No tempo dos romanos era: viveu! Viveu! - A vítima jaz no chão indefinidamente abandonada. É a vida diária dos campos de concentração petrolíferos, algures no Golfo da Guiné.

Imagem: Novo Jornal. Luanda, Angola.
Gil Gonçalves

Sem comentários: